Search
Close this search box.
CUIABÁ

ESPORTES

Steph Curry, o craque do reconhecimento tardio

Publicados

ESPORTES

Recém-coroado campeão da NBA pela quarta vez na carreira e MVP (jogador mais valioso) das Finais pela primeira vez, com o segundo destes troféus ao lado dele na mesa de entrevista coletiva, a primeira pergunta que Stephen Curry respondeu após conquistar o título diante do Boston Celtics, no início da madrugada desta sexta-feira (17), foi sobre o significado de enfim conquistar a taça individual.

“Esqueça isso, somos campeões. Por que começar com essa pergunta?”, rebateu Curry.

Por mais que ele refute ou possa simplesmente não se importar com o feito em questão, é fato que a conquista, ou melhor, a ausência dela serviu durante anos como o último argumento ainda de pé para seus detratores. Como ser considerado de fato um dos melhores da história se, mesmo campeão por três vezes, em nenhuma delas ele foi eleito o melhor em quadra numa decisão? Agora esse requisito imaginário não existe mais como obstáculo. E isso abre os olhos para o quanto uma lenda viva do basquete mundial teve que fazer para ser validado da mesma forma que outras estrelas, muitas delas sem um currículo tão carregado.

Aos 34 anos, antes de pisar na quadra na final, Curry já possuía o seguinte repertório: três títulos da NBA, dois troféus de MVP da temporada regular, dois de cestinha da temporada, um de MVP do Jogo das Estrelas e um de MVP das Finais de Conferência (prêmio criado nesta temporada). Além disso é o recordista em bolas de três tanto na história da NBA quanto em uma temporada e membro do prestigioso clube dos principais 75 nomes da liga na história.

No entanto, seus feitos foram vistos por muitos como menos impressionantes pelo fato de jogar em uma equipe considerada acima da média, em um sistema de jogo de transição, movimentação constante sem a bola e valorização dos arremessos de longa distância que dominou a liga por anos. No primeiro título, em 2014-2015, o prêmio de melhor jogador das Finais foi para Andre Iguodala, responsável por marcar LeBron James (que teve mais de 35 pontos de média naquela série). Em 2016-2017 e 2017-2018, o astro Kevin Durant, que reforçou um elenco já bastante talentoso, recebeu a honra, com jogadas decisivas e sendo o principal pontuador.

Leia Também:  Seleção é convocada para Finalíssima Feminina contra a Inglaterra

A impressão é de que muitos experts e ex-atletas demoraram a reconhecer que era possível vencer e ser uma estrela de primeira linha tendo o arremesso de longa distância como principal arma. Durante décadas foi ensinada a ideia de que a forma certa de jogar basquete é buscar majoritariamente o arremesso próximo ao aro. Bolas de três eram mais espetáculo do que estratégia a ser levada a sério. Além disso, durante os anos de ouro do Warriors, a constante sensação de que os títulos do time eram inevitáveis pareceu deixar um gosto azedo em quem preferia um cenário de maior equilíbrio. O novo estilo de jogo em voga e a figura mais representativa disso, Curry, estariam acabando com o basquete.

Nas duas últimas temporadas, com a franquia saindo dos holofotes por causa de um período de entressafra após a saída de Durant, a percepção de Curry passou a mudar. Em 2019-2020, ele fraturou a mão logo no início da temporada e o Golden State acabou com a pior campanha da liga. Em 2020-2021, com Curry recuperado, mas acompanhado de um elenco ainda desfalcado e recheado de jovens e jogadores procurando espaço na liga, o Warriors não foi aos playoffs. Ali alguns céticos caíram, pois o armador alcançou a melhor média de pontuação da carreira (32,0 por jogo) e parecia jogar apenas por diversão. Mesmo assim, seguia sem o suposto requisito para entrar na discussão de maiores figuras da história.

