Search
Close this search box.
CUIABÁ

MATO GROSSO

Dia de Campo marca lançamento nacional da nova cultivar de banana da terra

Publicados

MATO GROSSO

Mais de 300 pessoas, entre produtores rurais, estudantes, pesquisadores e autoridades participaram, nesta quarta-feira (09.11), do lançamento nacional da nova cultivar de banana BRS Terra-Anã, no município de Tangará da Serra (239 Km de Cuiabá), na Estância São Francisco, na área dos produtores Gleber Luiz Trindade e Eduardo Teixeira. A cultivar foi desenvolvida pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural) adaptada para atender à demanda do mercado consumidor.

A BRS Terra-Anã possui, como diferenciais o porte anão, maior número de pencas, de frutos e produtividade, além de qualidades sensoriais e alimentares superiores. “Havia uma demanda forte, da parte dos produtores, por novas opções, uma vez que as três cultivares comerciais mais utilizadas têm, como principais desvantagens, o porte muito alto, ciclo produtivo muito longo, baixa produtividade e menor qualidade dos frutos”, afirma o pesquisador da Embrapa Edson Perito Amorim, coordenador do programa de melhoramento.  

Participantes recebem informações técnicas da nova cultivar

A variedade é resistente à sigatoka-amarela e à murcha de Fusarium, embora suscetível à sigatoka-negra, principais doenças da bananeira, à broca do rizoma (praga conhecida como moleque-da-bananeira) e a nematoides (parasitas que afetam diversos aspectos relativos à produção). Inicialmente, a BRS Terra-Anã é recomendada para plantio em Mato Grosso e no Vale do Ribeira (SP).

“Toda a dedicação do agricultor tem que ser revertida em lucro, para que sua qualidade de vida seja satisfatória e ele conquiste os seus anseios. A BRS Terra-Anã, além de todas as características agronômicas vantajosas, converte essas vantagens em lucro líquido”, salienta Amorim.

A Empaer é parceira da Embrapa desde 2000, quando passou a participar da Rede Nacional de Avaliação de Bananas e Plátanos. Em 2016, foram avaliados em campo 12 materiais de plátano e feita análise estatística para determinar os melhores genótipos.

Leia Também:  VÍDEO: 9 veículos furtados de uma garagem, em Tangará da Serra, foram recuperados na região de Jangada. 14 bandidos foram presos, através da união de forças de policiais militares de 5 municípios.

O pesquisador da Empaer, Humberto Marcílio Carvalho, explica que a recomendação é que seja feita a tecnificação, porque Mato Grosso tem um período de forte seca. Para produzir com qualidade, tanto a BRS Terra-Anã quanto a Farta Velhaco, é preciso irrigar as plantas. “A alta produção, o vigor, a resistência ao vento e o sabor, tudo isso se encaixou nas perspectivas dos produtores mato-grossenses”, afirma Humberto.

Evento contou com a participação de 300 pessoas

O produtor rural Gleber Luiz Teixeira possui uma área de 8 hectares, com o cultivo da banana e comercializa em média 2 mil quilos do fruto por semana. Ele pretende reduzir a área de produção e aumentar a produtividade, com o cultivo somente da variedade BRS Terra-Anã e calcula chegar a uma produtividade de 25 toneladas por hectare.

“Comecei a plantar banana em 2017, com a cultivar Farta Velhaco, e estamos multiplicando a nova cultivar BRS desde 2020. Estou muito satisfeito com o rendimento e a forma de colheita da Terra-Anã”, esclarece.

O produtor e engenheiro-agrônomo Eduardo Teixeira é um adepto da nova variedade, que foi testada na propriedade da família. “Enquanto a Farta Velhaca tem uma produção média de 10 a 12 quilos por cacho, obtive em minha propriedade uma produção de 23 a 24 quilos em média com a BRS Terra-Anã. É uma alta produtividade, que traz um lucro muito grande para o produtor, já que os custos com plantação, manejo e condução do bananal são iguais ao da Farta Velhaca. No entanto, a sua renda líquida é 200% superior, avaliada na primeira e na segunda colheita”, destaca Teixeira.

