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Mato Grosso é dependente de importação de fertilizantes russos, apontam dados do TCE
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O estado de Mato Grosso é totalmente dependente da exportação de fertilizantes e de minerais para a produção de fertilizantes vindos da Rússia, de acordo com informações do portal Radar Exportações e Importações, mantido pelo Tribunal de Conta do Estado de Mato Grosso (TCE-MT).
De acordo com dados obtidos no portal pela reportagem do site Agro Olhar, Mato Grosso importou em 2021 um total de 582 milhões de dólares em produtos como cloretos de potássio, ureia, adubos, nitratos e sulfatos de amônio. Ao todo, o estado importou 1,61 milhões de toneladas destes produtos da Rússia em 2021 em 126 importações diferentes.
O valor total (com todos os países inclusos) das importações em 2021 foi de 3,1 bilhões de dólares em mais de 8,49 milhões de toneladas e 6.352 importações diferentes. O volume de importações da Rússia só não é maior do que as importações da China, que totalizaram 585 milhões de dólares.
A diferença é que Mato Grosso não exporta tantos produtos para a Rússia como exporta para a China. A balança comercial, que mede a diferença entre exportações e importações, aponta para um diferença de 327 milhões de dólares, uma vez que o volume exportado pelo estado para o país euroasiático é de 254 milhões de dólares em diversos produtos.
Neste cenário, o estado se torna dependente dos produtos químicos e minerais russos. Cerca de 76% dos produtos importados por Mato Grosso no estado são utilizados na agricultura de alto padrão, como na produção de soja e milho no estado.
A dependência do estado com relação aos fertilizantes e insumos russos fez com que o presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) pedisse que o Congresso Nacional reavalie o Projeto de Lei 191/2020, que possibilita a mineração em terras indígenas.
A expectativa de Cadore e de grupos ligados aos agronegócio brasileiro é de que o conflito no leste Europeu acenda o alerta sobre essa dependência e faça com que o estado brasileiro explore riquezas minerais que ainda estão sob proteção constitucional.
“O Congresso Federal precisa agir rápido, é momento de deixar as ideologias de lado e se preocupar com o futuro e a alimentação das pessoas”, afirmou o presidente da Aprosoja-MT. “Precisamos desburocratizar o sistema de concessão e de licenciamento dessas jazidas de recursos minerais com potenciais para o uso de fertilizantes no país”, enfatizou.
FONTE/ REPOST: LÁZARO THOR BORGES – OLHAR DIRETO
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Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso
Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.