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Pupilo de Anderson Silva, boxeador de MT faz carreira nos EUA

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O boxeador cuiabano Eliezer Pinho da Silva, de 28 anos, passou por vários obstáculos até chegar onde está hoje, em Los Angeles, nos Estados Unidos, e finalmente viver do que mais gosta: lutar.

O atleta, que já foi campeão brasileiro e panamericano de kickboxing, começou no boxe aos 17 anos, após ser chamado por um treinador quando trabalhava em uma empresa de cimentos em Cuiabá. Apesar de inicialmente negar o convite por questões financeiras, o treinador conseguiu convencê-lo.

Um mês depois, ele entrou no ringue e conquistou sua primeira vitória no boxe. “Ele sempre me dizia: ‘Você tem talento, mas você pode melhorar, tem que se dedicar um pouco mais e decidir o que realmente você quer’”,  recorda Eliezer, chamado de “El Moreno”.

Porém, apesar do desejo de se manter como atleta, várias dificuldades o impediam de se entregar totalmente ao esporte. Por volta dos 19 anos, Eliezer já era pai de dois filhos.

O tempo livre que conseguia, eu treinava. Eu sou um cara que adora esporte? É algo que me desafia. Nessa época, meu técnico novamente me cobrou sobre responsabilidade. Ele perguntou: ‘Hoje você está com 19 anos, tem dois filhos. O que você quer deixar pra eles? O que você quer oferecer pra eles?’”.

Depois dessa conversa, conta Eliezer, o questionamento o fez pensar sobre seu futuro e finalmente começar a se dedicar com objetivo de se tornar um profissional.

“Se você tiver um sonho, você consegue alcançar o que você quer. E foi assim que decidi me afastar de muitas coisas”.

Porém, ao comunicar a decisão aos seus pais, a notícia não foi bem recebida. Sua família ainda tentou convencê-lo a estudar e procurar um emprego comum, mas sua ambição por conquistas o fez continuar. “As pessoas julgavam e criticavam, mas eu pensava: “Vai dar certo, vai dar certo!”.

Após transitar pelo muay thai, o atleta acabou no kickboxing, arte marcial que mais lhe rendeu troféus. Segundo ele, essa época foi uma das mais cansativas, porque entre trabalho e treino, saía de casa às 4h e voltava entre meia-noite e 1h.

“Teve uma competição aqui na cidade de jiu-jitsu e kickboxing. Eu perdi a segunda luta, mas na outra eu fui campeão da categoria. Nocauteei três adversários e levei o prêmio”.

“Depois fui disputar o Pan-Americano, Sul-Americano, Brasileiro, Copa do Brasil, todos os títulos amadores que podia conquistar dentro do estado e fora do Brasil também. Pude conquistar pela CBKB, que é uma organização de kickboxing aqui do Brasil”.

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A arrecadação e viagem para Los Angeles

Três anos depois, ele soube por um amigo que estava acontecendo uma seletiva de atletas para treinar na academia Black House, onde lutadores brasileiros famosos, como Anderson Silva e Lyoto Machida, davam treinamento.

“Fui até umas pessoas que me patrocinavam para ver se eu conseguiria a possibilidade de custear a viagem, que seria para ficar três meses no País”.

Da sua patrocinadora, Eliezer conseguiu um valor, mas não era suficiente para cobrir os R$ 20 mil que precisava. Assim, ele e sua esposa na época decidiram vender trufas no semáforo para arrecadar o valor restante.

“No começo, fiquei com um pouco de vergonha. Meus treinadores também falaram para eu vender na academia, amigos indicavam para as pessoas comprarem”.

“Uma vez, no Bairro da Manga, estava tendo um evento de futebol. Um amigo me chamou e disse pra levar as trufas”.

Quando chegou ao campinho, foi entregue o microfone para Eliezer contar sua história. Depois de superar a timidez de falar em público, ele conseguiu vender cerca de 600 trufas.

“Algo que me surpreendeu muito foi um menino de 10 anos, chamado Leilton. Ele falou: ‘Oi tio. Vou te ajudar”. Ele pegou a caixinha e com a ajuda dele, consegui vender umas 600 trufas em menos de 20 minutos”.

Assim, os dois se tornaram amigos e Leilton foi um dos que continuou apoiando o projeto de arrecadação de Eliezer, inclusive indo com ele até o semáforo para vender o doce.

“No primeiro dia, eu falei: ‘Filho, eu estou com vergonha’. Ele chegou perto de mim e falou bem assim: ‘Se você é incapaz de realizar o teu sonho, para por aqui e volta pra casa”.

“Eu consegui um pouco de dinheiro, fui fazer o passaporte, tive o visto aprovado e foi só choro. Voltei, conversei com a família, os amigos, e depois embarquei para os Estados Unidos”.

Dificuldades em solo estrangeiro e a mão de Anderson Silva

As primeiras semanas, conta Eliezer, foram emocionalmente turbulentas e cheias de dificuldades financeiras. De todo o valor arrecadado com as vendas das trufas, após pagar as despesas essenciais, ele chegou em Los Angeles com apenas US$ 600.

