15 de Março de 2025
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“Como governador e cidadão, estou preocupado; MT vai perder boa parte da arrecadação”, alerta Mauro

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Em entrevista para a Jovem Pan News, o governador Mauro Mendes reforçou suas preocupações em relação ao impacto que a reforma tributária deve trazer para Mato Grosso. O texto já passou pela Câmara dos Deputados, pelo Senado e, agora, retorna à Câmara para nova votação, com as mudanças feitas pelo Senado.

“É um texto que me preocupa não só como governador, mas como cidadão, porque o Estado de Mato Grosso é um dos estados que mais perdem com essa reforma. Ela tira de Mato Grosso e de alguns estados uma boa parte da nossa receita”, alertou.

Segundo Mauro, a reforma resultará na desoneração da cadeia produtiva, incluindo setores como o agronegócio e a mineração, o que deve impactar na perda de receita para o Estado e na dificuldade de manutenção de obras de infraestrutura, como as rodovias.

“Nós vamos ter grandes cadeias de exportação que vão deixar de pagar impostos. Quem é que vai arcar com os custos para que todo esse conjunto importante de atividades econômicas deixe de pagar? Nós temos a maior malha rodoviária entre os estados. São mais de 32 mil quilômetros. Isso demanda um custo de investimento e de manutenção”, argumentou.

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Uma das armadilhas apontadas por Mauro é o grande período de transição contido na reforma e a incompreensão por parte da população. O texto só entrará em vigor a partir de 2033 e a transição completa só deve acontecer em 50 anos, o que pode dar uma falsa sensação de segurança para a geração atual, segundo o governador.

“Muitas pessoas estão deixando essa conversa de lado, porque a reforma só começa a vigorar em dez anos. A grande maioria absoluta dos brasileiros também não está entendendo muito bem o que está acontecendo. Mas tendo consciência do que está acontecendo, como governador e cidadão, é impossível deixar de manifestar minhas preocupações”, disse.

Apesar das críticas, o governador reconhece que a garantia de alguns incentivos e benefícios propostos pela reforma, como as vantagens fiscais para indústrias sediadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, trazem efeitos positivos para Mato Grosso.

“A concentração de atividade econômica no eixo Sul e Sudeste acaba trazendo consequências para as cidades. Acredito que um mecanismo de incentivo inteligente, bem pensado e racional pode promover o desenvolvimento de outras regiões do país, como a nossa”, afirmou.

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Audiência pública sobre obras inacabadas do BRT em Cuiabá é marcada pela ausência do governo estadual

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Na tarde desta sexta-feira (14), a Câmara Municipal de Cuiabá sediou uma audiência pública convocada pela Comissão de Obras, com o intuito de discutir os avanços e os desafios das obras do BRT na cidade. Presidida pelo vereador Alex Rodrigues, a audiência contou com a presença dos vereadores Dídimo Vovô, Ildes Taques, Demilson Nogueira, Dilemário Alencar, Jefferson Siqueira, Eduardo Magalhães, Paula Calil e Daniel Monteiro.

O evento também reuniu representantes de diversas entidades e órgãos importantes, como Paulo Cesar (Diretor de Trânsito da SEMOB), Kamila Auxiliadora (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), Juliano Brustolin (Vice-presidente da Comissão de Acompanhamento Legislativo), Junior Macagnam (Presidente da CDL), Sebastião Belém (Secretaria de Obras Públicas), José Ademir dos Santos Junior (Empresa J. Prime), Pedro Aquino (Presidente da ASSUT – MT e da Associação dos Usuários do Transporte Público de Cuiabá), Álvaro Bezerra (Diretor da ACEC), Nicolau Cesar (Diretor da SEMOB) e Mauro (Pastoral do Imigrante).

Apesar da ampla participação de autoridades e especialistas, a audiência foi marcada por uma ausência significativa: o governo do estado, responsável pelas obras, não enviou nenhum representante. A ausência foi bastante impactante, considerando que foram 45 dias de organização para a devida audiência. A falta de explicações sobre o andamento da obra e os atrasos no cronograma gerou revolta entre os presentes.

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O presidente da Comissão de Obras, Alex Rodrigues, não escondeu a frustração com a ausência do governo estadual. “A política seria da resultado, a politicagem não. Gostaríamos de saber pelos responsáveis o prazo, o cronograma e o projeto, mas isso não vai diminuir o trabalho da Câmara Municipal de Cuiabá. Vamos continuar nosso trabalho e convidá-los para a próxima reunião da comissão de obras”, afirmou Alex Rodrigues, ressaltando que a população está cobrando respostas sobre o andamento da obra. “Quem nos elegeu está cobrando, que é o povo. O povo não está aqui na audiência porque está trabalhando, tem hora para chegar e sair. E o BRT era para ser um auxílio no dia a dia das pessoas”, completou.

Os impactos das obras inacabadas

Os atrasos nas obras do BRT têm gerado sérios impactos no trânsito de Cuiabá, com reflexos visíveis em várias regiões da cidade. A situação é especialmente crítica em avenidas como a do CPA e Fernando Corrêa, onde as obras têm causado congestionamentos e dificultado o deslocamento da população. A Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), um dos principais pontos críticos da obra, ainda não conta com uma solução definitiva para os alagamentos que comprometem a operação dos ônibus elétricos planejados para o sistema.

Além disso, os atrasos têm origem em um impasse entre o governo do estado e o Consórcio Construtor BRT Cuiabá, liderado pela Nova Engevix Engenharia e Projetos S/A. O consórcio, contratado em 2022 por R$468 milhões, afirma que o anteprojeto da obra não previu soluções essenciais, como a macrodrenagem da Prainha, o que tem dificultado a execução do cronograma e gerado mais atrasos.

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Propostas de soluções e próximos passos

Durante a audiência, os vereadores presentes reafirmaram seu compromisso em buscar soluções para destravar a obra e atender às necessidades da população cuiabana. Como próximo passo, os membros da Comissão de Obras Públicas realizarão uma visita técnica aos canteiros de obra para avaliar de perto os avanços e os desafios enfrentados pelo projeto.

“Nosso compromisso é com os cuiabanos. Essa obra precisa andar e atender às necessidades da população”, enfatizou Alex Rodrigues. A visita técnica servirá para que os vereadores possam verificar, pessoalmente, o andamento da obra e buscar alternativas para acelerar sua execução.

A audiência pública foi uma tentativa de dar transparência ao processo e de envolver a população nas discussões sobre o futuro do BRT. A participação dos cidadãos é essencial para que suas demandas sejam ouvidas e consideradas nas decisões que impactam o desenvolvimento da cidade. A Câmara Municipal de Cuiabá continuará a realizar reuniões e audiências sobre o tema, buscando uma solução definitiva para as obras inacabadas que afetam o cotidiano dos cuiabanos.

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