Leia Também:  Mato Grosso é destaque nacional na implementação do CAR com 50 mil cadastros analisados

Presidente da Empaer, Renaldo Loffi destaca que a banana da terra é uma fruta importante na cadeia produtiva da agricultura familiar.  Crédito: Marcos Vergueiro/Secom

Durante a solenidade, a secretária de Estado da Agricultura Familiar (Seaf), Teté Bezerra, explicou que novas tecnologias, voltadas para atender a agricultura familiar gerando lucro e renda, é a meta do Governo do Estado.

“Esta ação vem reforçar os trabalhos do programa MT Produtivo-banana, desenvolvido pela Seaf, que propõe estimular o cultivo da banana em propriedades rurais e terras indígenas. No total, serão entregues, pelo Estado, 300 mil mudas da fruta para 42 cidades. Todo este montante ajudará Mato Grosso a se tornar autossuficiente na produção dessa fruta, além de gerar renda aos agricultores”, enfatiza Tetê.

O presidente da Empaer, Renaldo Loffi agradeceu o trabalho da Embrapa, realizado em parceria com a Empaer para o desenvolvimento da cultura da banana. Ele destaca que a banana da terra é uma fruta importante na cadeia produtiva da agricultura familiar, possibilitando retorno rápido do investimento, além de fazer parte da culinária tradicional dos mato-grossenses em quase todas as refeições.

“Fico feliz que o lançamento desta cultivar tenha sido realizado em nosso Estado. A Empaer e seus diversos parceiros estão contribuindo para o desenvolvimento da cadeia voltada para os produtores rurais”, enfatizou Loffi.

Participaram da solenidade, o prefeito municipal Vander Masson; o chefe de transferência de Tecnologia da Embrapa de Cruz das Almas (BA), Aldo Vila Trindade; o chefe da Embrapa Agrossilvipastoril, Flávio Jesus Wruck; secretários municipais de agricultura, produtores, estudantes, técnicos e pesquisadores

Fonte: GOV MT

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

MATO GROSSO

Decisão do STJ obriga juízes do TJMT analisar essencialidade de grãos em RJ de produtores rurais

Publicados

em

O ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), deu provimento ao recurso especial interposto por produtores rurais, e reformou acórdão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), obrigando os juízes a realizar novo julgamento sobre extraconcursalidade dos créditos e da essencialidade dos grãos no processo de recuperacional.

Os produtores entraram com recurso após o Juízo da 4ª Vara Cível da Comarca de Rondonópolis deferir a recuperação judicial dos recorrentes, mas considerar que o crédito executado era de natureza extraconcursal, pois decorria de contrato de Barter com emissão de Cédula de Produto Rural (CPR), não se submetendo aos efeitos da recuperação. Porém, no julgamento, o Tribunal afastou a essencialidade dos grãos sem justificar as razões de tal medida.

Em sua decisão, o ministro destacou que o acórdão do TJMT se limitou a afirmar a extraconcursalidade do crédito com base na natureza da CPR, proveniente de contrato de Barter, porém, sem discorrer sobre a exceção prevista no artigo 11 da Lei 8.929/1994.

Leia Também:  VG está entre as piores do Brasil em novo ranking de saneamento

“Assim, não há elementos no acórdão que possam subsidiar, de forma concreta, a extraconcursalidade atribuída à CPR, muito menos a não essencialidade dos grãos para garantir o cumprimento do plano de recuperação”, diz trecho da decisão.

Operação Barter é uma operação financeira entre produtor rural e empresas de produtos utilizados no agronegócio, uma modalidade de crédito em que o pagamento ocorre de uma forma diferente do crédito convencional. Por meio de um acordo realizado antes da colheita, o produtor adquire insumos agrícolas e realiza o pagamento com os produtos que ele cultiva em sua lavoura. Isso quer dizer que não é preciso fazer o pagamento antecipado em dinheiro.

De acordo com o advogado do Grupo ERS e especialista em recuperação judicial, Allison Giuliano Franco e Sousa, a decisão traz mais segurança jurídica aos produtores rurais.

“Em um período em que os pedidos de recuperação judicial no campo crescem a cada novo levantamento divulgado, temos uma sinalização de um ministro do STJ que diz que o argumento dos produtores rurais para ficarem com os grãos, pois são bens essenciais para a manutenção da atividade é o suficiente. Com a decisão, o STJ obriga os juízes a se manifestarem sobre a essencialidade dos contratos de Barter, não podendo serem retirados imediatamente da recuperação judicial, isso traz mais segurança jurídica aos produtores”, explicou.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA