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Show no Rio liga canções de várias épocas a obra de Machado de Assis

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Com ingressos populares (R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia-entrada) e classificação livre, o Centro da Música Carioca Artur Távola, localizado na Tijuca, zona norte do Rio, recebe hoje (13), às 19h, o espetáculo Cantos Fluminenses. O show faz uma ligação entre composições musicais sobre a capital do estado e o livro Contos Fluminenses, do escritor Machado de Assis. Há tradução na Língua Brasileira de Sinais (Libras) para pessoas com deficiência auditiva.

Os cantores Mariana Baltar, Wladimir Pinheiro e Lui Coimbra encarnam os personagens das canções, acompanhados por Luís Barcelos, no bandolim e cavaquinho, e Marcos Suzano, na percussão. Para Mariana Baltar, “cantar o nosso Rio de Janeiro, com inspiração nos contos de Machado de Assis, é mergulhar em certas minúcias e detalhes da cidade; é contar um bocado da nossa história de forma deliciosa e especial”.

A produtora musical Renata Grecco, idealizadora do espetáculo do qual também é diretora, contou que a inspiração surgiu um dia, quando desceu o bairro de Laranjeiras, onde mora, para levar o filho à escola, e viu, em frente à Rua Cardoso Júnior, um pedaço de trilho de trem fora do asfalto. Imediatamente, aquilo a remeteu ao escritor Machado de Assis, de quem sempre foi fã, e que morou no bairro vizinho do Cosme Velho.

“Sou apaixonada por Machado de Assis. Foi um cronista excepcional no tempo dele e com textos que são totalmente contemporâneos. Os personagens de Machado, a gente identifica eles hoje no supermercado, na rua”. Olhando os trilhos do trem, Renata pensou: “Tem uma história do Machado querendo ser contada por mim”. A decisão então foi contar as histórias de Machado referentes ao Rio de Janeiro por meio de músicas.

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Ponte

O Rio de Machado de Assis em canções faz uma ponte entre composições feitas sobre a cidade e o livro, um dos primeiros do escritor. Renata selecionou músicas do cancioneiro brasileiro dos anos 30 e 40 até os tempos atuais que tivessem relação com os contos e chegou a uma lista grande que incluía em torno de 40 a 50 canções. “Fui fazendo um roteiro que desse esse passeio pelo Rio de Janeiro”.

O show tem subtextos dos contos de Machado de Assis e outros que são falados durante o espetáculo por Wladimir Pinheiro, que também é ator. Além disso, são projetadas imagens do fotógrafo Marc Ferrez, da época de Machado de Assis, envolvendo a transformação pela qual a cidade do Rio foi passando. “Algumas canções têm a ver com o enredo de alguns contos, com alguns personagens”. Por exemplo, um conto famoso de Machado se intitula A Mulher de Preto e trata da infidelidade, tema recorrente na obra do escritor. Para ilustrá-lo, foi escolhida a canção Beijo Sem, de Adriana Calcanhoto.

As viagens de bonde, mostradas em vários contos de Machado, estão presentes nas músicas E o 56 Não Veio, de Wilson Batista, Lá Vem o Ipanema e na jocosa Shopping Móvel, de Luizinho To Blow e Cláudio Guimarães. “Eu fui buscando fazer esses paralelos entre a época de Machado e essas canções e marchinhas que também tinham a característica de fazer uma crônica de sua época, com os cronistas atuais, que são esses compositores maravilhosos”, contou Renata.

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O mais famoso dos contos, Miss Dollar, é representado no show por Pra Que Discutir com Madame?, de Haroldo Barbosa e Janet de Almeida, e o amor idealizado, por Eu Sonhei Que Estavas Tão Linda, de Lamartine Babo e Francisco Mattoso. Ainda no roteiro estão as músicas Praça Mauá, de Aldir Blanc e Moacyr Luz, Sertaneja (Nenê), de Catulo da Paixão Cearense e Ernesto Nazareth, e Mocinho Bonito, de Billy Blanco.

Na internet

O projeto foi lançado inicialmente em formato digital, em 2020, durante a pandemia de covid-19, e teve uma apresentação experimental em agosto do ano passado no Imperator – Centro Cultural João Nogueira, no Méier, zona norte carioca, contemplado dentro da Lei Aldir Blanc. Hoje chega ao Centro da Música Carioca Artur Távola, dentro do edital Retomada Cultural 2, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.

O espetáculo será transformado agora em disco. Renata adiantou que a meta é, em seguida, fazer o lançamento do disco levando o show para outros espaços culturais do Rio, além de ir para São Paulo e outras cidades do país. “É só alegria. Cada vez, ele cresce mais; cada vez, o show fica mais gostoso”, afirmou. 

Edição: Graça Adjuto

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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