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Moradores do Praeirinho comemoram posse definitiva e fazem planos

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O sonho de ter o título definitivo de posse da propriedade se tornou realidade para mais 59 famílias do bairro Praeirinho, em Cuiabá. Os documentos foram entregues na noite desta terça-feira (29) pelo vice-prefeito, José Roberto Stopa, e pelo secretário de Habitação e Regularização Fundiária de Cuiabá, Marcrean Santos. A ação faz parte da Semana Nacional de Regularização Fundiária, promovida pela Corregedoria-Geral de Justiça de Mato Grosso, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e parceiros, com o objetivo de fortalecer a governança fundiária, a promoção da Justiça, o acesso regular à terra, a segurança jurídica e a proteção ambiental. A meta determinada pelo prefeito Emanuel Pinheiro é garantir a entrega de 20 mil títulos até o final do ano.

Entre os que receberam os títulos estão os irmãos Rosália Xavier de Toledo, 77 anos, e João Xavier da Costa, 70 anos. Os dois são moradores do Praeirinho desde a fundação do bairro. As casas ficam em quadras diferentes, mas o sonho era o mesmo e a luta foi longa para ambos.

 

“Foi muito difícil, uma caminhada muito longa, mas agora estou contente, seguro com o documento”, destacou João Xavier, que mora com a esposa e uma filha e já faz planos para adquirir um financiamento.

 

Acompanhando a mãe Rosália Xavier, Maura Xavier também afirma que o documento era um sonho antigo e que traz tranquilidade para a família. Na casa moram a mãe, ela e um filho.

 

Também entre os beneficiados com o documento está um dos fundadores do Praeiro 1, Otaviano Carneiro, de 83 anos. Ele conta que já são 20 anos morando no Praeirinho e esperando ter a posse definitiva do imóvel. Lembra que já recebeu outros documentos, mas que na verdade não eram registrados em cartório e, por isso, não garantiram a posse de fato. “Hoje estou muito feliz em receber esse documento da prefeitura, já registrado em cartório, sem qualquer custo. Agora tenho certeza que deixarei esse imóvel como herança para os meus filhos”.

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Vice-prefeito Stopa reforçou que os documentos são entregues já registrados em cartório e sem custo algum para os moradores. “Quando começamos a entregar os títulos as pessoas não acreditavam muito porque, em alguns momentos do passado, se entregavam carta de aforamento. O cidadão ficava com ela um tempo e quando ia ao cartório, a carta não valia nada. O morador ficava com o papel na mão e sem sua escritura. Agora, todos os títulos que estamos entregando já estão registrados em cartório. Já é o documento oficial, é realmente a propriedade de vocês e de forma 100% gratuita, a forma justa da prefeitura valorizar todos os cidadãos cuiabanos”.

 

Stopa reforçou que os títulos garantem dignidade porque, com a escritura, os moradores podem adquirir financiamentos para fazer melhorias, podem alugar o imóvel sem preocupação. “O morador passa a ser realmente proprietário e ter novas possibilidades. Temos investido muito na questão de entrega destas escrituras, destes documentos, para que possamos fazer com que Cuiabá se regularize cada vez mais e valorize aqueles que mais precisam”.

 

O vice-prefeito ainda destacou o empenho do secretário Marcrean Santos e de toda a equipe da secretaria de Habitação e Regularização Fundiária. “Marcrean é acelerado, vai para cima, trabalha de manhã, de tarde e de noite. E o resultado de todo este trabalho está aparecendo com as entregas de títulos”.

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O secretário Marcrean enfatizou a história de luta de toda a comunidade, principalmente do atual e antigos presidentes da associação dos moradores, para que a regularização se tornasse realidade. Lembrou que já foram entregues diversos títulos no bairro e a meta da prefeitura é que todos os moradores tenham o documento até o final de 2024.

“Este é mais um evento maravilhoso. Quando a prefeitura vem ao bairro entregar esse documento tão importante ao munícipe, garantindo dignidade”.

O secretário lembrou da emoção das famílias ao receberem os títulos, como aconteceu na última segunda-feira quando levou os documentos para moradores do bairro Jardim Passaredo. “São muitos anos de luta, de espera. Ao receberem o documento, os moradores expressam gratidão, emoção. É sempre um momento muito emocionante para nós que todos os dias lutamos para transformar esses sonhos em realidade”.

Marcrean reforçou que com o documento em mãos o morador pode afirmar que é proprietário de direito e de fato do imóvel. “Quem não tem o título, é detentor da posse, tem contrato de compra e venda de gaveta. Quando recebe esse documento, tudo muda. O imóvel passa a ser valorizado em pelo menos 30% no valor venal, além de vários outros benefícios”.

O secretário lembrou que nessa semana a gestão está entregando títulos em oito bairros. Na noite desta quarta-feira (30) haverá entregas no bairro Sol Nascente e na quinta-feira (31) no bairro Dr. Fábio.

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Estudo revela déficit de 5 milhões de hectares de Reserva Legal no Mato Grosso e alerta para risco de embargos  

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Durante reunião realizada entre o Fórum Agro MT e a Frente Parlamentar da Agropecuária de Mato Grosso (FPA-MT), o perito da Polícia Federal, Bernardo Tabaczenski, apresentou estudo que trouxe números alarmantes sobre a situação da Reserva Legal no Mato Grosso, especialmente no bioma amazônico. O levantamento, baseado em dados oficiais do Cadastro Ambiental Rural (CAR), revela um déficit de 4,9 milhões de hectares em todo o bioma de áreas que precisam ser compensadas ou recuperadas no estado.

