Search
Close this search box.
CUIABÁ

JURÍDICO

OAB participa de painel sobre impactos de feminicídio em evento do CNMP

Publicados

JURÍDICO

Os impactos do feminicídio no país e a deficiência de mecanismos para oferecer amparo a filhas e filhos de vítimas foi o tema abordado pela presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB, Rebeca Sodré, no Encontro Nacional da Comissão da Infância, Juventude e Educação (CIJE), órgão permanente do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O painel “Violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescente” foi realizado na terça-feira (8/11).

Durante a explanação, Rebeca destacou o cuidado que deve ser intensificado com os “órfãos dos feminicídios”. Ela apresentou dados que mensuram a extensão do problema, e pontuou a necessidade de ampliação da rede de apoio, tanto na prevenção, quanto nas esferas legal e psicossocial.

“Muitas vezes, os relatos são invisibilizados, porque as crianças não têm onde fazer essa denúncia de violência, de crimes. Elas não encontram, principalmente, o apoio psicológico, que é o que mais precisam”, destacou a presidente da Comissão.

Entre os dados salientados, está o número de mulheres e jovens vítimas do feminicídio. Somente em 2021, 1.319 mulheres foram mortas por questões de gênero, deixando 2.321 crianças e adolescentes órfãs. No entanto, Rebeca afirma ser necessário ir além dos números, conferindo uma visão empática e analítica à situação.

Leia Também:  Diretores-tesoureiros e contabilistas se reúnem no Conselho Federal

“Se a gente não tiver esse olhar sensível enquanto juristas, se a gente somente aplicar a lei, sem ter a sensibilidade, esse crime infelizmente vai continuar aumentando. E foi isso o que a gente viu durante a pandemia”, disse. “O feminicídio é a ponta do iceberg, é a violência maior. Mas, se olharmos melhor, a questão estrutural é muito maior e passa pela questão da educação”.

A presidente da Comissão apontou a necessidade de reforço na legislação que protege a integridade das mulheres e de crianças e adolescentes, além de outras iniciativas, como o aumento das delegacias voltadas a questões de gênero e a qualificação das estruturas dos conselhos tutelares.

Moderador do painel, o representante da OAB Nacional no CNMP Rogério Varela exaltou a formação da mesa do debate, com três mulheres expondo seus pontos de vista. Ele salientou a importância de a sociedade aumentar o foco relativo aos crimes contra a mulher, para ampliar a atuação do Estado no apoio às vítimas.

“Temos aqui um olhar da magistratura, um olhar da advocacia e um olhar do Ministério Público. Isso é enriquecedor e nos faz ter um sentimento de uma política inclusiva. Estamos incluindo olhares e saberes, o que nos ajuda a formar um pensamento mais rico”.

Leia Também:  ESA aprofunda debate com seminário sobre a digitalização da sociedade e o seu direito

Além de Rebeca Sodré, participaram do painel a juíza do Tribunal de Justiça de Pernambuco Marília Ferraz Martins e a promotora de Justiça de São Paulo Renata Lucia Mota Lima de Oliveira Rivitti.

Fonte: OAB Nacional

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

JURÍDICO

CNJ identifica ‘esquema organizado de venda de decisões’ envolvendo desembargador e Zampieri

Publicados

em

A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão responsável por administrar e fiscalizar o Poder Judiciário, recebeu o desembargador Sebastião de Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, levantando suspeitas de venda de decisões judiciais e pagamentos realizados via PIX e até em barras de ouro. Sebastião de Moraes Filho foi afastado de suas funções em agosto enquanto o CNJ investiga a possibilidade de ele ter recebido propinas em troca de decisões.

O caso também é alvo de um inquérito criminal e foi considerado de tal gravidade que o ministro Luís Felipe Salomão, então corregedor do CNJ, levou a questão ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do conselho, para uma solução em conjunto. “Evidenciam-se elementos suficientes para recomendar o afastamento do magistrado, na medida em que não é possível que o desembargador permaneça em atuação em unidade tão sensível, como é um gabinete de segundo grau de câmara de direito privado”, diz um trecho da decisão , referendada pelo plenário do CNJ.

Leia Também:  Vitória da advocacia: conheça o voto que embasou fixação de honorários pelo CPC

Conversas obtidas no celular do advogado Roberto Zampieri, que foi assassinado em dezembro de 2023, na porta de seu escritório em Cuiabá, colocaram o desembargador na mira do CNJ. Ao todo, eles trocaram 768 mensagens entre 14 de junho de 2023 e 5 de dezembro de 2023, revelando uma relação próxima, com trocas sobre futebol e viagens, além de livre acesso ao gabinete do desembargador.

As mensagens também indicam a influência do advogado no trabalho do magistrado e o pagamento de propinas para decisões desenvolvidas aos clientes de Zampieri. Em uma das conversas, o advogado afirma que “o Pix está errado, estornou o valor”. “Tente mandar o Pix correto que faço agora”, acrescenta.

Cinco dias depois, informa que “o pagamento da sobrinha foi feito”, anexa um comprovante de transferência de R$ 10 mil e solicita o adiamento de um julgamento. Em outubro, Zampieri menciona ter alcançado “um contrato muito bom para o Mauro” e continua: “O senhor vai ficar feliz com o contrato que consegui para ele”. Mauro, segunda suspeita do CNJ, é o advogado Mauro Thadeu Prado de Moraes, filho do desembargador. Em outra mensagem, o advogado envia ao magistrado uma imagem de duas barras de ouro, de 400 gramas, que foram usadas como pagamento de propinas.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA