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Padre suspeito de abuso sexual em Sinop se apresenta em Cuiabá e aguarda audiência de custódia

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O padre Nelson Koch, de 54 anos, investigado pela acusação de estupro de vulnerável em Sinop se apresentou, ontem à noite, na Gerência Estadual de Polinter e Capturas, em Cuiabá, e aguarda audiência de custódia. A informação foi confirmada, há pouco, ao Só Notícias, por uma fonte da Polícia Civil.

Contra ele, havia mandado de prisão preventiva em aberto, expedido na última quarta-feira, pela juíza Rosângela Zacarkim dos Santos, da Segunda Vara Criminal de Sinop. Ainda não foi confirmado se Koch será transferido para Sinop ou continuará na capital.

Conforme Só Notícias já informou, o padre já havia sido preso em Sinop dia 17 de fevereiro. Dia 21, no entanto, o desembargador Marcos Machado deferiu pedido de habeas corpus e concedeu liberdade a Koch, definindo medidas cautelares como comparecimento periódico em juízo singular, em prazo e condições estabelecidas pelo juiz da causa, para informar e justificar atividades civis.

Além disso, também não poderia aproximar com distância mínima de mil metros, ou manter qualquer espécie/forma de contato com as vítimas, seus familiares ou testemunhas, bem como era proibido de se ausentar de Sinop, sem prévia autorização judicial e deveria comunicar à autoridade judiciária eventual mudança de endereço. O desembargador ponderou que as condições pessoais do padre (como não ter anotações criminais pretéritas, possuir endereço certo, e vínculo sacerdotal em ordem religiosa), deveriam “ser valoradas para análise de substituição da prisão preventiva por medidas diversas à prisão”.

À época, no pedido a sustentou que Koch, por exemplo, tem “diploma de curso superior o que lhe confere o direito de permanecer em cela especial”. Por outro lado, a penitenciária não tem cela destinada a pessoas com formação superior, e o padre estaria alocado no raio cinco (evangélico, e voltado à pessoas com perfil de baixa periculosidade), na ala três, com outros 52 reclusos. Além disso, ponderou que por “ser portador de hipertensão, depressão e ansiedade, o paciente faria jus à prisão domiciliar”.

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Ao analisar, o desembargador reforçou que a “segregação do paciente em local inadequado viola direito subjetivo, situação que deveria ser do conhecimento das autoridades públicas da Comarca de Sinop. Ele continuou pontuando que “com efeito, o preso diplomado em curso superior tem direito a tratamento diferenciado daquele dispensado ao segregado comum, consistente em seu recolhimento, até o trânsito em julgado de eventual condenação, em cela especial e separado destes últimos”.

“Nesse quadro, ponderados os fundamentos da decisão constritiva, a ausência de convívio entre o paciente e as vítimas, o afastamento das funções de padre e pároco, as condições pessoais do paciente [idade, primariedade, endereço certo e formação superior, bem como a inexistência de cela especial ou local adequado na respectiva unidade prisional], mostra-se pertinente a substituição da custódia preventiva por medidas cautelares alternativas”, justificou.

Já no dia da prisão, o delegado Sergio Ribeiro, informou que “entrevistamos as pessoas que frequentavam a igreja e dois desses adolescentes narraram esses abusos, que começaram passando as mãos nas nádegas, órgãos genitais. Uma das vítimas teria colocado o celular para gravar e filmou o padre o levando para um banheiro no quarto paroquial”.  “Numa entrevista preliminar, o padre lamentou, disse que tudo que ele fez foi consentido, esses relacionamentos que ele teve com esses adolescentes, e se mostrava arrependido dos fatos, chorou porque ia deixar de ser padre, queria preservar também a igreja. Então, a gente lamenta”, acrescentou.

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Além do procedimento judicial, a Comissão Especial de Apuração de Possíveis Crimes Sexuais Cometidos na Diocese instaurou procedimento administrativo, cujo prazo de conclusão é de 60 dias. Pessoas ainda serão ouvidas e possíveis provas colhidas.

Em nota, o bispo Dom Canísio Klaus ofereceu “solidariedade e auxílio espiritual e psicológico”. “Ao povo de Deus, desta paróquia e diocese, peço compreensão, orações, solidariedade e misericórdia. Que a luz do Espírito Santo ilumine a nossa igreja nesse momento difícil para um discernimento verdadeiro e justo para todos”.

Anteriormente, o advogado de defesa, Márcio de Deus negou que houve confissão dos possíveis crimes. O advogado também criticou o delegado de Polícia Civil, que à época da prisão explicou em entrevista coletiva que o padre havia dito, no trajeto entre seu sítio e a delegacia, que estava arrependido e as relações com as vítimas seriam consentidas.

