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USP: telescópio para observar o Sol é reaberto em São Carlos
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Por que ocorrem as fases da Lua? Por que existem as estações do ano? Por que é tão difícil encontrar outro planeta habitável? Estas são algumas das perguntas que podem ser respondidas com experiências práticas no Observatório Dietrich Schiel, na Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, no interior paulista. Em fevereiro, o Centro de Divulgação Científica e Cultural recebe visitantes presenciais, gratuitamente, duas vezes na semana em quatro horários.
Uma das principais atrações do local é o telescópio centenário com 3 metros de tubo que permite observar o Sol. “O telescópio vai captar a luz do sol e vai projetar a imagem em uma tela de forma que as pessoas não precisem colocar o olho na lente”, explica André Luiz da Silva, astrônomo do observatório. Para ver o Sol, o tempo precisa ajudar e o céu não pode ter muitas nuvens. O instrumento é usado também, por exemplo, para registrar a passagem do cometa Halley, visível na Terra a cada 76 anos.
Silva explica que, nesta época do ano, o Sol apresenta algumas manchas. “É possível ver o círculo do Sol bem claro e com a ocorrência de algumas manchas escuras na superfície. A gente fala um pouco sobre ele, sobre o que são essas manchas, por que elas aparecem, e em que ciclo elas desaparecem”, diz o astrônomo, antecipando os temas que são abordados no tour guiado. As visitas devem ser agendadas e ocorrem às quartas-feiras (14h e 15h) e às sextas-feiras (10h e 11h). O público máximo atendido é de dez pessoas por horário.
Passeio guiado
“O tour é um passeio guiado com os monitores que abordam alguns equipamentos didáticos que ficam ao ar livre ao redor do prédio do observatório aqui da USP”, aponta Silva. Um dos atrativos do Jardim do Céu na Terra, como o local é chamado, é a semiesfera armilar. “É uma espécie de relógio de Sol e ao mesmo tempo é um instrumento de ensino de astronomia que permite saber a posição do Sol ao longo do ano, para saber quando é verão, quando é primavera.”
Quem visitar o jardim também pode conhecer o Sistema Solar em escala real, de tamanho e de distância. “Ele mostra como o Sistema Solar é extenso, e como os planetas são pequenos dentro dessa imensidão”, destaca o astrônomo. Ele brinca, dizendo que é possível passear por milhões de quilômetros andando apenas alguns metros. E tem também o Cruzeiro do Sul em três dimensões. “Dependendo da posição em que a gente esteja, não se vê Cruzeiro nenhum, e em uma posição específica marcada no chão é possível ver.”
Para fazer a visita é necessário o uso de máscara cobrindo nariz e boca, e apresentar comprovante de vacinação contra a covid-19. O comprovante deverá ser acompanhado de um documento com foto. Crianças menores de 12 anos estão dispensadas da apresentação do documento.
“Os centros de ciências, planetários e observatórios didáticos, como o nosso, têm como principal função levar esse conhecimento que é fascinante, amplo, especializado, mas que às vezes não chega para toda a população. Apesar do conhecimento astronômico estar bem avançado, de termos milhares de anos de dados e pesquisas, muita gente nunca olhou em um telescópio”, lamenta o astrônomo.
Edição: Maria Claudia


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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