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Racismo no México “é brutal e hipócrita”, diz senadora no Latinidades
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Com conferência, workshop de dança tradicional haitiana, feira de empreendedorismo preto e muitos shows, o Festival Latinidades prossegue neste sábado (22), no Centro Cultural São Paulo (CCSP), promovendo uma vasta programação para impulsionar as trajetórias de mulheres negras nos mais diversos campos de atuação.
Hoje, a programação teve início às 14h30 com uma conferência para discutir o direito coletivo na lei do patrimônio cultural dos povos e comunidades indígenas e afro-americanas. A conferência contou com a participação da artista e senadora mexicana Susana Harp, que apresentou seu livro Afro-México. “O livro é o resultado de um trabalho legislativo. Sou uma cantora mexicana e investigadora, mas agora, há cinco anos, sou senadora do México e um dos temas importantes tem sido o reconhecimento constitucional dos povos e comunidades afro-mexicanos que não estavam reconhecidos”, defendeu, em entrevista à Agência Brasil.
Segundo a senadora, o racismo no México “é brutal e hipócrita”, condenando muitas pessoas à invisibilidade, e só será vencido com “o despertar da consciência humana”. “É um processo que começa dentro das pessoas”.
Festival
O Festival Latinidades, considerado o maior festival de mulheres negras da América Latina, é um espaço de articulação política e cultural em torno do 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Com uma programação multilinguagem, que envolve oficinas, palestras, debates, rodas de negócios e música, esta edição do evento explora como tema o Bem-Viver, conceito que encontra ressonância nos modos de viver dos povos da floresta e povos tradicionais da América Latina.
“Estamos desdobrando o tema Bem-Viver em diversas atividades. Este é um conceito que está em disputa, apesar de ser milenar e ancestral e está mais atual do que nunca. Estamos buscando trazer várias perspectivas sobre esse tema como no campo da política pública, da reparação, da justiça e do bem-estar. O Bem-Viver é um conjunto de conceitos muito complexos, mas que está aí para contrapor esse modelo de sociedade exploratório, racista, misógino e opressor e que não é sustentável. E nada melhor do que o campo da arte e da cultura para promover essa transformação”, disse Jaqueline Fernandes, diretora-geral do Festival Latinidades.
Neste sábado, a programação do Latinidades será até às 21h, com uma série de shows musicais, entre eles, apresentações das cantoras Ellen Oléria e Zezé Motta. “Os ingressos online já se esgotaram, mas as pessoas podem vir aqui porque haverá mais ingressos na bilheteria do CCSP”, convida Jaqueline.
Já amanhã (23) a programação continua, mas muda de endereço: deixa o Centro Cultural São Paulo e se desloca para o Museu das Favelas. “Amanhã nossa programação é dedicada aos 50 anos da cultura hip hop, essa cultura potente que contribuiu muito para a formação dos jovens de periferia no Brasil, especialmente os jovens negros. E, como um festival de mulheres negras, trazemos esse protagonismo das mulheres na cultura hip hop com o Fórum Estadual de Mulheres do Hip Hop”, explica Jaqueline. O evento no Museu das Favelas vai ocorrer entre 10h e 18h.
A programação completa do festival em São Paulo, além da distribuição de ingressos, pode ser conferida no site.
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) apoia a edição 2023 do Festival Latinidades.
Fonte: EBC GERAL


BRASIL
Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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