MATO GROSSO
Estímulo à indústria e exploração de jazidas de fosfato podem reduzir dependência de MT por fertilizantes estrangeiros
MATO GROSSO
Entre as ações propostas estão estímulos para implantação de uma indústria local de fertilizantes, exploração de jazidas de fosfato, produção de fertilizantes nitrogenados e estímulo de estudos para outras fontes de potássio, minerais, calcários e bioinsumos no Estado.
As sugestões foram apresentadas durante o Seminário ABC+, que busca formas de produzir commodities e alimentos com sustentabilidade. O evento foi realizado no auditório da Famato, fruto de parceria da Sedec com a Central das Organizações do Estado de Mato Grosso (Cordemato).
A redução da dependência da importação de fertilizantes é um desafio nacional. O Governo Federal e todos os estados estão desenvolvendo formas de estimular a produção do país até 2050.
A superintendente de Agronegócios e Crédito da Sedec, Linacis Silva, destacou que Mato Grosso tem potencial para desenvolver a indústria de nitrogenados, especialmente a produção de ureia. Estudo da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE) apontou que a medida é possível em razão do gás natural proveniente da Bolívia, que chega a Cuiabá por ramais. Ele é um insumo essencial para a produção de ureia. Além disso, há a opção de incorporar uma planta de metanol para atender à cadeia de biocombustíveis.
Ela apontou ainda que, como o terceiro maior estado do Brasil, Mato Grosso possui potencial para encontrar novas jazidas de fosfato ou potássio através de estudos geológicos.
“Destaca-se o projeto em Mirassol D’Oeste, com uma reserva de 314 milhões de toneladas de fosfato, possibilitando a implantação de uma fábrica de fertilizantes fosfatados usando tecnologia nacional. Além disso, outras reservas de fosfatos minerais e calcários encontrados no estado podem suprir a produção agropecuária local”, comentou.
Além disso, o Plano Estadual de Fertilizantes tem potencial para atrair investimentos para a instalação de indústrias de cadeias emergentes, como organominerais e bioinsumos no Estado, que contribuirão para ganhos à produção agropecuária, com redução dos custos de aquisição e logística.
Ainda, avanços na pesquisa de fertilizantes possibilitam produtos de melhor qualidade e mais acessíveis, resultando em benefícios para a agricultura.
“O Estado tem compromissos para promover práticas sustentáveis na agricultura, como o Plano ABC+ MT. Um dos objetivos é a recuperação de pastagens degradadas e a redução de emissões de carbono podem ser alcançadas com o uso racional de fertilizantes. A Política Estadual de Fertilizantes e o apoio à pesquisa possibilitam o desenvolvimento de novas tecnologias para o controle e nutrição de plantas, reduzindo a dependência de defensivos químicos”, observou o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda.
Outro ponto abordado no Plano Estadual de Fertilizantes é a criação de um Centro de Excelências ,com foco na sustentabilidade agroambiental e eficiência agronômica. A estrutura visa para apoiar e incentivar pesquisadores locais no desenvolvimento de novas tecnologias. O objetivo é atender ao mercado e aos produtores rurais, otimizando a produção e o uso eficiente de fertilizantes, além de realizar pesquisas para adaptar os fertilizantes às condições tropicais.
“Ao reduzir a dependência de importações, aproveitar os recursos locais e diminuir os custos de produção agrícola, o Estado poderá fortalecer sua economia e sociedade. Além disso, a melhoria da qualidade dos solos promoverá uma agricultura mais sustentável e produtiva. Com isso, Mato Grosso estará no caminho do desenvolvimento econômico e social sustentável”, finalizou a superintendente de Agronegócios e Crédito da Sedec.
Fonte: Governo MT – MT


MATO GROSSO
Audiência pública sobre obras inacabadas do BRT em Cuiabá é marcada pela ausência do governo estadual

Na tarde desta sexta-feira (14), a Câmara Municipal de Cuiabá sediou uma audiência pública convocada pela Comissão de Obras, com o intuito de discutir os avanços e os desafios das obras do BRT na cidade. Presidida pelo vereador Alex Rodrigues, a audiência contou com a presença dos vereadores Dídimo Vovô, Ildes Taques, Demilson Nogueira, Dilemário Alencar, Jefferson Siqueira, Eduardo Magalhães, Paula Calil e Daniel Monteiro.
