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SES promove encontro para debater sobre doença celíaca e alergia alimentar

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Durante o encontro “Conhecendo mais sobre a Alergia Alimentar”, que integra a Semana Estadual de Conscientização sobre Alergia Alimentar, realizada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), pais que têm filhos com a doença celíaca e com intolerâncias e alergias alimentares relataram suas experiências de superação e de inclusão alimentar social.

O evento ocorreu nesta terça-feira (10.05), no auditório da Controladoria Geral do Estado (CGE), em Cuiabá. Os familiares de bebês, crianças e adolescentes participaram de debates sobre a alergia alimentar nos sistemas educacional e de saúde pública, com foco na inclusão social.

Leda Alves, presidente da Associação de Famílias com Intolerâncias e Alergias Alimentares (Afinal), criada em 2018 com objetivo de promover políticas públicas inclusivas, expôs sua experiência como mãe de uma criança com alergia alimentar, hoje com 10 anos, diagnosticada aos quatro meses de vida. Leda é comunicadora e há cerca de seis anos vem informando famílias sobre a alimentação adequada e segura para os seus filhos. 

A profissional lembra que hoje já se tem mais informação sobre o tema e também mais oferta de alimentos específicos para quem tem intolerâncias e alergias alimentares. Ela orienta os pais para que fiquem atentos aos sintomas dos filhos após as refeições e a amamentação.

“O meu filho, recém-nascido, que não dormia a cada mamada, tinha diarreias com sangue, vômitos em jatos, cólicas e reações alérgicas na pele. Era rotina correr com ele para as emergências de unidades de saúde. Até descobrir que ele tinha alergia alimentar”, alertou Leda Alves para os sintomas da doença.

Bruna Mendes Dias, mãe de uma menina de nove anos de idade e que desde os três anos foi diagnosticada com alergia alimentar múltipla e doença Celíaca, conta que até a descoberta, o caminho foi longo e sofrido. A filha precisou passar por um choque anafilático para poder descobrir o diagnóstico correto.

“Até o cheiro de alimentos provocavam a alergia; o diagnóstico é difícil e existe o preconceito em relação a essa situação. Eu chorei muito quando ouvi que eu era exagerada, louca e que estava inventando a doença para querer aparecer. Minha filha tem alergia ao arroz, ao feijão e ao milho. A doença Celíaca é autoimune e é para o resto da vida”, disse.

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Por causa da experiência que viveu com a filha, Bruna decidiu investir na produção de uma culinária inclusiva com alimentos aptos para alérgicos múltiplos e celíacos, com uma cozinha exclusiva para esse público. Além disso, ela e outros pais criaram a Associação dos Alérgicos e Intolerantes Alimentares de Mato Grosso, da qual é vice-presidente.

Sérgio Pereira da Silva, pai de uma menina com 11 anos de idade, relata que em 2017 a filha passou a sentir dores abdominais e foi diagnosticada com a doença celíaca, com intolerância ao glúten. A rotina da família precisou ser adaptada à nova descoberta.

“Depois de quatro anos de luta e sofrimento, o intestino dela melhorou porque o diagnóstico da doença foi tardio. Há muitos pais que têm filhos com sintomas de intolerância e que não sabem. A ignorância dificulta o diagnóstico precoce e o tratamento. Falta se conscientizar, acesso a mais palestras em escolas sobre o assunto, e mais atenção aos sintomas. A intolerância alimentar pode levar a óbito”, alertou.

Hoje os filhos do Sérgio, da Bruna e da Leda já se alimentam de forma adequada e segura e conseguem aos poucos reintroduzir os alimentos que antes lhes causaram tanto sofrimento. Contudo, a luta pela conscientização continua para que outras famílias sejam orientadas e ajudadas de forma correta.

Para que esse auxílio qualificado esteja ao alcance de todos, os pais juntamente com os técnicos das áreas da Saúde e da Educação estadual, municipal e federal, elaboraram, ao final do evento, um documento contendo orientações aos gestores públicos, com abrangência nas áreas da saúde, da educação escolar pública e da Educação em capacitação permanente de profissionais das duas áreas.

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“As orientações recomendam ações governamentais em âmbito estadual, municipal e federal, além de instâncias de controle social, como Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, entre outros, para que promovam mudanças nos serviços públicos em áreas fundamentais, com políticas sociais inclusivas”, pontuou a coordenadora de Promoção e Humanização da Saúde da SES, Rosiene Pires.

Doença celíaca

A doença celíaca é autoimune e causada pela intolerância ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, aveia, cevada, centeio e seus derivados, como massas, pizzas, bolos, pães, biscoitos, cerveja, uísque, vodka e alguns doces, provocando dificuldade do organismo de absorver os nutrientes dos alimentos e vitaminas.

Alergia alimentar

A reação alérgica atinge cerca de 8% das crianças com idade inferior aos três anos e quase 3% dos adultos. Entre os fatores que aumentam o risco de apresentar alergias, está a predisposição genética. Mais de 50% dos pacientes com alergia alimentar diagnosticada possuem histórico familiar, além de falhas dos mecanismos de defesa e permeabilidade do sistema digestivo.

Os sintomas mais comuns da alergia alimentar são reações epidérmicas, como inchaços, coceiras e urticária, e no sistema digestivo, como disenteria, dores abdominais e vômito. Também é possível – apesar de menos comum – o desencadeamento de alguns sintomas respiratórios, como tosses, chiados no peito e rouquidão.

Tratamento e diagnóstico

O primeiro passo no combate à alergia alimentar é o diagnóstico correto. Ele só é possível por meio de avaliações clínicas, que incluem testes alérgicos e exames de sangue específicos para possibilitar a investigação do agente causador da alergia.

Não existe cura ou um remédio distinto para tratar a alergia alimentar. O uso de medicamentos só deve ser feito mediante indicação médica. O ideal é excluir da dieta os alimentos e substâncias que provocam alguma reação alérgica.

Fonte: GOV MT

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Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

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Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).

O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior ­- índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).

A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.

No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.

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A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.

Dificuldades

As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.

As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).

Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.

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Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.

“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.

Dados da pesquisa

O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.

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