MATO GROSSO
Cuiabá “desconhece” mais de 200 bairros
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Sem saneamento básico, com iluminação precária, dificuldade para receber correspondências e até mesmo um medicamento por meio de entregador. Essa é a situação de milhares de famílias que moram em um dos mais de 200 bairros irregulares da Capital.
Apesar da Prefeitura de Cuiabá afirmar que existem apenas 115 bairros na cidade, destacando que nem todos estão regulares, a concessionária de água garante que atende aproximadamente 320 bairros e 5 distritos, ou seja, 205 a mais do que o Poder Executivo diz existir. População que vive nas áreas irregulares destaca que Executivo tem ciência da existência dos bairros e promessa de melhorias é feita há mais de uma década.
Morando no Residencial das Siriemas, desde 2017, a operadora de caixa Leidaiana Prestes Fernandes, 33, conta que o bairro onde mora era uma região de chácaras que os proprietários optaram por dividir em lotes e comercializar. Explica que adquiriu o lote por meio de pagamento parcelado e que em junho deste ano quita a dívida. “Eu e outras pessoas que compramos os lotes já fomos atrás da senhora que ficou recebendo o dinheiro das parcelas e pedimos a escritura, porque queremos legalizar tudo. Mas até agora não tivemos retorno e nem sei como será, já que o dono morreu”.
Natural de Rondônia, Fernandes diz que está construindo a sua casa aos poucos, pois além da obra precisa sustentar sozinha os três filhos, de 6, 11 e 15 anos. A família vive em uma região de difícil acesso, próximo ao local onde está sendo construído o Contorno Leste, mas que ainda tem muita área verde. “Para as crianças irem para a escola vem uma van da prefeitura buscá-las, na rua de cima. E eu vou trabalhar de moto”.
Leidaiana diz que sonha com o dia em que terá asfalto no bairro em que mora, com transporte coletivo, saneamento básico e iluminação pública de qualidade. Na região, não há água encanada e as casas são abastecidas por uma grande caixa d’água instalada no bairro. Relata que apesar de pagar pelo serviço de energia elétrica, os postes são poucos e com uma iluminação precária. “O poste só ilumina o metro quadrado que fica embaixo dele. Aqui a noite é uma escuridão total”.
A moradora também sofre com o não atendimento dos Correios. Fala que o CEP que está no talão de luz consta como sendo do Morada do Ouro. “Tenho que encaminhar minhas correspondências e encomendas para a casa de amigos ou familiares”.
Um dos primeiros moradores do Altos da Serra 2, bairro vizinho do Residencial das Siriemas e uma extensão do Altos da Serra 1, o aposentado Sebastião dos Santos, 60, está no local há quase 15 anos. Diz que além da falta de infraestrutura, a região padece de saúde pública. Hipertenso, ele precisa tomar três tipos de medicamentos diferentes e no posto de saúde mais próximo, onde retirava os remédios, está em falta desde o fim do ano passado. “É uma vergonha isso. Temos milhares de pessoas que moram nessa região, que cresceu muito nos últimos anos e ainda assim está esquecida pelo poder público”.
FONTE/ REPOST: ELAYNE MENDES – GAZETA DIGITAL


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Audiência pública sobre obras inacabadas do BRT em Cuiabá é marcada pela ausência do governo estadual

Na tarde desta sexta-feira (14), a Câmara Municipal de Cuiabá sediou uma audiência pública convocada pela Comissão de Obras, com o intuito de discutir os avanços e os desafios das obras do BRT na cidade. Presidida pelo vereador Alex Rodrigues, a audiência contou com a presença dos vereadores Dídimo Vovô, Ildes Taques, Demilson Nogueira, Dilemário Alencar, Jefferson Siqueira, Eduardo Magalhães, Paula Calil e Daniel Monteiro.
O evento também reuniu representantes de diversas entidades e órgãos importantes, como Paulo Cesar (Diretor de Trânsito da SEMOB), Kamila Auxiliadora (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), Juliano Brustolin (Vice-presidente da Comissão de Acompanhamento Legislativo), Junior Macagnam (Presidente da CDL), Sebastião Belém (Secretaria de Obras Públicas), José Ademir dos Santos Junior (Empresa J. Prime), Pedro Aquino (Presidente da ASSUT – MT e da Associação dos Usuários do Transporte Público de Cuiabá), Álvaro Bezerra (Diretor da ACEC), Nicolau Cesar (Diretor da SEMOB) e Mauro (Pastoral do Imigrante).
Apesar da ampla participação de autoridades e especialistas, a audiência foi marcada por uma ausência significativa: o governo do estado, responsável pelas obras, não enviou nenhum representante. A ausência foi bastante impactante, considerando que foram 45 dias de organização para a devida audiência. A falta de explicações sobre o andamento da obra e os atrasos no cronograma gerou revolta entre os presentes.
O presidente da Comissão de Obras, Alex Rodrigues, não escondeu a frustração com a ausência do governo estadual. “A política seria da resultado, a politicagem não. Gostaríamos de saber pelos responsáveis o prazo, o cronograma e o projeto, mas isso não vai diminuir o trabalho da Câmara Municipal de Cuiabá. Vamos continuar nosso trabalho e convidá-los para a próxima reunião da comissão de obras”, afirmou Alex Rodrigues, ressaltando que a população está cobrando respostas sobre o andamento da obra. “Quem nos elegeu está cobrando, que é o povo. O povo não está aqui na audiência porque está trabalhando, tem hora para chegar e sair. E o BRT era para ser um auxílio no dia a dia das pessoas”, completou.
Os impactos das obras inacabadas
Os atrasos nas obras do BRT têm gerado sérios impactos no trânsito de Cuiabá, com reflexos visíveis em várias regiões da cidade. A situação é especialmente crítica em avenidas como a do CPA e Fernando Corrêa, onde as obras têm causado congestionamentos e dificultado o deslocamento da população. A Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), um dos principais pontos críticos da obra, ainda não conta com uma solução definitiva para os alagamentos que comprometem a operação dos ônibus elétricos planejados para o sistema.
Além disso, os atrasos têm origem em um impasse entre o governo do estado e o Consórcio Construtor BRT Cuiabá, liderado pela Nova Engevix Engenharia e Projetos S/A. O consórcio, contratado em 2022 por R$468 milhões, afirma que o anteprojeto da obra não previu soluções essenciais, como a macrodrenagem da Prainha, o que tem dificultado a execução do cronograma e gerado mais atrasos.
Propostas de soluções e próximos passos
Durante a audiência, os vereadores presentes reafirmaram seu compromisso em buscar soluções para destravar a obra e atender às necessidades da população cuiabana. Como próximo passo, os membros da Comissão de Obras Públicas realizarão uma visita técnica aos canteiros de obra para avaliar de perto os avanços e os desafios enfrentados pelo projeto.
“Nosso compromisso é com os cuiabanos. Essa obra precisa andar e atender às necessidades da população”, enfatizou Alex Rodrigues. A visita técnica servirá para que os vereadores possam verificar, pessoalmente, o andamento da obra e buscar alternativas para acelerar sua execução.
A audiência pública foi uma tentativa de dar transparência ao processo e de envolver a população nas discussões sobre o futuro do BRT. A participação dos cidadãos é essencial para que suas demandas sejam ouvidas e consideradas nas decisões que impactam o desenvolvimento da cidade. A Câmara Municipal de Cuiabá continuará a realizar reuniões e audiências sobre o tema, buscando uma solução definitiva para as obras inacabadas que afetam o cotidiano dos cuiabanos.
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