JURÍDICO
Simonetti sugere que FIA discuta preservação ambiental na América Latina
JURÍDICO
O Conselho Federal da OAB se reuniu, nesta quarta-feira (1/6), com representantes da Federação Interamericana de Advogados (FIA) para reafirmar a cooperação entre as entidades e definir os próximos passos da parceria. A ideia de estreitar laços se dá, também, pelo fato de que o próximo presidente da organização internacional é brasileiro: Fernando Fragoso assume o posto durante a 58° Conferência Anual da FIA, que será feita virtualmente entre 2 e 5 de agosto deste ano.
A FIA foi fundada em 16 de maio de 1940 por um grupo de advogados representando 44 organizações em 18 nações. É uma organização independente e interdisciplinar de troca de informações e posições profissionais na área jurídica, com sede em Washington DC, nos EUA. A entidade tem como princípios a promoção e a preservação do Estado de Direito, da democracia e da administração da Justiça, além da defesa do exercício profissional. A Federação congrega ordens, colégios de advogados e profissionais em nível individual de todos os países das Américas, Espanha, França e Inglaterra.
No encontro, o presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti, apresentou uma proposta de pauta para a próxima reunião do conselho da FIA, para a qual também foi convidado. Como presidente da OAB Nacional, ele também integra o colegiado maior da FIA. A reunião foi mediada pela Assessoria de Relações Internacionais do CFOAB.
“Há um reclame quanto à posição da advocacia sobre preservação do meio ambiente. É algo muito intenso, e nós estamos atentos. Então, além de tratar de direitos humanos, desenvolvimento econômico, temos de ter esse viés ambiental no debate. É uma proposta que a Ordem traz para a FIA. Isso seduz a advocacia de todos os países”, disse Simonetti, lembrando do interesse em comum dos países em torno da região da Amazônia.
Levantamento da situação de advogados
Outro tema proposto por ele, desta vez como pauta de reflexão do grupo de trabalho, foi a possibilidade de se fazer um levantamento da situação das advocacias em cada um dos países da entidade.
“Nessa esteira de integração, é claro que temos o maior número de advogados do mundo, mas não impede que nos preocupemos com advogados irmãos. Foi levantada por exemplo, a questão da advocacia na Venezuela. Tenho exemplos no Amazonas de inúmeros advogados e advogadas que fugiram do país para procurar novos meios. Temos notícia de que muitos colegas foram a outros países. É importante, portanto, conhecer mais a realidade da advocacia em cada país.”
O presidente da FIA, Judd Kessler, ressaltou que há cerca de 15 anos a entidade não é presidida por um brasileiro. “Será um ano importante para a FIA e para as relações com o Brasil. Espero que tenhamos a FIA ativa, crescendo, com um lugar em na primeira fila da liga mundial de advocacia”, disse.
De acordo com ele, no decorrer dos anos trabalhando com assistência legal e problemas de desenvolvimento, já ouviu muito dos advogados falando de rule of law, mas é preciso ir além. “Muitos se congratulam em viver no império da lei. Mas eu não estou tão satisfeito com isso. Quero ver as instituições realmente fazendo trocas importantes sobre como se aplica a lei efetivamente”, ressaltou.
Fernando Fragoso explicou que há, como meta, ampliar a participação de advogados e advogadas brasileiras em ambientes internacionais. “A Ordem é um organismo fundamental no cenário latino-americano e os advogados brasileiros precisam se envolver mais com os acontecimentos da região”, afirmou.
É fundamental, pontuou, envolver a advocacia brasileira num cenário maior do que normalmente se vê em entidades internacionais. “Vejo com tristeza que a advocacia brasileira não participa tanto, poucos escritórios participam, mesmo em atividades de mercado de trabalho. Potência econômica que tem que envolver a advocacia, e por outro lado, estamos vivendo uma crise ambiental que nos preocupa profundamente, e acho sim que a temática ambiental tem que estar na pauta de um evento no Brasil”, endossou.
Lourdes Scaffi Venes, secretária-geral da FIA, enfatizou o objetivo de estreitar laços nas atividades da região com o Brasil. “Há muito que se possa fazer, individualmente e coletivamente. Vocês são uma organização muito importante e queremos efetuar trocas de impacto, para que essas ideias de concretizem”, disse.
Ela defendeu, ainda, desenvolver laços com as câmaras e empresas sobre a temática dos direitos humanos. Lourdes Scaffi Venes afirmou perceber uma mudança de mentalidade na matéria, de quando se entendia que os direitos humanos eram um entrave ao desenvolvimento econômico para a atualidade, em que se percebe o tema como fundamental e inerente ao desenvolvimento de negócios. “Nesse sentido, estamos fortalecendo laços para avaliar em que medida as comunidades legais podem contribuir na construção de marcos legais para empresas e DHs”, disse.


JURÍDICO
CNJ identifica ‘esquema organizado de venda de decisões’ envolvendo desembargador e Zampieri
A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão responsável por administrar e fiscalizar o Poder Judiciário, recebeu o desembargador Sebastião de Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, levantando suspeitas de venda de decisões judiciais e pagamentos realizados via PIX e até em barras de ouro. Sebastião de Moraes Filho foi afastado de suas funções em agosto enquanto o CNJ investiga a possibilidade de ele ter recebido propinas em troca de decisões.
O caso também é alvo de um inquérito criminal e foi considerado de tal gravidade que o ministro Luís Felipe Salomão, então corregedor do CNJ, levou a questão ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do conselho, para uma solução em conjunto. “Evidenciam-se elementos suficientes para recomendar o afastamento do magistrado, na medida em que não é possível que o desembargador permaneça em atuação em unidade tão sensível, como é um gabinete de segundo grau de câmara de direito privado”, diz um trecho da decisão , referendada pelo plenário do CNJ.
Conversas obtidas no celular do advogado Roberto Zampieri, que foi assassinado em dezembro de 2023, na porta de seu escritório em Cuiabá, colocaram o desembargador na mira do CNJ. Ao todo, eles trocaram 768 mensagens entre 14 de junho de 2023 e 5 de dezembro de 2023, revelando uma relação próxima, com trocas sobre futebol e viagens, além de livre acesso ao gabinete do desembargador.
As mensagens também indicam a influência do advogado no trabalho do magistrado e o pagamento de propinas para decisões desenvolvidas aos clientes de Zampieri. Em uma das conversas, o advogado afirma que “o Pix está errado, estornou o valor”. “Tente mandar o Pix correto que faço agora”, acrescenta.
Cinco dias depois, informa que “o pagamento da sobrinha foi feito”, anexa um comprovante de transferência de R$ 10 mil e solicita o adiamento de um julgamento. Em outubro, Zampieri menciona ter alcançado “um contrato muito bom para o Mauro” e continua: “O senhor vai ficar feliz com o contrato que consegui para ele”. Mauro, segunda suspeita do CNJ, é o advogado Mauro Thadeu Prado de Moraes, filho do desembargador. Em outra mensagem, o advogado envia ao magistrado uma imagem de duas barras de ouro, de 400 gramas, que foram usadas como pagamento de propinas.
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