MATO GROSSO
Defensoras e defensores públicos se reúnem em Cuiabá para discutir proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital
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Defensoras e defensores públicos de todo o País estão em Cuiabá para debater e aprimorar a proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital. O IX Congresso Nacional das Defensoras e Defensores Públicos da Infância e Juventude segue até sexta-feira (23) e tem na programação palestras sobre cibercultura, educação e inclusão digital, violência nas redes sociais, avanços tecnológicos para a promoção de direitos da criança e, pela primeira vez, uma roda de conversa para ouvir crianças e adolescentes.
O Congresso é organizado pela Comissão de Promoção e Defesa da Criança e do Adolescente do Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege) e pela Escola Superior da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso. O encontro reúne anualmente defensores públicos especializados na área de infância e adolescência, com o propósito de fortalecer a proteção de direitos desses jovens.
Sob o tema “Cultura digital e cibercultura: desafios e potencialidades para proteção integral de crianças e adolescentes”, o Congresso promove a troca de experiências e conhecimentos, além de planejar estratégias para ampliar a eficácia da atuação da Defensoria Pública. A programação do evento também inclui a realização do III Encontro Multidisciplinar, com a presença de psicólogas e assistentes sociais para, também, debater a temática.
“Hoje, trazemos à discussão um tema urgente e complexo. Um tema que, como mãe de adolescente, sinto profundamente, pois vejo de perto os desafios e ansiedades que a cultura digital impõe à nova geração. Vivemos um mundo onde a tecnologia não é mais apenas uma ferramenta, ela é parte intrínseca da identidade de nossos jovens. Como defensores da infância e juventude, somos chamados a agir. Precisamos promover uma educação digital que empodere nossas crianças, que as ensine a navegar com segurança e confiança. Este Congresso não é apenas uma reunião de mentes, mas uma oportunidade para desenharmos juntos o futuro que queremos para nossas crianças e adolescentes. Um futuro onde o digital seja um aliado na promoção dos direitos e na construção de um mundo mais justo”, destacou a defensora pública-geral de Mato Grosso, Luziane de Castro.
A abertura do Congresso, na noite da última quarta-feira (21), contou com uma palestra magna do secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Cláudio Augusto Vieira.
Vieira falou sobre uma série de projetos que estão previstos no âmbito do MDHC, para rever e readequar o conjunto de normativas que se referem à infância e adolescência. Entre as ações está a institucionalização da Política Nacional de Formação continuada do SGDCA. O secretário também chamou atenção para a importância de a Defensoria Pública integrar a Rede Nacional de Evidências em Direitos Humanos (ReneDH), iniciativa produzida pelo Ministério para promover a articulação, produção e disseminação de informações estratégicas e evidências destinadas a subsidiar a tomada de decisão sobre políticas de direitos humanos e cidadania.
“Dentro do sistema criado pelo Estatuto (ECA), o papel da Defensoria Pública é fundamental. São 34 anos de Estatuto, os passos que nós conseguimos dar são consideráveis, mas ainda enfrentamos dilemas e dificuldades. Precisamos reforçar o sistema de garantia de direitos para que os órgãos que constam desse tema possam executar sua missão. Eventos que nos levem a fazer essas discussões, que agrupem os diversos tipos de representações, é o que compõem a história da construção do Estatuto da Criança e do Adolescente. Um Congresso como esse é, antes de mais nada, formativo e mobilizador para as nossas ações”, afirmou o secretário.
A defensora pública e coordenadora do Núcleo da Infância e Juventude da Defensoria Pública de Mato Grosso, Cleide Regina Ribeiro, destacou a urgência em se discutir como a cultura digital impacta na vida de crianças e adolescente e de que maneira defensoras e defensores públicos podem atuar para garantir que os seus direitos sejam plenamente respeitados.
“Neste evento abordaremos um tema que se faz cada vez mais presente nas nossas vidas. Vivemos em uma era em que a tecnologia permeia todos os aspectos do cotidiano. A internet, as redes sociais e as novas formas de comunicação oferecem vastas oportunidades de aprendizagem, expressão e conexão, mas também trazem consigo desafios significativos. E esses desafios são especialmente preocupantes quando falamos de proteção integral das nossas crianças, que são mais vulneveráveis às armadilhas e perigos do mundo digital”, frisou.
Além das palestras previstas, na sexta-feira (23) será realizada uma roda de conversa para ouvir crianças e adolescentes – é a primeira vez que o CONDEIJ realiza uma dinâmica neste formato. Durante o Congresso, há ainda exposição do artista visual Adriano Ferreira, das Rendeiras do Limpo Grande, de indígenas do Povo Umutina e da Associação das Manifestações Folclóricas de Mato Grosso, além de apresentações culturais do Coral infantil da UFMT e do Projeto EducArte da Escola Estadual Dante Martins de Oliveira, de Várzea Grande.
Também participaram da abertura do Congresso o diretor da Escola Superior da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, Paulo Marquezini; a presidente da Comissão de Promoção e Defesa da Criança e do Adolescente do Condege, a defensora pública por Minas Gerais Daniele Nesrala; o secretário-adjunto da Casa Civil do Estado, Anildo Cesário; o secretário-adjunto de Direitos Humanos do Governo de Mato Grosso, Kennedy Dias; a promotora de Justiça, Daniela Crema; a procuradora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Fernanda Amorim; o presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Iberê Ferreira; a vice-presidente da Comissão de Privacidade e Proteção de Dados da OAB-MT, Brenda Stofel; além de lideranças de entidades da sociedade civil.


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Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.
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