O evento também reuniu representantes de diversas entidades e órgãos importantes, como Paulo Cesar (Diretor de Trânsito da SEMOB), Kamila Auxiliadora (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), Juliano Brustolin (Vice-presidente da Comissão de Acompanhamento Legislativo), Junior Macagnam (Presidente da CDL), Sebastião Belém (Secretaria de Obras Públicas), José Ademir dos Santos Junior (Empresa J. Prime), Pedro Aquino (Presidente da ASSUT – MT e da Associação dos Usuários do Transporte Público de Cuiabá), Álvaro Bezerra (Diretor da ACEC), Nicolau Cesar (Diretor da SEMOB) e Mauro (Pastoral do Imigrante).
Apesar da ampla participação de autoridades e especialistas, a audiência foi marcada por uma ausência significativa: o governo do estado, responsável pelas obras, não enviou nenhum representante. A ausência foi bastante impactante, considerando que foram 45 dias de organização para a devida audiência. A falta de explicações sobre o andamento da obra e os atrasos no cronograma gerou revolta entre os presentes.
O presidente da Comissão de Obras, Alex Rodrigues, não escondeu a frustração com a ausência do governo estadual. “A política seria da resultado, a politicagem não. Gostaríamos de saber pelos responsáveis o prazo, o cronograma e o projeto, mas isso não vai diminuir o trabalho da Câmara Municipal de Cuiabá. Vamos continuar nosso trabalho e convidá-los para a próxima reunião da comissão de obras”, afirmou Alex Rodrigues, ressaltando que a população está cobrando respostas sobre o andamento da obra. “Quem nos elegeu está cobrando, que é o povo. O povo não está aqui na audiência porque está trabalhando, tem hora para chegar e sair. E o BRT era para ser um auxílio no dia a dia das pessoas”, completou.
Os impactos das obras inacabadas
Os atrasos nas obras do BRT têm gerado sérios impactos no trânsito de Cuiabá, com reflexos visíveis em várias regiões da cidade. A situação é especialmente crítica em avenidas como a do CPA e Fernando Corrêa, onde as obras têm causado congestionamentos e dificultado o deslocamento da população. A Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), um dos principais pontos críticos da obra, ainda não conta com uma solução definitiva para os alagamentos que comprometem a operação dos ônibus elétricos planejados para o sistema.
Além disso, os atrasos têm origem em um impasse entre o governo do estado e o Consórcio Construtor BRT Cuiabá, liderado pela Nova Engevix Engenharia e Projetos S/A. O consórcio, contratado em 2022 por R$468 milhões, afirma que o anteprojeto da obra não previu soluções essenciais, como a macrodrenagem da Prainha, o que tem dificultado a execução do cronograma e gerado mais atrasos.
Propostas de soluções e próximos passos
Durante a audiência, os vereadores presentes reafirmaram seu compromisso em buscar soluções para destravar a obra e atender às necessidades da população cuiabana. Como próximo passo, os membros da Comissão de Obras Públicas realizarão uma visita técnica aos canteiros de obra para avaliar de perto os avanços e os desafios enfrentados pelo projeto.
“Nosso compromisso é com os cuiabanos. Essa obra precisa andar e atender às necessidades da população”, enfatizou Alex Rodrigues. A visita técnica servirá para que os vereadores possam verificar, pessoalmente, o andamento da obra e buscar alternativas para acelerar sua execução.
A audiência pública foi uma tentativa de dar transparência ao processo e de envolver a população nas discussões sobre o futuro do BRT. A participação dos cidadãos é essencial para que suas demandas sejam ouvidas e consideradas nas decisões que impactam o desenvolvimento da cidade. A Câmara Municipal de Cuiabá continuará a realizar reuniões e audiências sobre o tema, buscando uma solução definitiva para as obras inacabadas que afetam o cotidiano dos cuiabanos.
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