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Governadores defendem uso sustentável das riquezas naturais e protagonismo na defesa da Amazônia

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Os governadores que representam os nove estados amazônicos defenderam, nesta sexta-feira (16.06), que a Amazônia seja tratada de forma sustentável e estratégica para o Brasil e que o protagonismo de defender a região seja exercido por aqueles que lideram os estados que integram o bioma.

O posicionamento está contido na Carta de Cuiabá, elaborada em conjunto no 25° Fórum dos Governadores da Amazônia Legal, que engloba os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

“Os Estados continuarão executando ações para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida de cerca de 30 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia, com investimentos em segurança, saúde, educação, no social e meio ambiente”, diz trecho da carta, assinada pelos governadores Mauro Mendes (Mato Grosso), Helder Barbalho (Pará), Wilson Lima (Amazonas), Gladson Cameli (Acre), Antônio Denarium (Roraima) e Clécio Luis (Amapá); pelo vice-governador de Rondônia, Sérgio Gonçalves; e pelos secretários de Estado de Meio Ambiente Pedro Chagas (Maranhão) e Marcello Lelis (Tocantins).

Na carta, os representantes dos estados reforçaram que farão todos os esforços para garantir que os potenciais e riquezas naturais da Amazônia “possam ser aproveitados de maneira sustentável e garantindo a proteção da floresta”, de forma a “gerar melhorias significativas à população desses Estados”.

“A Amazônia será tratada do ponto de vista estratégico para o Brasil, em todas as suas esferas: ambiental e de desenvolvimento sustentável e humano, dando voz às pessoas que vivem nessas localidades”, consta em outro trecho.

Os governadores ainda reiteraram que “o protagonismo de defender a Amazônia será exercido por aqueles que de forma legitima representam os estados que integram esse bioma”.

A carta será enviada ao Governo Federal para compor o posicionamento do governo brasileiro na Cúpula da Amazônia, que será realizada em agosto em Belém (PA).

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Leia a íntegra do posicionamento:

Nós, os governadores dos estados da Amazônia Legal, reunidos neste dia 16 de junho de 2023, em Cuiabá/MT, durante o 25º Fórum dos Governadores, apresentamos à sociedade e ao Governo Federal as nossas deliberações e subsídios ao posicionamento brasileiro na Cúpula da Amazônia, a realizar-se em agosto de 2023, em Belém/PA, entre os países da Pan-Amazônia e membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA): Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, e Suriname.

Em atenção ao pacto federativo estabelecido pela Constituição Federal de 1988 e à atuação legal dos governos da Amazônia Legal em seus respectivos territórios, é essencial que o Governo Federal, em seu posicionamento para a Cúpula da Amazônia, leve em consideração o posicionamento conjunto dos nove estados consorciados (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), que são objetos e agentes dos compromissos a serem estabelecidos, sobre temas relativos ao meio ambiente, segurança pública, direitos dos povos indígenas e povos e comunidades tradicionais, crise climática, segurança energética e alimentar, produção com geração de emprego, renda e fomento a atividades que valorizem a floresta em pé.

A unidade dos governadores se manifesta em defesa dos interesses da Região Amazônica:

1. Os Estados continuarão executando ações para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida de cerca de 30 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia, com investimentos em segurança, saúde, educação, no social e meio ambiente;
2. Estaremos envidando todos os esforços para garantir que os potenciais e riquezas naturais possam ser aproveitados de maneira sustentável e garantindo a proteção da floresta, para gerar melhorias significativas à população desses Estados;
3. A Amazônia será tratada do ponto de vista estratégico para o Brasil, em todas as suas esferas: ambiental e de desenvolvimento sustentável e humano, dando voz às pessoas que vivem nessas localidades;
4. O protagonismo de defender a Amazônia será exercido por aqueles que de forma legitima representam os estados que integram esse bioma.
5. Apoiamos a criação de uma Frente Parlamentar Mista da Amazônia Legal, para que os Senadores e Deputados Federais dos estados da Amazônia Legal possam atuar na defesa dos interesses comuns da região no Congresso Nacional.

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Os governos nacionais e subnacionais Pan-Amazônicos, em especial os Governos Federal e estaduais da Amazônia Legal brasileira, agora têm local e data para apresentar ao mundo os resultados de suas políticas públicas e ações para a região. O anúncio da escolha de Belém/PA como anfitriã da COP-30 pela ONU nos abre uma janela de oportunidades que se encerrará em dezembro de 2025. É neste sentido que pactuamos a colaboração mútua e pré-competitiva, a fim de que possamos construir e compartilhar soluções para os desafios comuns.

Por isso, reivindicamos que as recomendações acima estejam representadas no posicionamento do Governo Federal durante a Cúpula, assim refletindo, de um lado, as nossas trajetórias, estratégias e colaborações; e, de outro, o empenho democrático que, seguramente, havemos de observar na articulação regional. Apenas pela atuação conjunta e estratégica poderemos viabilizar o combate à pobreza e o salto de desenvolvimento desejado para a região, impulsionado por uma economia sustentável que preserve o meio ambiente e contribua para a qualidade da vida na Terra.

Fonte: Governo MT – MT

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Estudo revela déficit de 5 milhões de hectares de Reserva Legal no Mato Grosso e alerta para risco de embargos  

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Durante reunião realizada entre o Fórum Agro MT e a Frente Parlamentar da Agropecuária de Mato Grosso (FPA-MT), o perito da Polícia Federal, Bernardo Tabaczenski, apresentou estudo que trouxe números alarmantes sobre a situação da Reserva Legal no Mato Grosso, especialmente no bioma amazônico. O levantamento, baseado em dados oficiais do Cadastro Ambiental Rural (CAR), revela um déficit de 4,9 milhões de hectares em todo o bioma de áreas que precisam ser compensadas ou recuperadas no estado.