Segundo Tabaczenski, que ocupa cargo técnico-científico na PF, os resultados foram assustadores. “Eu obtive números que julguei assustadores. Hoje, no bioma amazônico de Mato Grosso, temos quase 29 milhões de hectares de imóveis rurais cadastrados. O déficit de Reserva Legal chega a 5,6 milhões de hectares”, afirmou.
O estudo foi apresentado no InterForensics 2025, em Curitiba, e no Conbrap 2025, em João Pessoa, e contou com a participação de outros dois peritos criminais federais.

De acordo com Tabaczenski, a falta de regularização pode trazer sérios impactos para o setor produtivo. “Essas áreas, quando não regularizadas ambientalmente, correm risco de embargo. O custo de recuperação é altíssimo. Imagine recuperar áreas produtivas em Sorriso ou Nova Ubiratã, que valem milhões. Isso é um fantasma para o produtor”, destacou.

O levantamento aponta que, mesmo considerando todas as áreas privadas passíveis de compensação em unidades de conservação, o número não chega a 700 mil hectares — muito abaixo da necessidade. “Dos 4,9 milhões de hectares de déficit, 4,2 milhões estão totalmente desprotegidos. Isso equivale a um terço da área de soja plantada em Mato Grosso. Ou regularizamos, ou haverá embargos. O problema é urgente”, afirmou.

Apesar de a legislação federal e um decreto estadual permitirem compensação em outros estados da Amazônia Legal, a Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema) tem dificultado a aplicação da medida.

“Existe todo o caminho legal para permitir compensação fora do Estado, mas a Sema ainda não percorreu. Talvez falte o conhecimento da realidade dos dados para que haja uma ação mais efetiva. Enquanto Pará e Rondônia já compram reservas em outros estados, Mato Grosso, que sempre foi vanguarda, está ficando para trás”, alertou o pesquisador.

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O deputado estadual e presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, Carlos Avallone se manifestou sobre o tema, e defendeu alterações na legislação para permitir maior flexibilidade.

“Isso traz uma lupa em todo esse processo ambiental e mostra que precisamos sair na frente e autorizar que possamos comprar áreas de compensação em outros estados”, declarou.

Avallone afirmou que pretende articular com o governador Mauro Mendes e com a Assembleia Legislativa para viabilizar uma solução que dê segurança ao setor produtivo. “Se não resolvermos essa questão, o risco de embargo para o produtor será enorme. Temos que permitir que tudo seja feito de forma transparente e legal, porque o déficit é perigoso e precisa de solução urgente”, concluiu o parlamentar.

Já o deputado Nininho manifestou forte preocupação com a dificuldade de regularização e com o impacto das mudanças na legislação ambiental. “Acredito que esse déficit seja resultado de alterações na lei que mudaram os critérios de exploração. Antes, em áreas de floresta, era permitido utilizar 50%, hoje só 20%. No Cerrado, caiu de 80% para 65%. Isso dificultou ainda mais a vida do produtor”, afirmou.

Nininho defendeu a união entre Assembleia, Governo e entidades do setor para encontrar uma saída equilibrada. “Nós temos que fazer esse enfrentamento. Dialogar com a Sema e o Governo, de forma desarmada, para achar um critério justo, que seja bom para o meio ambiente, mas que não seja injusto com os produtores”, completou.

Lei Complementar 801/2024

Avallone também defendeu cautela na regulamentação da LC 801/2024 em Mato Grosso, o parlamentar destacou a importância da lei para fomentar a industrialização no estado. Aprovada pela ALMT e sancionada pelo governador, a LC aguarda, desde o mês de dezembro, sua regulamentação. O texto altera regras do Plano de Desenvolvimento do Estado, impactando incentivos fiscais e a concessão de armazéns, além de fomentar investimentos na industrialização.

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O deputado estadual Carlos Avallone (PSDB) afirmou que a lei representa um avanço, mas destacou que a regulamentação precisa ser feita com cautela, para evitar brechas que possam comprometer sua efetividade.

“É uma legislação que já foi aprovada e sancionada, dependendo apenas da regulamentação por decreto. Mas é fundamental que cuidemos dessa regulamentação para fechar as portas e não permitir nenhum tipo de subterfúgio que facilite práticas incorretas, que não é o que nós queremos”, declarou.

Minuta de alteração da fitofisionomia em Mato Grosso

O encontro também discutiu a minuta do projeto de alteração da fisionomia vegetal de Mato Grosso. De acordo com o deputado estadual Chico Guarnieri o projeto visa trazer mais segurança e objetividade aos técnicos.

“A grande verdade é que esse projeto que deve ser apresentado visa deixar as coisas mais claras e objetivas para os técnicos que farão a avaliação de tipologia. No passado, houve muitos problemas com esses analistas. Então, um texto mais claro, objetivo e transparente pode proporcionar segurança jurídica tanto para quem analisa quanto para os produtores”, pontuou.

O parlamentar Diego Guimarães destacou que o projeto traz segurança jurídica ao setor produtivo e que o novo texto será mais profundo e consistente.

“Nós precisamos que o que é floresta seja classificado como floresta e o que é cerrado, seja classificado como cerrado, o modelo que tínhamos era arcaico, injusto e era pouco profundo, nós precisávamos aprofundar e aí, reconhecendo depois o veto do governador, a Assembleia, juntamente com a FPA-MT, passou por esse novo momento do aprofundamento, esmiuçando um pouco mais, trazendo critérios extremamente objetivos, com a finalidade de trazer essa justiça e segurança jurídica para todos os envolvidos. Eu creio que o Mato Grosso vai estar em uma vanguarda gigante, caso a gente possa apreciar, aprovar e colocar na vigência uma lei deste tipo”, explicou.

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