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OAB debate violência contra a mulher no ambiente de trabalho

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A OAB Nacional debateu, na noite desta terça-feira (28/6), “A violência em face da mulher no ambiente de trabalho”. O encontro integra o ciclo de eventos organizado pela Comissão Nacional de Educação Jurídica para promover o diálogo da OAB com professores, alunos e instituições de ensino superior. A mesa desta noite também integrou a campanha Advocacia sem Assédio, da Comissão Nacional da Mulher Advogada (CNMA). O evento foi transmitido na Plataforma de Eventos da OAB e também no canal da Ordem no Youtube.

Estiveram presentes a presidente da CNMA, Cristiane Damasceno, a advogada especializada em gênero e professora da New School for Social Research de Nova York, nos Estados Unidos, Mayra Cotta, e a advogada e pesquisadora colaboradora da Universidade de Brasília (UnB) Pretty Leite. A secretária-geral do Conselho Federal da OAB, Sayury Otoni, mediou o encontro. 

As integrantes do grupo abriram suas falas lamentando os episódios de violência contra a mulher ocorridos nas últimas semanas, particularmente o ataque de um procurador do município de Registro (SP) contra a procuradora-geral da cidade. Na noite desta segunda-feira (27/6), o Conselho Federal da OAB participou de ato em solidariedade à Gabriela Samadello Monteiro de Barros, agredida brutalmente por Demétrius Oliveira de Macedo, na segunda-feira da semana passada (20/6). O vídeo foi exibido durante o encontro. 

Sayury Otoni ressaltou que “as violências que a gente sofre, os assédios, os abusos ficam muito marcados quando a gente vê outras mulheres passando por violências. A gente imediatamente se identifica, ainda que não sejam exatamente as mesmas violências, sejam condições distintas e outras questões nos separem, esse tipo de memória costurada no nosso próprio corpo segue muito presente”, disse.

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Cristiane Damasceno afirmou que são muitos os passos a serem dados na direção da construção de um ambiente saudável e seguro para a mulher advogada. “A primeira missão era fazer com que o sistema OAB acreditasse em uma campanha como essa. Costumo dizer que nós chegamos numa terra fértil e sob a liderança do nosso presidente Beto Simonetti e a sua diretoria, quando eu levei esse assunto do assédio ninguém pestanejou”, contou.

Damasceno, retomando o caso de Registro, pontuou a gravidade da descredibilização das mulheres no ambiente profissional. E defendeu a necessidade de tomada de medidas rápidas e efetivas em situações do tipo. “Todas as vezes que nós estamos nos espaços de poder e nos cargos decisórios as pessoas tendem a nos desacreditar. E eu explico. Ela já tinha avisado do comportamento desse rapaz”, ressaltou. 

Mayra Cotta elencou alguns dados que dão conta da dimensão do problema. De acordo com ela, a violência é sistêmica, estrutural e invisibilizada. Pesquisas mostram que, nos EUA, uma em cada três advogadas já sofreu assédio sexual no trabalho. Segundo a advogada, a realidade daquele país é bastante semelhante à do Brasil neste aspecto. 

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“Isso significa que um terço das advogadas já sofreu assédio sexual no exercício da sua profissão, pelos clientes, pelos colegas de trabalho, pelos funcionários da Justiça, por juízes, promotores, desembargadores. Fora os outros tipos de violência, de micro-agressões diárias que a gente sente e que todas nós mulheres que ocupamos espaços públicos, espaços de poder sofremos. E quanto maior a intensidade do poder, mais hostil o ambiente”, apontou.

Ela também ressaltou que, no Brasil, segundo o Mapa da Violência de 2020, 67% das vítimas são mulheres, e não homens jovens em ambiente urbano e público, como o senso comum diz. Foram 12 denúncias de violência contra a mulher por hora em 2020. E, pelos dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2021, um quarto das mulheres foi vítima de algum tipo de violência física no Brasil em 2021. “E aí tem um dado que eu acho muito importante a gente discutir que vai no coração da descredibilização. Em relação à violência doméstica, uma mulher, é, em média, agredida 35 vezes antes de levar às autoridades.”

Fonte: OAB Nacional

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CNJ identifica ‘esquema organizado de venda de decisões’ envolvendo desembargador e Zampieri

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A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão responsável por administrar e fiscalizar o Poder Judiciário, recebeu o desembargador Sebastião de Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, levantando suspeitas de venda de decisões judiciais e pagamentos realizados via PIX e até em barras de ouro. Sebastião de Moraes Filho foi afastado de suas funções em agosto enquanto o CNJ investiga a possibilidade de ele ter recebido propinas em troca de decisões.

O caso também é alvo de um inquérito criminal e foi considerado de tal gravidade que o ministro Luís Felipe Salomão, então corregedor do CNJ, levou a questão ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do conselho, para uma solução em conjunto. “Evidenciam-se elementos suficientes para recomendar o afastamento do magistrado, na medida em que não é possível que o desembargador permaneça em atuação em unidade tão sensível, como é um gabinete de segundo grau de câmara de direito privado”, diz um trecho da decisão , referendada pelo plenário do CNJ.

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Conversas obtidas no celular do advogado Roberto Zampieri, que foi assassinado em dezembro de 2023, na porta de seu escritório em Cuiabá, colocaram o desembargador na mira do CNJ. Ao todo, eles trocaram 768 mensagens entre 14 de junho de 2023 e 5 de dezembro de 2023, revelando uma relação próxima, com trocas sobre futebol e viagens, além de livre acesso ao gabinete do desembargador.

As mensagens também indicam a influência do advogado no trabalho do magistrado e o pagamento de propinas para decisões desenvolvidas aos clientes de Zampieri. Em uma das conversas, o advogado afirma que “o Pix está errado, estornou o valor”. “Tente mandar o Pix correto que faço agora”, acrescenta.

Cinco dias depois, informa que “o pagamento da sobrinha foi feito”, anexa um comprovante de transferência de R$ 10 mil e solicita o adiamento de um julgamento. Em outubro, Zampieri menciona ter alcançado “um contrato muito bom para o Mauro” e continua: “O senhor vai ficar feliz com o contrato que consegui para ele”. Mauro, segunda suspeita do CNJ, é o advogado Mauro Thadeu Prado de Moraes, filho do desembargador. Em outra mensagem, o advogado envia ao magistrado uma imagem de duas barras de ouro, de 400 gramas, que foram usadas como pagamento de propinas.

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