Leia Também:  Com recordes, atletas obtêm índice para Mundial de natação paralímpica

O curioso é que, quando enfim alcançou o que faltava, a temporada como um todo não foi das mais brilhantes. Reconhecido como um chutador de elite, pela primeira vez na carreira (desconsiderando o ano da lesão) ele acertou menos de 40% dos arremessos de três (converteu 38%, número ainda acima da média). Além disso, teve longos períodos de performances abaixo do seu (alto) nível habitual e terminou a temporada regular lesionado.

Porém, no momento mais importante foi decisivo, com média de 30,6 pontos na final e 43 pontos no importantíssimo jogo 4, em Boston, que foi a guinada na série. Ficou impossível não reconhecer quão essencial ele foi e coroar isso com o prêmio de MVP das Finais. Mas o valor maior para ele não foi esse. Mas foi superar as desconfianças sobre a capacidade de ser campeão mais uma vez. Para muitos, ele nunca seria campeão novamente. Consequentemente, o tal prêmio que faltava era inalcançável.

“Lembro claramente de alguns especialistas mostrando um grande zero quando responderam quantos títulos nós venceríamos dali em diante por tudo que passamos nas últimas duas temporadas. Nós ouvimos isso tudo, sem deixar nos distrair, mas carregamos isso. Quando chegamos aqui, tudo isso sai. É especial”, declarou Curry.

Assim, Curry praticamente assumiu que as discussões alheias não entram por um de seus ouvidos e saem pelo outro. E, agora, deve desfrutar de um dos momentos de maior paz de sua carreira. Aquele em que não há mais o que falar sobre ele. Não que fosse justificado antes, mas agora não há mais nada. O reconhecimento veio, de uma forma possivelmente mais tardia do que para qualquer outra estrela multicampeã da NBA, mas veio.

Edição: Fábio Lisboa

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

ESPORTES

Chicago Fire Entra na Disputa pelo Passe de Neymar, Concorrendo com o Inter Miami

Publicados

em

A possibilidade de Neymar jogar nos Estados Unidos ganha força, com clubes da Major League Soccer (MLS) intensificando os contatos para contar com o craque. De acordo com o jornal francês L’Equipe, o Chicago Fire entrou na disputa com o Inter Miami para contratar Neymar, que tem contrato com o Al-Hilal, da Arábia Saudita, até o final da temporada 2024.

Ambos os clubes já teriam iniciado conversas com a equipe de Neymar para tentar concretizar o negócio para a próxima temporada. Em janeiro, o brasileiro revelou o desejo de reencontrar seus amigos Messi e Suárez, com quem jogou no Barcelona, e comentou sobre a possibilidade de reviver o trio no Inter Miami.

“Jogar novamente com Messi e Suárez seria incrível. Eles são meus amigos. Ainda nos falamos. Seria interessante reviver esse trio”, afirmou Neymar.

Em dezembro, Jorge Más, dono do Inter Miami, falou sobre o interesse no jogador, embora tenha destacado que é cedo para tratar de nomes específicos. David Beckham, também proprietário do clube, compartilhou do mesmo sonho.

Leia Também:  Com recordes, atletas obtêm índice para Mundial de natação paralímpica

“Neymar é jogador do Al-Hilal. Não sei o que ele pretende, mas se quiser vir para os EUA e para o Inter Miami, quem não quer um jogador dessa categoria? Nosso objetivo é reforçar o elenco, mas temos limitações da liga e precisamos ter cuidado com isso”, declarou Más.

Neymar, que assinou contrato com o Al-Hilal em outubro de 2023 até junho de 2025, tem enfrentado uma série de lesões desde sua chegada ao clube árabe, incluindo uma ruptura do ligamento cruzado anterior e menisco do joelho esquerdo, que o afastou por mais de 12 meses. Após retornar aos gramados em outubro, o atacante sofreu uma nova lesão, desta vez na coxa direita, que o impediu de jogar em 2024.

Embora tenha sido cogitada uma possível rescisão de contrato com o Al-Hilal, Neymar segue treinando e é uma das estrelas esperadas para o Super Mundial de Clubes.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA