BRASIL
Vestígio de sangue é achado em barco de suspeito no Amazonas, diz PF
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A Polícia Federal (PF) do Amazonas, que coordena as forças de segurança na Operação Javari, informou nesta quinta-feira (9) que vestígios de sangue foram encontrados na embarcação de Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos, conhecido como “Pelado”, preso em flagrante na última terça-feira (7). Ele foi detido em uma abordagem por posse de drogas e munição calibre 762, de uso restrito. Ele também estava portando armamento de caça. A suspeita é que ele possa estar envolvido no desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira.
“A prisão temporária do suspeito já foi requerida e o material coletado está a caminho de Manaus, no helicóptero tático Black Hawk, para ser periciado”, informou a corporação em nota.
Phillips, que é colaborador do jornal britânico The Guardian, e Pereira, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), foram vistos pela última vez na manhã de domingo (5), na região da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares. Eles se deslocavam da comunidade ribeirinha de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte (AM), quando sumiram sem deixar vestígios. O indigenista já havia denunciado que estaria sofrendo ameaças na região, informação confirmada pela PF, que abriu procedimento investigativo sobre essa denúncia. Bruno Pereira estava atuando como colaborador da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), uma entidade mantida pelos próprios indígenas da região.
O Vale do Javari concentra 26 etnias indígenas, a maioria com índios isolados ou de contato recente. Além disso, fica na fronteira com o Peru e é rota de circulação do tráfico internacional de drogas. Uma região considerada perigosa pelas autoridades.
Ainda segundo a nota divulgada pela Superintendência da PF no Amazonas, nas últimas 24 horas a Operação Javari realizou busca fluvial na região do rio Itaquaí, último local de avistamento de Bruno Pereira e Dom Phillips. De acordo com o balanço informado, foram percorridos cerca de 100 quilômetros (km) pela calha do Itaquaí e seus afluentes.
“Todas as comunidades no percurso foram abordadas, especialmente as de Santa Cruz, Cachoeira, São Gabriel e São Rafael. Além da busca fluvial, foi realizado um reconhecimento aéreo no itinerário de Atalaia do Norte até a base da Funai na entrada da terra indígena Vale do Javari, percorrendo pontos de interesse para a busca aos desaparecidos e para as investigações”, diz a nota. Até agora, os custos da operação somam R$ 684 mil.
Ontem (8), o comitê de crise formado por diferentes forças de segurança pública, coordenadas pela PF, informou que mais de 250 profissionais estão sendo empregados na operação, incluindo especialistas em busca e resgate na selva, bem como duas aeronaves, três drones, 16 embarcações e 20 viaturas. As buscas seguirão de forma contínua, sem prazo para terminar, até que se defina por uma suspensão ou mudança de estratégia, informaram as autoridades.
Reino Unido
Mais cedo, em nota publicada nas redes sociais, a embaixadora interina do Reino Unido no Brasil, Melanie Hopkins, comentou sobre o desaparecimento. “Estamos profundamente preocupados que o jornalista britânico Dominic Phillips e o indigenista Bruno Pereira ainda não foram encontrados. Estamos cientes de que este continua sendo um momento angustiante para suas famílias e amigos”, postou. Segundo a diplomata, o governo britânico está dando apoio consular à família de Phillips e em contato próximo com autoridades do mais alto nível no Brasil para se manter atualizado em relação aos esforços de busca e resgate.
“Entendemos que a localização remota da região impõe desafios logísticos consideráveis e já solicitamos ao governo brasileiro que faça todo o possível para apoiar a investigação do caso. Agradecemos a assistência prestada até o momento”, acrescentou.
Pelas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira Marinha, Exército e Aeronáutica, além do Ministério das Relações Exteriores e da Polícia Federal, dentre outros órgãos, estão trabalhando “de forma intensa” na busca dos desaparecidos. “Nós queremos solucioná-lo e levar conforto aos familiares”, disse Bolsonaro.
Edição: Bruna Saniele


BRASIL
Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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