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Análise: Filipe Luís supera expulsão e estratégia de ceder posse a rival pouco criativo garante vitória para o Flamengo
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“Meu pensamento era proteger a defesa, entregar a bola para o Corinthians e saber que eles iam ter que criar”. Assim Filipe Luís deu uma breve explicação sobre o que quis fazer ao trocar Gabigol por Fabrício Bruno aos 27 minutos do primeiro tempo, quando Bruno Henrique foi expulso devido a uma entrada imprudente em Matheuzinho. Surpreendente a mexida? Sim. Eficaz? Muito.
Deu certo, o Flamengo conseguiu passar mais de 60 minutos sem grandes arranhões diante de um time com superioridade numérica, mas com pouco poder de criação. A semifinal reafirmou o óbvio: que o Rubro-Negro, mesmo cheio de desfalques e com menos um desde o início, está muito acima do Corinthians. Não sofreu e teve até boas chances de vencer. O 0 a 0 foi suficiente, e o clube mais popular do país chegou à 10ª final de Copa do Brasil da sua história, a terceira consecutiva.
Equilíbrio no 11 a 11
O Corinthians saiu do losango que deu os corredores ao Flamengo no Maracanã. No Rio, as dobras ofensivas pelos lados deram muito certo, e o gol saiu pela esquerda numa combinação entre Bruno Henrique e Alex Sandro. Neste domingo em Itaquera, Ramón Díaz colocou dois volantes à frente da defesa para cobrir os avanços pelas pontas.
Os times ficaram espelhados no 4-2-3-1 e surpreendentemente o jogo começou equilibrado, com o Flamengo errando muito e tendo um Gabigol que insistia em sair da área. Apesar dos problemas técnicos apresentados no início, o Corinthians batia muito, e faltas perto do gol de Hugo Souza se ofereciam. Numa delas, aos oito minutos, Arrascaeta levantou, e Alex Sandro abriu o placar. Por milímetros, o gol acabou anulado.
Depois do estranhamento à diferente postura do Corinthians, o Flamengo foi ficando confortável no jogo, e Bruno Henrique era o melhor do time em campo, dando profundidade e agressividade aos rubro-negros. O problema é que aos 27 minutos do primeiro tempo tomou uma decisão muito infeliz.
Ao pressionar passe de Hugo Souza para Matheuzinho, tentou fazer o corte para botar a bola na frente e acertou a cabeça do ex-companheiro e amigo. Embora não tivesse a intenção, “sem querer também é falta”, como disse Gerson após o apito final. Cartão vermelho para BH.
Fabrício Bruno é a surpresa de Filipe Luís
Ciente de que o Corinthians estava forte pelos lados, talvez a mexida mais esperada fosse a entrada de Michael, que tem fôlego para fazer o jogo de ida e volta e não deixar o lado esquerdo desprotegido num momento em que Alex Sandro já estava amarelado. Pois Filipe Luís decidiu pela mudança que surpreendeu a todos e fez muito rubro-negro torcer o nariz: tirou Gabigol e colocou Fabrício Bruno, montando o Flamengo no 5-3-1, com Arrascaeta de falso 9.
Aos olhos de quem assistia o jogo, o problema não era a entrada de Fabrício Bruno, que entrou muito bem. A questão era por que jogar com três zagueiros e se expor a uma possível pressão adversária. Sobre Michael, aliás, o técnico deixou claro que o atleta não está 100% de suas condições ideais desde que voltou de lesão.
O planejamento de Filipe se concretizou. O Corinthians tinha a bola, mas não conseguia infiltrar por dentro porque a intermediária defensiva do Flamengo estava povoada. Garro, o melhor jogador do adversário, não conseguia se criar. O máximo que fez foi um chute de fora da área.
Com um meio pouco criativo, a ideia corintiana era apostar nos corredores que Filipe Luís propositalmente concedera. Dito e feito: o Corinthians cruzou 31 bolas durante o jogo, mas a grande maioria não gerou qualquer tipo de dano a Rossi. Yuri Alberto, que não é um exímio cabeceador, perdeu uma boa chance pelo alto em um dos raros vacilos do sistema defensivo, no segundo tempo.
Mexidas tornam Flamengo mais perigoso na etapa final
As mexidas do intervalo melhoraram o cenário da partida para o Flamengo contra-atacar. Filipe Luís tirou Alex Sandro, amarelado, e colocou Ayrton Lucas, que tem mais fôlego para carregar a bola até o fundo. Já Ramón Díaz tirou o volante Martínez e apostou no meia Carrillo.
Com o Corinthians menos marcador, o Flamengo passou a atacar mais pelos flancos. A dobra pela direita deu muito certo. Gerson, maestro do time e melhor jogador em campo, entendia-se bem com Wesley, outro que fez uma partidaça. Pela esquerda, porém, De la Cruz e Ayrton não conseguiam o mesmo e esbarravam em muitos erros técnicos. A essa altura, Arrascaeta já estava extenuado e pouco conseguia machucar o rival. Ainda assim, seu poderio técnico ajudava o Fla a prender algumas bolas na frente.
Conforme o Corinthians se frustrava com as tentativas sem sucesso de vencer a boa marcação adversária, o Flamengo ganhava força com Alcaraz no lugar do lesionado De la Cruz, que levou a mão à posterior da coxa direita aos seis minutos da etapa final.
Alcaraz mexeu-se bastante e conseguiu boas combinações com Ayrton, que cresceu sutilmente a partir da entrada do argentino. Entendeu-se bem também com Gerson e Arrascaeta e puxou alguns contra-ataques.
Após mais uma das grandes jogadas de Gerson, o meia chutou uma bola de fora da área que por pouco não complicou a vida de Hugo com um desvio na defesa corintiana.
Aliás, por falar em Gerson, o Coringa esteve perto de fechar a atuação de gala com um golaço. Aos 40 minutos do segundo tempo, com o Corinthians já nas cordas, ele, Wesley e Plata fizeram uma boa triangulação. A parte final da jogada é sensacional: o camisa 8 recebe na área e entorta Carrillo com um lindo drible. A finalização, também bonita, por pouco não morreu no ângulo direito de Hugo.
Aos 40 min do 2º tempo – chute dentro da área para fora de Gerson do Flamengo contra o Corinthians
Se Filipe Luís já promovera uma mudança de comportamento nos dois primeiros jogos em que teve força máxima – vitórias sobre o próprio Corinthians e Bahia -, neste domingo foi a vez de ele fazer a primeira troca que surpreende a todos e ganha jogo. A classificação tem a assinatura do treinador. Sim, ele foi ajudado pela qualidade de Gerson, por um Pulgar incansável e extremamente técnico e também por um Wesley que brigou o tempo inteiro pela direita. Mas a figura mais decisiva em Itaquera tem nome: Filipe Luís.
GLOBO ESPORTE


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