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Aos 40 anos, estudante de escola no campo vai para a Inglaterra: “Agradeço ao Governo por essa chance de ouro”

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A estudante da Escola Estadual do Campo Dom Franco Dalla Valle, em Aripuanã, Rosângela Souza Barbosa, de 40 anos, faz parte do grupo de 100 alunos da rede estadual que irá para a Inglaterra na segunda edição do Programa MT no Mundo. O intercâmbio é custeado pelo Governo de Mato Grosso.

Mãe de quatro filhos e divorciada, ela estuda e trabalha no Distrito de Conselvan, distante 80 quilômetros da cidade de Aripuanã, e, com dedicação, garantiu uma vaga do programa de intercâmbio. Ela passou anos sem estudar, até que há dois anos resolveu concluir o ensino médio e, atualmente, cursa o 3º ano do ensino médio.

“Tenho que agradecer ao Governo de Mato Grosso por essa chance de ouro”, afirmou Rosângela.

A estudante se destacou nas provas de Português e Matemática, obtendo a 2ª melhor média na avaliação de saída de 2023 do Sistema Estruturado de Ensino, com 369.35 pontos.

“A sua frequência escolar também foi exemplar ao longo do ano letivo, mostrando seu comprometimento com a educação”, observou o gestor educacional de Políticas Públicas de Línguas Estrangeiras da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), professor Bruno Seolin.

O diretor da escola, que atende 640 estudantes do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio, professor Leandro de Jesus, também ressaltou a dedicação e o esforço de Rosângela para alcançar seus objetivos. Ele disse que a estudante é um exemplo para toda a comunidade escolar, mostrando que é possível superar as adversidades e conquistar grandes feitos.

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“Ela é nota 10 em Português, Matemática e, agora, será também em Língua Inglesa. A viagem dela para passar 21 dias do intercâmbio aperfeiçoando o idioma em uma escola da Inglaterra representa muito para todos nós. Rosângela é um exemplo de superação”, analisou Leandro.

Segundo ele, a conquista é o resultado de muito esforço, pois, além de estudar no período noturno e ainda cuidar dos filhos, Rosângela acorda de  madrugada para ir até a serraria onde trabalha no Distrito de Conselvan. “Apesar da rotina cansativa, ela não falta às aulas e ainda arruma tempo para ajudar os colegas mais jovens”, completou o diretor.

Para Rosângela, a oportunidade de participar do Intercâmbio MT no Mundo é a realização de um sonho. “Foi um sonho que nasceu em sala de aula e agradeço muito ao esforço de todos os professores, da coordenação pedagógica e do diretor da escola. Eles sempre me apoiaram. Essa conquista representa não apenas uma viagem ao exterior, mas também a possibilidade de ingressar em um curso superior e alcançar o que não pude nem sonhar quando ainda era jovem e tive que me casar no Distrito de Nova Dimensão, que faz parte do Município de Nova Mamoré, em Rondônia. Que a minha história sirva de inspiração para outros estudantes, mostrando que com dedicação e esforço é possível alcançar grandes conquistas”, contou.

Ela está contando os dias para apresentar na sua escola os documentos necessários para a viagem. “Tenho até o dia 12 de abril, mas já está tudo separado numa pasta”. O próximo passo, será não perder o agendamento para emissão do passaporte, marcado para começar em 20 de abril. “Não perco essa data por nada. Está tudo anotado e reviso todos os dias”, explicou.

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Rosângela fará parte de um dos sete grupos de estudantes que farão o intercâmbio, cada um acompanhado por dois monitores da Seduc. “Já fui informada sobre o perfil da escola que me receberá. Tenho a certeza de que vai oferecer o conhecimento e o acolhimento que vou precisar. Estou confiante”.

Ela também já sabe que não vai precisar gastar nada com a viagem. Durante a estadia, cada estudante receberá ajuda de custo semanal no valor de 250 libras esterlinas. Além disso, o Governo de Mato Grosso vai custear toda a documentação necessária, as passagens aéreas e a hospedagem, incluindo deslocamento, alimentação, hospedagem e certificado internacional de vacinação.

Investimento

O programa de intercâmbio MT no Mundo já recebeu investimentos de R$ 10,7 milhões e faz parte da Política Educacional de Línguas Estrangeiras da Seduc, uma das 30 políticas que compõem o Plano Educação 10 Anos, que busca colocar a rede estadual entre as cinco mais bem avaliadas no país até 2032.

Em 2023, os estudantes que participaram da 1ª edição foram divididos em grupos nas cidades de Brighton, Bournemouth, Oxford, Worthing, Eastbourne e Cambridge. No entanto, o programa poderá incluir outras cidades no roteiro.

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Especialista dá dicas de como superar escassez de mão de obra na suinocultura

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A falta de mão de obra é um problema que atinge diversas cadeias do setor produtivo, na suinocultura não é diferente, e a escassez de mão de obra e a alta rotatividade de colaboradores afetam diretamente a produtividade e o custo de produção em uma granja. Com a relevância do tema, o médico-veterinário, especialista em Liderança, Engajamento e Produtividade na Suinocultura, Leandro Trindade, apontou os principais desafios e oportunidades para atrair e reter talentos durante o 4º Simpósio da Suinocultura de Mato Grosso.

De acordo com levantamento realizado pela Metodologia Boas Práticas de Liderança (BPL), idealizado por Trindade, a rotatividade dentro das granjas, fenômeno cada vez mais constante, tem elevado os custos da atividade. “O impacto no negócio é direto, e o custo pela substituição de um colaborador pode chegar a 300% do salário anual dele. A repetição de processos, o tempo gasto com treinamento, instabilidade e queda de produtividade são reflexos dessa constante troca de funcionários”, explicou.

Ainda segundo o levantamento, realizado entre 2012 e 2025 em entrevistas nas granjas, a remuneração inadequada não é um dos principais fatores para a falta de engajamento dos colaboradores.

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“Chefe ruim (87%), falta de reconhecimento (78%), condições de trabalho (61%), comunicação ineficaz (58%) e só então remuneração inadequada (39%) montam o ranking de principais causas de afastamento dos colaboradores das granjas. Isso mostra a importância de escolher um líder capacitado para lidar com equipes”, pontuou.

Trindade completa que atualmente o ambiente de trabalho tem maior peso na escolha do colaborador do que o salário. “Clima respeitoso, oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional, jornada de trabalho que permita cuidar da vida pessoal, infraestrutura e reconhecimento do valor do trabalho são pontos que precisam ser trabalhados e colocados como prioridade para conseguir incentivar e engajar um colaborador”.

O vice-presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) e suinocultor, Moisés Sachetti, a pauta abordada durante o evento foi muito bem recebida pelos participantes, visto que é um problema recorrente no setor produtivo.

“É um problema enfrentado não só aqui em Mato Grosso, mas no Brasil. É um problema crescente no agronegócio brasileiro, afetando a produção e a eficiência do setor. Este fenômeno é resultado de uma combinação de fatores, como a falta de qualificação da mão de obra disponível, condições de trabalho no e até mesmo de gestão de pessoas”, afirmou Sachetti ao reforçar que é preciso atenção para evitar que o problema se agrave e acabe comprometendo a produção do setor produtivo.

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