Segundo Tabaczenski, que ocupa cargo técnico-científico na PF, os resultados foram assustadores. “Eu obtive números que julguei assustadores. Hoje, no bioma amazônico de Mato Grosso, temos quase 29 milhões de hectares de imóveis rurais cadastrados. O déficit de Reserva Legal chega a 5,6 milhões de hectares”, afirmou.
O estudo foi apresentado no InterForensics 2025, em Curitiba, e no Conbrap 2025, em João Pessoa, e contou com a participação de outros dois peritos criminais federais.

De acordo com Tabaczenski, a falta de regularização pode trazer sérios impactos para o setor produtivo. “Essas áreas, quando não regularizadas ambientalmente, correm risco de embargo. O custo de recuperação é altíssimo. Imagine recuperar áreas produtivas em Sorriso ou Nova Ubiratã, que valem milhões. Isso é um fantasma para o produtor”, destacou.

O levantamento aponta que, mesmo considerando todas as áreas privadas passíveis de compensação em unidades de conservação, o número não chega a 700 mil hectares — muito abaixo da necessidade. “Dos 4,9 milhões de hectares de déficit, 4,2 milhões estão totalmente desprotegidos. Isso equivale a um terço da área de soja plantada em Mato Grosso. Ou regularizamos, ou haverá embargos. O problema é urgente”, afirmou.

Apesar de a legislação federal e um decreto estadual permitirem compensação em outros estados da Amazônia Legal, a Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema) tem dificultado a aplicação da medida.

“Existe todo o caminho legal para permitir compensação fora do Estado, mas a Sema ainda não percorreu. Talvez falte o conhecimento da realidade dos dados para que haja uma ação mais efetiva. Enquanto Pará e Rondônia já compram reservas em outros estados, Mato Grosso, que sempre foi vanguarda, está ficando para trás”, alertou o pesquisador.

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O deputado estadual e presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, Carlos Avallone se manifestou sobre o tema, e defendeu alterações na legislação para permitir maior flexibilidade.

“Isso traz uma lupa em todo esse processo ambiental e mostra que precisamos sair na frente e autorizar que possamos comprar áreas de compensação em outros estados”, declarou.

Avallone afirmou que pretende articular com o governador Mauro Mendes e com a Assembleia Legislativa para viabilizar uma solução que dê segurança ao setor produtivo. “Se não resolvermos essa questão, o risco de embargo para o produtor será enorme. Temos que permitir que tudo seja feito de forma transparente e legal, porque o déficit é perigoso e precisa de solução urgente”, concluiu o parlamentar.

Já o deputado Nininho manifestou forte preocupação com a dificuldade de regularização e com o impacto das mudanças na legislação ambiental. “Acredito que esse déficit seja resultado de alterações na lei que mudaram os critérios de exploração. Antes, em áreas de floresta, era permitido utilizar 50%, hoje só 20%. No Cerrado, caiu de 80% para 65%. Isso dificultou ainda mais a vida do produtor”, afirmou.

Nininho defendeu a união entre Assembleia, Governo e entidades do setor para encontrar uma saída equilibrada. “Nós temos que fazer esse enfrentamento. Dialogar com a Sema e o Governo, de forma desarmada, para achar um critério justo, que seja bom para o meio ambiente, mas que não seja injusto com os produtores”, completou.

Lei Complementar 801/2024

Avallone também defendeu cautela na regulamentação da LC 801/2024 em Mato Grosso, o parlamentar destacou a importância da lei para fomentar a industrialização no estado. Aprovada pela ALMT e sancionada pelo governador, a LC aguarda, desde o mês de dezembro, sua regulamentação. O texto altera regras do Plano de Desenvolvimento do Estado, impactando incentivos fiscais e a concessão de armazéns, além de fomentar investimentos na industrialização.

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O deputado estadual Carlos Avallone (PSDB) afirmou que a lei representa um avanço, mas destacou que a regulamentação precisa ser feita com cautela, para evitar brechas que possam comprometer sua efetividade.

“É uma legislação que já foi aprovada e sancionada, dependendo apenas da regulamentação por decreto. Mas é fundamental que cuidemos dessa regulamentação para fechar as portas e não permitir nenhum tipo de subterfúgio que facilite práticas incorretas, que não é o que nós queremos”, declarou.

Minuta de alteração da fitofisionomia em Mato Grosso

O encontro também discutiu a minuta do projeto de alteração da fisionomia vegetal de Mato Grosso. De acordo com o deputado estadual Chico Guarnieri o projeto visa trazer mais segurança e objetividade aos técnicos.

“A grande verdade é que esse projeto que deve ser apresentado visa deixar as coisas mais claras e objetivas para os técnicos que farão a avaliação de tipologia. No passado, houve muitos problemas com esses analistas. Então, um texto mais claro, objetivo e transparente pode proporcionar segurança jurídica tanto para quem analisa quanto para os produtores”, pontuou.

O parlamentar Diego Guimarães destacou que o projeto traz segurança jurídica ao setor produtivo e que o novo texto será mais profundo e consistente.

“Nós precisamos que o que é floresta seja classificado como floresta e o que é cerrado, seja classificado como cerrado, o modelo que tínhamos era arcaico, injusto e era pouco profundo, nós precisávamos aprofundar e aí, reconhecendo depois o veto do governador, a Assembleia, juntamente com a FPA-MT, passou por esse novo momento do aprofundamento, esmiuçando um pouco mais, trazendo critérios extremamente objetivos, com a finalidade de trazer essa justiça e segurança jurídica para todos os envolvidos. Eu creio que o Mato Grosso vai estar em uma vanguarda gigante, caso a gente possa apreciar, aprovar e colocar na vigência uma lei deste tipo”, explicou.

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