MATO GROSSO
Com passivo de R$ 1,7 bi, muita confusão, reestruturação do Grupo Safras aponta para um novo rumo
MATO GROSSO
Durante a crise do Grupo, os acionistas tomaram decisões que terminaram na venda de 60% para um fundo, que resolveu desistir da recuperação judicial e negociar com os credores uma saída com aporte de dinheiro. Nada a reclamar, se o dinheiro vier – com os armazéns, e a logística do grupo – constrói-se uma nova base de compra e venda de grãos e insumos, pagam-se as dívidas. Se não vier, o risco continua com os credores e o novo investidor, que passa a ser, com sua entrada, devedor solidário de todo passivo.
Do outro lado, sofrendo os revezes como se responsáveis fossem pelo grupo Safras, estão a ex-esposa e filha de um dos sócios. Carol e Catia Randon seguiram rumos separados há quatro anos antes da crise, produzem em Mato Grosso, empregam 100 pessoas diretamente, faturam R$ 400 Milhões por ano e devem nessas empresas, o suficiente para se manterem operacionalmente ativas, não fossem os avais antigos, continuariam a produzir e pagar suas contas, normalmente.
Resta saber, em benefício da clareza e transparência, quanto dinheiro foi de Safras para Randon? Os Credores não hesitam em dizer que os Randon são responsáveis por todo endividamento do Safras, já iniciaram a cobrança e a confusão patrimonial. Os Randon alegam que o patrimônio foi constituído muito antes da dívida do Safras, pois desde 1989 produzem em Sorriso e que são credores do Safras, não por empréstimos, mas por venda de produtos.
A Recuperação Judicial do Safras já tomou rumo. A do Grupo Rural Randon, que alega que sempre se manteve vivo, sem ajuda do capital do Safras, e vem pagando essa conta e não consegue mais sustentar essa posição, aguarda desfecho.
Como resolver isso? Euclides Ribeiro, da ERS Advocacia, novo advogado que assumiu a reestruturação da família Randon, entende que, “com conciliação, transparência e principalmente, realidade dos fatos, sem narrativa esdrúxula, credores e devedores devem passar com clareza os fatos ao Poder Judiciário, para que as julgadoras possam ter segurança na decisão de estruturação do Grupo Randon”.
O advogado do Fundo AGRI Brazil Special Situations, novo sócio do Grupo Safras, pediu desistência da recuperação judicial. Euclides Ribeiro quer a continuidade da RJ quanto ao seu grupo, “para provarmos que não existiu nenhuma transferência de patrimônio do Grupo Safras para o Grupo Randon, e para pagar as dívidas do Grupo Randon de forma organizada, senão vamos apenas ver a corrida dos maiores credores, por patrimônio, em prejuízo dos menores”. Agora os próximos passos serão ditados pelo Poder Judiciário.


MATO GROSSO
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.
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