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Taxa de recusa em responder ao Censo é duas vezes maior em São Paulo

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O estado de São Paulo tem uma taxa de recusa em responder ao Censo 2022 que é quase o dobro da média nacional. Entre os paulistas, 4,85% não receberam os recenseadores responsáveis pela coleta. No Brasil, a taxa é de 2,6%.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que entraves criados por condomínios de alto padrão podem explicar parte dessas negativas. A meta é concluir a coleta até o final deste mês. O Disque-Censo 137 é a ferramenta disponível para quem ainda não respondeu ao questionário e deseja agendar uma visita do recenseador.

“A principal motivação que a gente percebe é justamente a maior concentração de condomínios, principalmente de alto padrão, que têm mais restrições de acesso, têm portaria eletrônica, às vezes têm regras que o próprio condomínio estabelece de contato prévio com morador”, aponta Wagner Silveira, coordenador de divulgação do Censo SP. Nesses casos, considera-se que houve recusa indireta. O procedimento do IBGE estabelece que sejam feitas três tentativas e a recusa é anotada quando o morador diz que não irá responder.

Silveira ressalta que, apesar de os números serem mais altos em São Paulo, a maioria dos paulistas está colaborando com a pesquisa. “A meta é concluir os trabalhos até o final de janeiro. Estamos próximos de 80% do estado já coletado. Temos esse período para conseguir finalizar, lembrando que uma parte dos municípios já foi concluída. O esforço maior agora é nas cidades de maior porte e capital”, acrescenta.

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Agendamento

O IBGE aposta no agendamento direto pelo Disque-Censo 137 para chegar aos que querem participar da pesquisa. “O morador solicita diretamente o agendamento, então já quebra toda essa cadeia. Criando essa oportunidade de contato, o próprio condomínio não pode criar nenhum tipo de restrição”, sugere o coordenador. Ele aponta que, do ponto de vista estatístico, uma taxa aceitável de recusa é em torno de 2%, equivalente à verificada em âmbito nacional.

Multa

Para quem se recusa a responder o censo, há uma multa de até dez salários mínimos prevista em lei, mas Silveira destaca que o órgão atua no convencimento para o exercício desse direito. “O objetivo não é aplicar multa, é ter informação de qualidade. E a gente sabe que isso depende da boa vontade das pessoas. Então nós buscamos a entrevista voluntária dos moradores para ajudar justamente a finalizar esse grande trabalho tão importante para o país.” Essa mesma lei garante o sigilo das informações e proíbe que os dados sejam usados para outro fim que não a produção de dados estatísticos pelo instituto.

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Entrevista

São dois tipos de questionários e somente no momento em que a entrevista é iniciada o equipamento seleciona qual deles será aplicado. O mais simples dura em torno de três a cinco minutos e o mais extenso varia de acordo com o tamanho da família. Silveira aponta que, para uma família com quatro integrantes, o questionário leva em torno de 20 minutos. Somente um dos moradores responde ao questionário.

O coordenador do IBGE lembra que o censo, mais do que uma obrigação, é um direito. “Por exemplo, o repasse de recursos federais para os municípios depende do tamanho da população, o efetivo da Polícia Militar é dimensionado com base nos dados do censo. Toda vez que alguém se abstém de dar essa informação, quem está perdendo é o morador, é a sociedade, é a coletividade.”

Edição: Denise Griesinger

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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