JURÍDICO
Grandes juristas marcaram a história com sua luta
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Hoje, se celebra o início do Mês da Advocacia. Profissão milenar, uma das mais antigas existentes, a advocacia no Brasil vem desde o Primeiro Império. Em 11 de agosto de 1827, Dom Pedro I criou os dois primeiros cursos de direito do Brasil, em São Paulo e Olinda, com a intenção de fomentar a intelectualidade no país e formar as futuras gerações de autoridades, políticos, diplomatas, além, por óbvio, de juristas. A data foi a escolhida para a comemoração do Dia do Advogado. Ao longo desses anos, foi, de fato, o que aconteceu.
A profissão foi sempre central na construção da história brasileira. Advogados lutaram por direitos e garantias em diferentes contextos e regimes políticos, contribuíram com a própria formação do Estado e da sociedade brasileira. E, no exercício da atividade, alguns nomes de juristas são referência, exemplo, motivo de admiração e modelo.
No decorrer do mês, publicaremos, seguindo o critério da ordem alfabética, pequenos perfis de mulheres e homens que militaram na profissão. Trata-se de uma lista, uma seleção de nomes que orgulham e enobrecem a advocacia. Começaremos com a professora e processualista Ada Pellegrini Grinover. Veja a seguir:
ADA PELLEGRINI GRINOVER
Nascida em Nápoles em 1933, Ada Pellegrini se tornou uma das juristas mais importantes do Brasil. Processualista, durante os 84 anos de vida, Ada participou da reforma do Código de Processo Penal e do Código de Defesa do Consumidor, foi coautora da Lei de Interceptações Telefônicas, da Lei de Ação Civil Pública e da Lei do Mandado de Segurança e fez pesquisas sobre meios alternativos de solução de controvérsias. Atuou, inclusive, na elaboração da Constituição Federal de 1988.
Na vida acadêmica, dedicou-se à Universidade de São Paulo, onde se tornou livre-docente e deu aulas até a aposentadoria compulsória, aos 70 anos. Depois disso, passou a atuar na elaboração de pareceres e memoriais. O currículo da professora lista mais de 100 livros dos quais foi autora ou organizadora, bem como outras 160 obras sobre direito nas quais ela escreveu capítulos. Ada faleceu em 2017, em São Paulo, ainda trabalhando ativamente. Foi procuradora do Estado de São Paulo entre 1970 e 1992. Recebeu o título de doutora honoris causa pela Universidade de Milão e foi membro da Academia Paulista de Letras.
Atuou também como árbitra e advogada, em procedimentos arbitrais, e ministrou palestras. Para além do conhecimento técnico evidente, ficou conhecida pela facilidade de tratar dos mais diversos temas, tal qual por um humor ácido. Ela era filha do advogado e professor universitário Domenico Pellegrini Giampietro, que foi ministro da Fazenda da República Social Italiana, entre 1943 e 1945. Diante da situação política delicada da Europa no pós-guerra,
Ada Pellegrini emigrou com a família para o Brasil em 1951, estabelecendo-se em São Paulo. Fez história no país e, quando da morte de Ada, o então presidente da seccional da OAB de São Paulo Marcos da Costa decretou luto oficial em homenagem à jurista: “Neste momento, dedico meus sentimentos aos familiares, amigos e alunos da nossa eterna e querida professora que é uma referência para toda a advocacia nacional”. Foi, assim, a primeira professora a ter o nome em uma das salas do prédio histórico da Faculdade de Direito da USP, as Arcadas, no Largo São Francisco, com a reforma feita pelo Instituto Brasileiro de Direito Processual (IBDP), o qual ela presidiu e no qual tornou-se depois presidente honorária.
Fonte: OAB Nacional


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CNJ identifica ‘esquema organizado de venda de decisões’ envolvendo desembargador e Zampieri
A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão responsável por administrar e fiscalizar o Poder Judiciário, recebeu o desembargador Sebastião de Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, levantando suspeitas de venda de decisões judiciais e pagamentos realizados via PIX e até em barras de ouro. Sebastião de Moraes Filho foi afastado de suas funções em agosto enquanto o CNJ investiga a possibilidade de ele ter recebido propinas em troca de decisões.
O caso também é alvo de um inquérito criminal e foi considerado de tal gravidade que o ministro Luís Felipe Salomão, então corregedor do CNJ, levou a questão ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do conselho, para uma solução em conjunto. “Evidenciam-se elementos suficientes para recomendar o afastamento do magistrado, na medida em que não é possível que o desembargador permaneça em atuação em unidade tão sensível, como é um gabinete de segundo grau de câmara de direito privado”, diz um trecho da decisão , referendada pelo plenário do CNJ.
Conversas obtidas no celular do advogado Roberto Zampieri, que foi assassinado em dezembro de 2023, na porta de seu escritório em Cuiabá, colocaram o desembargador na mira do CNJ. Ao todo, eles trocaram 768 mensagens entre 14 de junho de 2023 e 5 de dezembro de 2023, revelando uma relação próxima, com trocas sobre futebol e viagens, além de livre acesso ao gabinete do desembargador.
As mensagens também indicam a influência do advogado no trabalho do magistrado e o pagamento de propinas para decisões desenvolvidas aos clientes de Zampieri. Em uma das conversas, o advogado afirma que “o Pix está errado, estornou o valor”. “Tente mandar o Pix correto que faço agora”, acrescenta.
Cinco dias depois, informa que “o pagamento da sobrinha foi feito”, anexa um comprovante de transferência de R$ 10 mil e solicita o adiamento de um julgamento. Em outubro, Zampieri menciona ter alcançado “um contrato muito bom para o Mauro” e continua: “O senhor vai ficar feliz com o contrato que consegui para ele”. Mauro, segunda suspeita do CNJ, é o advogado Mauro Thadeu Prado de Moraes, filho do desembargador. Em outra mensagem, o advogado envia ao magistrado uma imagem de duas barras de ouro, de 400 gramas, que foram usadas como pagamento de propinas.
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