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Agricultores familiares apresentam pequi sem espinho produzido em viveiro e queijos para intolerantes à lactose

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Os agricultores familiares de Mato Grosso estão inovando para atender o público com produtos diferenciados. Clodoaldo Macari, de Gaúcha do Norte, por exemplo, cultiva pequi sem espinho em viveiro, e Ludmila Caramori de Abreu, de Santo Antônio de Leverger, produz queijos e outros derivados de leite sem lactose, voltados para intolerantes à lactose.

Eles participam da Feira da Agricultura Familiar e Turismo Rural (Feaftur) 2024, realizada pela Secretaria Estadual de Agricultura Familiar (Seaf) e Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), que começou nesta quinta-feira (30.05) e segue até domingo (02.06), durante a FIT Pantanal.

Clodoaldo Macari e sua família produzem pequi sem espinho, uma fruta típica do Cerrado, com o uso de técnicas de enxerto em viveiro. A inovação foi destacada por Clodoaldo durante o Fórum das Cadeias de Valor da Agricultura Familiar e Turismo Rural, nesta quinta-feira.
“Estamos em Gaúcha do Norte desde 1980. Meu pai foi para lá. Gaúcha do Norte foi colonizada por sulistas e foi um período complicado. O sonho era produção agrícola em larga escala,” relembra Clodoaldo. Após enfrentar a queda nos preços das mudas de seringueira, a família encontrou no pequi uma nova oportunidade.
Através de contatos com indígenas, Clodoaldo obteve sementes de pequi sem espinho e consultou técnicos da Empaer sobre a possibilidade de enxerto.
“Pedimos sementes do pequi sem espinho para que a gente fizesse mudas para nós. Daí consultamos técnicos sobre a possibilidade de fazer enxerto. E em 2012 fiz as primeiras mudas no primeiro viveiro experimental e deu certo. Continuei fazendo um volume um pouco maior. Chegamos a um fruto com mais massa,” relata.
O pequi produzido pela família Macari não só atende ao consumo in natura, mas também apresenta diversas possibilidades comerciais. Clodoaldo cita que a produção em larga escala e ao longo do ano pode gerar renda significativa, sendo utilizado na produção de álcool etílico, na indústria cosmética e farmacêutica, além de ser transformado em ração animal e alimentos funcionais a partir de sua casca.
O mercado para o pequi está em expansão e há perspectivas de mercado de exportação, com técnicas de embalagem a vácuo e congelamento garantindo a qualidade do produto entre safras.
Municípios de Mato Grosso, como Pontal do Araguaia, Torixoréu, Querência, Canarana, Gaúcha do Norte, Ribeirão Cascalheira, São José do Xingu, Terra Nova do Norte, Cotriguaçu e São Félix do Araguaia, são exemplos de localidades que possuem plantio de pequi cultivado, fortalecendo a economia local através do extrativismo e da inovação agrícola.
Ludmila Caramori e Ana Maria de Freitas, com quem divide o espaço para a venda de queijos na feira – Foto: Pollyana Araújo/Secom-MT
Já Ludmila Caramori de Abreu se dedica à produção de laticínios voltados para intolerantes à lactose. Com uma experiência prévia na pecuária leiteira, Ludmila resolveu buscar um diferencial para se destacar no competitivo mercado de laticínios.
“Nós gostamos muito da pecuária leiteira e queríamos retornar a essa atividade. Porém, para não sermos apenas mais um produtor de queijo ou iogurte, fomos atrás de um diferencial e encontramos a genética A2-A2”, afirma.
Essa abordagem permite que todos os produtos do sítio sejam feitos com leite proveniente de animais geneticamente testados como A2-A2, um tipo de leite mais fácil de digerir para muitas pessoas com intolerância à lactose.
“Decidimos inovar para oferecer produtos que não só respeitem a tradição dos laticínios, mas que também atendam às necessidades de pessoas com restrições alimentares”, explica.
Entre os produtos fabricados, estão queijos frescos e maturados, requeijão de corte e cremoso, iogurtes naturais, doce de leite e pão de queijo, todos produzidos artesanalmente.

Além de queijos, são produzidos iogurtes e outros derivados de leite – Foto: Arquivo pessoal
A produção do sítio Milagre da Vida já conquistou uma boa demanda, com os consumidores conhecendo e valorizando a qualidade dos produtos através de feiras e do site do sítio.
“A procura pelos nossos produtos é grande, e mesmo com a produção artesanal e o volume de leite não sendo tão expressivo, estamos conseguindo atender a uma boa demanda,” comenta.
A produtora recebe assistência da Empaer e apoio da Secretaria de Agricultura Familiar de Mato Grosso, além de contar com programas de acompanhamento do Sebrae do Mato Grosso, garantindo a qualidade e a sustentabilidade da produção.
O secretário de Agricultura Familiar de Mato Grosso, Luluca Ribeiro, enfatiza que o Governo do Estado tem trabalhado incansavelmente para apoiar os agricultores familiares e diversificar as culturas.
“Nosso objetivo é fortalecer a agricultura familiar, promovendo inovações que aumentem a produtividade e a sustentabilidade, além de abrir novos mercados para os produtos locais. Eventos como esse são fundamentais para mostrar o potencial dos nossos produtores e as diversas oportunidades que a agricultura familiar pode oferecer”, pontua.

Fonte: Governo MT – MT

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Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

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Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).

O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior ­- índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).

A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.

No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.

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A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.

Dificuldades

As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.

As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).

Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.

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Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.

“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.

Dados da pesquisa

O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.

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