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Preservação de acervos culturais é tema hoje do Brasil em Pauta

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O presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Pedro Mastrobuono, disse que visitação a museus no Brasil chegou, antes da pandemia, a quase 26 milhões de brasileiros, e não turistas. Segundo ele, isso mostra um universo bastante vigoroso. “A realidade lá fora é outra, os museus europeus são frequentados, muitas vezes, por turistas. Aqui não. É a nossa população que consome, que é ávida por isso, um grande privilégio”, destacou Mastrobuono, o entrevistado deste domingo (11) do programa Brasil em Pauta, da TV Brasil, que vai ar às 22h30.

Para ele, o museu é local onde se amplia o conhecimento, se aprofunda a consciência da identidade, se conserva, comunica e expõe o patrimônio material e imaterial da humanidade. No Brasil, existem  quase 4 mil museus. “O Brasil tem um campo museal muito forte, e as pessoas não têm essa consciência. São pouquíssimos os países no mundo que têm legislação específica para o setor, além de um órgão federal destinado a fazer política pública na área. Isso é uma raridade no mundo, e o Brasil tem. 

Na entrevista, Mastrobuono fala ainda sobre o enfrentamento do risco predial e patrimonial e as medidas do instituto frente a esse desafio. “O que é preciso esclarecer é que os nossos museus, muitas vezes, estão em prédios cuja identidade predial é centenária, são prédios muito antigos – 150, alguns de 200 anos – e que nunca foram projetados para serem museus. Em 2019, dos 30 grandes museus que administramos, só dois tinham alvará de Corpo de Bombeiros, era uma dificuldade muito grande compatibilizar a concessão desse alvará, que é estadual, com a proteção à identidade patrimonial do edifício, que é federal. Nós conseguimos avançar muito, hoje já são 11. E temos 24 planos de proteção e combate a incêndios já aprovados nas duas instâncias, no Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] e no Corpo de Bombeiros de cada um desses estados”, explicou o presidente do Ibram, acrescentando que “a sociedade brasileira vê no alvará dos bombeiros a certificação de que o edifício e a população que ali frequenta estão seguros’’. 

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Além dos desafios da gestão patrimonial, o Ibram também tem trabalhado na adaptação dos museus à era digital, principalmente no momento pós-pandemia. “A pandemia foi um grande divisor de águas, antes tínhamos uma página muito árida, e a pessoa que a visitava não conseguia grandes experiências. Hoje não, a população é ávida por ter a fruição cultural pela via digital, para ter uma experiência real nesse universo. Isso demanda uma série de iniciativas: já temos grande parte do patrimônio digitalizado, convênios com universidades para desenvolver produtos, o metaverso é uma realidade que veio para ficar e que traz uma infinitude de possibilidades”, afirmou Mastrobuono. 

O presidente do Ibram tratou dos impactos da cultura na sociedade e a importância da preservação da memória e identidade nacionais. “A economia criativa no Brasil é 4% do nosso Produto Interno Bruto, o PIB. Isso, além de tudo, serve de apoio psicológico, [consumir arte] funciona quase como um antidepressivo, é um estímulo e a gente sente isso. Por exemplo, os países asiáticos hoje têm uma indústria muito forte, há um leque enorme de séries coreanas, e o que é aquilo? É o povo coreano se vendo nas suas tradições. Isso é o resgate de uma identidade e a identidade não é só um sentimento de pertencimento, mas a expectativa de um futuro coletivo, as pessoas têm esperança de serem protegidas por aquela sociedade na qual estão inseridas. Sem a cultura, esse tecido vai se esgarçando e as pessoas se sentem abandonadas”, concluiu. 

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Confira a entrevista completa na TV Brasil neste domingo (11), às 22h30. Clique aqui e saiba como sintonizar.

Edição: Graça Adjuto

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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