O ex-empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, de 57 anos, recorreu da decisão judicial que o obrigou a pagar pensão alimentícia para Denise Jorge Machado, mãe de Thays Machado, assassinada por ele a tiros em janeiro do ano passado.

Carlos Alberto, que é filho do ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB), também matou o namorado dela, William César Moreno.

Conforme o advogado Francisco Faiad, como está em prisão domiciliar, Carlinhos não tem como trabalhar e pagar a pensão estipulada pela Justiça.

Ao solicitar a pensão vitalícia, a mãe de Thays afirmou que era dependente da filha, e que está recebendo apenas a aposentadoria de R$ 1,1 mil, que não cobria 1/3 dos gastos mensais.

No entanto, no recurso, a defesa de Bezerra contestou a alegação de Denise, dizendo que ela não dependia financeiramente da filha, por isso não havia necessidade de receber a pensão vitalícia.

“Constava de sua Declaração de Imposto de Renda apenas para usufruir do Plano de Saúde que a filha tinha direito por ser servidora pública. Mas na verdade, era a agravada quem ajudava financeiramente a filha”, disse.

A defesa destacou que Thays nem mesmo tinha o próprio carro, citando que na data do homicídio utilizava o carro da mãe e ainda mencionou as aquisições da matriarca.

“No dia dos fatos mencionados na inicial, a filha da agravada estava com carro daquela, posto que sequer possuía carro. Além do mais, a mãe, ora agravada, pagava a lavadeira e passadeira que era empregada da própria mãe, mas trabalhava para a filha também, além de pagar muitas vezes supermercado comprando as coisas para a neta filha da vítima”, disse.

“Importante ressaltar que a recorrida reside sozinha no edifício Solar Monet, onde tem dois apartamentos. Em um ela reside, o outro é alugado por R$ 4 mil mensais. Cada apartamento vale em torno de um R$ 1 milhão. Portanto, a agravada possui outras rendas além da aposentadoria”, concluiu.

Ao final, a defesa pediu a suspensão da liminar concedida em primeira instância, que concedeu a pensão de R$ 4.400 à mãe da vítima.