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Pesquisadoras desenvolvem material biodegradável de amido e colágeno de peixe que pode substituir plástico sintético

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Uma equipe de pesquisadoras desenvolveu em laboratório um material biodegradável (biofilmes naturais) obtido a partir de diferentes amidos (mandioca, batata-doce, batata inglesa e batata Asterix) e colágeno de peixe.  O material tem propriedades físico-químicas, mecânicas, estruturais e de biodegradação similares a filmes plásticos, contribuindo significativamente para a sustentabilidade na produção de alimentos ao oferecer alternativas viáveis e ecológicas aos plásticos sintéticos que são derivados de petróleo.

De acordo com apontamentos no projeto da professora doutora Raquel Aparecida Loss, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), apenas 10% dos plásticos derivados do petróleo são reciclados, 14% são  incinerados, e os 76% restantes acabam em aterros ou no ambiente natural. Se essa tendência continuar, pontua ela,  em 2050 haverá cerca de 1.1 bilhão de toneladas de resíduos plásticos.

“Com potencial na substituição do plástico sintético, os biofilmes apresentam uma contribuição significativa para a sustentabilidade. Compostos por materiais biológicos, podem ser usados em embalagens de alimentos diversos,  filmes e revestimentos com propriedades biodegradáveis, além de minimizar a poluição e o desperdício, mantendo a qualidade e a segurança dos alimentos, prolongando sua vida útil sem a necessidade de substâncias químicas prejudiciais. Essa transição para materiais mais ecológicos é essencial para promover uma produção alimentar mais sustentável e reduzir os riscos ambientais associados aos plásticos tradicionais”, destaca.

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A pesquisa “Produção e caracterização de biopolímeros obtidos a partir de amidos de diferentes tubérculos e colágeno de peixe” foi desenvolvida dentro do Edital nº 005/2021 – Mulheres e Meninas na Computação, Engenharias e Ciências Exatas e da Terra, financiada pelo Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat).

Conforme a pesquisadora no projeto, a alternativa que existe para substituir os plásticos sintéticos é a elaboração dos filmes biodegradáveis obtidos a partir de matéria-prima renovável, que podem substituir total ou parcialmente este tipo de material.

“Para que essa substituição seja viável, utilizamos materiais renováveis, abundante e de baixo custo. O amido é um exemplo ideal, pois é renovável, abundante e apresenta preço competitivo, comportamento termoplástico e biodegradabilidade, são eles, o milho, trigo, arroz, mandioca e batata, cada um com diferentes composições, que podem influenciar na formação do filme”,  afirma a pesquisadora  doutora Raquel Loss.

Outro biopolímero importante e de baixo custo e com propriedades funcionais adequadas para a fabricação de biofilmes é a gelatina. Obtida a partir de resíduos de pescado, que seriam perdidos durante o beneficiamento,  o material agrega valor e contribui para redução dos impactos ambientais.

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A pesquisadora pontua que, no entanto, biofilmes obtidos exclusivamente com amido possuem baixa resistência mecânica e falta hidrofilicidade. “Com isso surge o biofilme obtido pela mistura de gelatina de pescado e amido, fornecendo proteção aos grânulos contra cisalhamento, ajudando a manter a umidade, reduzindo a sinérese, a solubilidade em água e a absorção de água. Já a adição de amido em filmes de gelatina resulta em aumento da espessura, transparência e resistência mecânica, ampliando a aplicabilidade dos biofilmes.

A combinação de proteínas (colágeno) e polissacarídeos (amido) é um processo utilizado para desenvolver novos materiais e aperfeiçoar as propriedades dos polímeros, resultando em materiais com melhores propriedades em comparação com aqueles feitos de componentes puros, dessa forma a produção de filmes biodegradáveis a partir de amido de batata-doce e colágeno de peixe pode gerar grandes oportunidades para a sociedade em geral, por razões ambientais e econômicas.

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Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

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Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).

O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior ­- índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).

A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.

No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.

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A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.

Dificuldades

As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.

As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).

Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.

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Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.

“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.

Dados da pesquisa

O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.

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