“Cheguei nos Estados Unidos, coração apertado, sem falar inglês, espanhol. Na academia eu tinha uma cama de solteiro em um quarto que dividia com mais três [lutadores], um armário e uma estante de ferro”.

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Após pagar US$ 500 pela cama no dormitório da Black House, ele usou o dinheiro que sobrou para comprar alimentos em um supermercado promocional dos EUA.

Em uma semana, ele conseguiu um emprego de meio período como lavador de pratos, que o ajudou a se sustentar no País.

Logo em seguida, ele começou a trabalhar como entregador de aplicativo e a situação financeira melhorou. Assim, ele decidiu que era o momento de levar sua esposa e filhos para morar junto com ele.

Arquivo pessoal

eliezer

 Eliezer comemora vitória em uma de suas lutas

Anderson Silva e o boxe

Pouco mais de um ano depois de se mudar para Los Angeles aconteceu a primeira virada de chave na carreira de Eliezer, quando Anderson Silva foi até a academia vê-lo treinar.

“Eu cheguei na academia e já vieram em cima de mim: “Mano, bora. Tu tá atrasado já”. Passou um filme na minha cabeça, quando eu ficava até as 4 horas da manhã assistindo ele, e agora iríamos lutar”.

Após esse encontro, os dois se aproximaram, e assim Eliezer foi chamado para trabalhar na equipe técnica de Anderson, na última luta dele no UFC (Ultimate Fighting Championship).

Dois meses depois, Eliezer, que já treinava boxe com Nico Robledo, recebeu uma ligação de Anderson para combinar sobre sua primeira luta profissional.

“Nico Robledo foi uma peça fundamental na minha vida lá. Ele me tratava como filho, me ensinou a falar espanhol, me ensinou a falar inglês. Conversava comigo e dizia que no que eu precisasse, ele me ajudaria”.

A estreia de Eliezer foi vitoriosa e deu o gás que ele precisava para continuar na busca pelo seu sonho de ser viver do esporte. Apesar dos obstáculos, a persistência do cuiabano o gratificou com uma carreira estabilizada e a certeza de que insistiu no caminho certo.

“Anderson não é só meu ídolo, é meu amigaço, parceiro. É um grande exemplo também, tem me ensinado bastante. Ele é uma família pra mim, isso me dá muito orgulho. Hoje eu vivo só com patrocínio e as lutas. Então, pode se dizer que eu consigo viver do esporte”.

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Especialista dá dicas de como superar escassez de mão de obra na suinocultura

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A falta de mão de obra é um problema que atinge diversas cadeias do setor produtivo, na suinocultura não é diferente, e a escassez de mão de obra e a alta rotatividade de colaboradores afetam diretamente a produtividade e o custo de produção em uma granja. Com a relevância do tema, o médico-veterinário, especialista em Liderança, Engajamento e Produtividade na Suinocultura, Leandro Trindade, apontou os principais desafios e oportunidades para atrair e reter talentos durante o 4º Simpósio da Suinocultura de Mato Grosso.

De acordo com levantamento realizado pela Metodologia Boas Práticas de Liderança (BPL), idealizado por Trindade, a rotatividade dentro das granjas, fenômeno cada vez mais constante, tem elevado os custos da atividade. “O impacto no negócio é direto, e o custo pela substituição de um colaborador pode chegar a 300% do salário anual dele. A repetição de processos, o tempo gasto com treinamento, instabilidade e queda de produtividade são reflexos dessa constante troca de funcionários”, explicou.

Ainda segundo o levantamento, realizado entre 2012 e 2025 em entrevistas nas granjas, a remuneração inadequada não é um dos principais fatores para a falta de engajamento dos colaboradores.

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“Chefe ruim (87%), falta de reconhecimento (78%), condições de trabalho (61%), comunicação ineficaz (58%) e só então remuneração inadequada (39%) montam o ranking de principais causas de afastamento dos colaboradores das granjas. Isso mostra a importância de escolher um líder capacitado para lidar com equipes”, pontuou.

Trindade completa que atualmente o ambiente de trabalho tem maior peso na escolha do colaborador do que o salário. “Clima respeitoso, oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional, jornada de trabalho que permita cuidar da vida pessoal, infraestrutura e reconhecimento do valor do trabalho são pontos que precisam ser trabalhados e colocados como prioridade para conseguir incentivar e engajar um colaborador”.

O vice-presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) e suinocultor, Moisés Sachetti, a pauta abordada durante o evento foi muito bem recebida pelos participantes, visto que é um problema recorrente no setor produtivo.

“É um problema enfrentado não só aqui em Mato Grosso, mas no Brasil. É um problema crescente no agronegócio brasileiro, afetando a produção e a eficiência do setor. Este fenômeno é resultado de uma combinação de fatores, como a falta de qualificação da mão de obra disponível, condições de trabalho no e até mesmo de gestão de pessoas”, afirmou Sachetti ao reforçar que é preciso atenção para evitar que o problema se agrave e acabe comprometendo a produção do setor produtivo.

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