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TJ decide manter júri de caminhoneiro que matou motorista com nove facadas após acidente

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Por unanimidade, os membros da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) decidiram manter a pronúncia de Reginaldo Ribeiro da Silva Mendes, que será julgada pelo Tribunal do Júri pelo homicídio de Edivaldo Francisco Júnior, ocorrido em maio de 2023. O réu é acusado de matar a vítima após um acidente de trânsito na Serra de São Vicente.

A defesa de Reginaldo interpôs recurso em sentido estrito contra a decisão da Vara Única da Comarca de Santo Antônio de Leverger, solicitando a reforma da sentença e sua impronúncia. Os advogados argumentaram que o juiz não deveria ter proferido essa decisão, uma vez que o Ministério Público havia se manifestado a favor da impronúncia, além de apontarem um erro cometido pelo juiz.

“Existência de contradição e obscuridade na sentença de pronúncia, uma vez que, equivocadamente, o magistrado afirmou que em sede de alegações finais o representante ministerial requereu a pronúncia ao invés da impronúncia do recorrente. Por fim, aduz, que não há indícios suficientes de autoria e, requer a substituição da prisão preventiva por medida cautelar diversa da prisão”, diz trecho dos autos.

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Além disso destacou que Reginaldo tem predicados pessoais favoráveis, que a prisão foi baseada na “comoção popular” e que a custódia está com prazo longo e desproporcional.

“Não se trata de eventual contradição ou obscuridade, mas sim de mero erro material, o qual não tem o condão de ilidir, ou modificar a decisão de pronúncia, que demostra de forma clara materialidade e os indícios suficientes de autoria por parte do apelante. Portanto, pode se concluir que o registro equivocado, no sentido de que o Parquet requereu a pronúncia ao invés de a impronúncia do recorrente, resulta de mero equívoco, não prejudicando a objetividade e a clareza da sentença”, explicou.

O desembargador destacou que, em todas as etapas do processo judicial, o réu negou a autoria dos fatos, alegando que desceu do seu veículo para retirar a bateria do caminhão e que viu a vítima se causar danos. No entanto, o magistrado concluiu que existem provas suficientes da participação dele.

“Cumpre submeter o recorrente a julgamento pelo Tribunal do Júri, pois, além de prova da materialidade, há indícios suficientes de autoria, cabendo aos jurados analisarem as teses que porventura venham a ser sustentadas na sessão de julgamento”, ele votou para negar o recurso e teve seu voto seguido pelos demais desembargadores.

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O Caso

Conforme registrado nos autos, no dia 17 de maio de 2023, por volta das 08h, após uma discussão decorrente de um acidente de trânsito na Serra de São Vicente, na BR-364, Reginaldo desferiu golpes de faca contra Edivaldo, causando ferimentos que resultaram na sua morte.

O acidente envolveu quatro veículos. Edivaldo seguiu em direção a Cuiabá quando, próximo à localidade conhecida como Pedreira, colidiu com a traseira do caminhão de Reginaldo, que, por sua vez, bateu no caminhonete, fazendo-a capotar. Edivaldo também atingiu o terceiro caminhão envolvido no acidente. Após o impacto, Reginaldo desceu de seu veículo e se tornou Edivaldo, que havia sobrevivido ao acidente, e o bombardeado com facadas. Ao retornar para seu caminhão, ele teria declarado: “só terminei o serviço, desgastado”.

Testemunhas contando que antes do incidente já havia ocorrido uma discussão entre os dois, resultante de uma manobra em que um ultrapassou o outro, fechando a passagem do caminhão.

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CNJ identifica ‘esquema organizado de venda de decisões’ envolvendo desembargador e Zampieri

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A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão responsável por administrar e fiscalizar o Poder Judiciário, recebeu o desembargador Sebastião de Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, levantando suspeitas de venda de decisões judiciais e pagamentos realizados via PIX e até em barras de ouro. Sebastião de Moraes Filho foi afastado de suas funções em agosto enquanto o CNJ investiga a possibilidade de ele ter recebido propinas em troca de decisões.

O caso também é alvo de um inquérito criminal e foi considerado de tal gravidade que o ministro Luís Felipe Salomão, então corregedor do CNJ, levou a questão ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do conselho, para uma solução em conjunto. “Evidenciam-se elementos suficientes para recomendar o afastamento do magistrado, na medida em que não é possível que o desembargador permaneça em atuação em unidade tão sensível, como é um gabinete de segundo grau de câmara de direito privado”, diz um trecho da decisão , referendada pelo plenário do CNJ.

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Conversas obtidas no celular do advogado Roberto Zampieri, que foi assassinado em dezembro de 2023, na porta de seu escritório em Cuiabá, colocaram o desembargador na mira do CNJ. Ao todo, eles trocaram 768 mensagens entre 14 de junho de 2023 e 5 de dezembro de 2023, revelando uma relação próxima, com trocas sobre futebol e viagens, além de livre acesso ao gabinete do desembargador.

As mensagens também indicam a influência do advogado no trabalho do magistrado e o pagamento de propinas para decisões desenvolvidas aos clientes de Zampieri. Em uma das conversas, o advogado afirma que “o Pix está errado, estornou o valor”. “Tente mandar o Pix correto que faço agora”, acrescenta.

Cinco dias depois, informa que “o pagamento da sobrinha foi feito”, anexa um comprovante de transferência de R$ 10 mil e solicita o adiamento de um julgamento. Em outubro, Zampieri menciona ter alcançado “um contrato muito bom para o Mauro” e continua: “O senhor vai ficar feliz com o contrato que consegui para ele”. Mauro, segunda suspeita do CNJ, é o advogado Mauro Thadeu Prado de Moraes, filho do desembargador. Em outra mensagem, o advogado envia ao magistrado uma imagem de duas barras de ouro, de 400 gramas, que foram usadas como pagamento de propinas.

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