Já sobre os vídeos citados pelo delegado, que haveria abuso sexual de menor, o advogado alegou que possivelmente foram editados. Márcio de Deus detalhou ainda que o celular do padre não foi formatado no intuito de apagar possíveis materialidades, e que ele não era ativo nas redes sociais. “Pelo que ele me falou, há uma semana ou um pouco mais, caiu dentro de uma caixa d’agua e estragou. Ele levou para concerto e formataram no lugar que foi consertado. Não tinha interesse nenhum em formatar o celular”.

Só Notícias/Luan Cordeiro (foto: arquivo/assessoria)

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Audiência pública sobre obras inacabadas do BRT em Cuiabá é marcada pela ausência do governo estadual

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Na tarde desta sexta-feira (14), a Câmara Municipal de Cuiabá sediou uma audiência pública convocada pela Comissão de Obras, com o intuito de discutir os avanços e os desafios das obras do BRT na cidade. Presidida pelo vereador Alex Rodrigues, a audiência contou com a presença dos vereadores Dídimo Vovô, Ildes Taques, Demilson Nogueira, Dilemário Alencar, Jefferson Siqueira, Eduardo Magalhães, Paula Calil e Daniel Monteiro.

O evento também reuniu representantes de diversas entidades e órgãos importantes, como Paulo Cesar (Diretor de Trânsito da SEMOB), Kamila Auxiliadora (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), Juliano Brustolin (Vice-presidente da Comissão de Acompanhamento Legislativo), Junior Macagnam (Presidente da CDL), Sebastião Belém (Secretaria de Obras Públicas), José Ademir dos Santos Junior (Empresa J. Prime), Pedro Aquino (Presidente da ASSUT – MT e da Associação dos Usuários do Transporte Público de Cuiabá), Álvaro Bezerra (Diretor da ACEC), Nicolau Cesar (Diretor da SEMOB) e Mauro (Pastoral do Imigrante).

Apesar da ampla participação de autoridades e especialistas, a audiência foi marcada por uma ausência significativa: o governo do estado, responsável pelas obras, não enviou nenhum representante. A ausência foi bastante impactante, considerando que foram 45 dias de organização para a devida audiência. A falta de explicações sobre o andamento da obra e os atrasos no cronograma gerou revolta entre os presentes.

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O presidente da Comissão de Obras, Alex Rodrigues, não escondeu a frustração com a ausência do governo estadual. “A política seria da resultado, a politicagem não. Gostaríamos de saber pelos responsáveis o prazo, o cronograma e o projeto, mas isso não vai diminuir o trabalho da Câmara Municipal de Cuiabá. Vamos continuar nosso trabalho e convidá-los para a próxima reunião da comissão de obras”, afirmou Alex Rodrigues, ressaltando que a população está cobrando respostas sobre o andamento da obra. “Quem nos elegeu está cobrando, que é o povo. O povo não está aqui na audiência porque está trabalhando, tem hora para chegar e sair. E o BRT era para ser um auxílio no dia a dia das pessoas”, completou.

Os impactos das obras inacabadas

Os atrasos nas obras do BRT têm gerado sérios impactos no trânsito de Cuiabá, com reflexos visíveis em várias regiões da cidade. A situação é especialmente crítica em avenidas como a do CPA e Fernando Corrêa, onde as obras têm causado congestionamentos e dificultado o deslocamento da população. A Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), um dos principais pontos críticos da obra, ainda não conta com uma solução definitiva para os alagamentos que comprometem a operação dos ônibus elétricos planejados para o sistema.

Além disso, os atrasos têm origem em um impasse entre o governo do estado e o Consórcio Construtor BRT Cuiabá, liderado pela Nova Engevix Engenharia e Projetos S/A. O consórcio, contratado em 2022 por R$468 milhões, afirma que o anteprojeto da obra não previu soluções essenciais, como a macrodrenagem da Prainha, o que tem dificultado a execução do cronograma e gerado mais atrasos.

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Propostas de soluções e próximos passos

Durante a audiência, os vereadores presentes reafirmaram seu compromisso em buscar soluções para destravar a obra e atender às necessidades da população cuiabana. Como próximo passo, os membros da Comissão de Obras Públicas realizarão uma visita técnica aos canteiros de obra para avaliar de perto os avanços e os desafios enfrentados pelo projeto.

“Nosso compromisso é com os cuiabanos. Essa obra precisa andar e atender às necessidades da população”, enfatizou Alex Rodrigues. A visita técnica servirá para que os vereadores possam verificar, pessoalmente, o andamento da obra e buscar alternativas para acelerar sua execução.

A audiência pública foi uma tentativa de dar transparência ao processo e de envolver a população nas discussões sobre o futuro do BRT. A participação dos cidadãos é essencial para que suas demandas sejam ouvidas e consideradas nas decisões que impactam o desenvolvimento da cidade. A Câmara Municipal de Cuiabá continuará a realizar reuniões e audiências sobre o tema, buscando uma solução definitiva para as obras inacabadas que afetam o cotidiano dos cuiabanos.

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