POLITÍCA NACIONAL
Agência internacional projeta expansão da energia nuclear no Brasil e no mundo
POLITÍCA NACIONAL
O diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Rafael Mariano Grossi, vê “momento histórico” nos debates sobre energia no mundo e oportunidade de expansão global da fonte nuclear. Ele participou de audiência conjunta da Comissão de Minas e Energia e da Comissão Especial de Transição Energética da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (19). O argentino Grossi admitiu entraves diante do atual contexto de guerras e tensões internacionais que, segundo ele, geram “dramaticidade” nos debates sobre segurança energética. Porém, afirmou que o cenário de mudanças climáticas tem sido aliado no reconhecimento da energia nuclear como fonte importante para a descarbonização dos setores poluentes da economia, sobretudo a partir da COP-28, a Conferência da ONU sobre o tema realizada em Dubai, no ano passado.
“A energia nuclear tem que ser não somente tolerada, mas acelerada. É um consenso global: a nuclear tem que ser acelerada paralelamente às renováveis”, afirmou.
Rafael Grossi disse que a fonte nuclear já responde por 30% das energias limpas produzidas no mundo. A tendência é de alta diante de novas tecnologias, como a de pequenas usinas (SMRs) e de sinalizações positivas vindas dos Estados Unidos e da Europa, com exceção da Alemanha, que abandonou o programa nuclear em 2011, após o histórico acidente de Fukushima, no Japão.
Segundo a agência internacional, a China é líder na construção de novos reatores e há avanços expressivos na Índia, Rússia, Turquia e Egito. Grossi foi claro em relação ao Brasil.
“O Brasil não tem que abandonar o nuclear. Vocês têm um desafio importante com Angra: Angra tem que ser terminada”, disse o diretor da Aiea.
Situação do Brasil
O presidente da Eletronuclear, Raul Leite, informou que as três usinas de Angra dos Reis, no litoral sul do estado do Rio de Janeiro, têm potencial de 3 gigawatts de energia. Angra 1 opera há 40 anos e Angra 2, há 20 anos. Leite prevê a conclusão de Angra 3 até 2030, caso os entraves burocráticos sejam superados ainda neste ano. Segundo ele, 11.500 equipamentos já comprados estão parados no pátio da usina, devido à paralisação das obras.
Raul Leite fez analogia com o poluente petróleo e afirmou que “o Brasil tem um pré-sal de urânio” e que, na transição energética, a fonte nuclear tem grande viabilidade de expansão.
“Pode substituir o petróleo – ou seja, geradores a diesel – e geradores a carvão. Nada contra o carro a hidrogênio nem o carro elétrico etc, mas nós já temos o híbrido com plug-in flex: combustível nosso, nacional”.
Para o presidente da Comissão de Minas e Energia, deputado Júnior Ferrari (PSD-PA), “a energia nuclear já é realidade no mundo e precisar avançar no Brasil”, sobretudo para desenvolver a economia do País.
Energia limpa e com resíduo regulado
Ex-modelo radicada no Estados Unidos, a influenciadora digital de energia nuclear Isabelle Boemeke criou o movimento Save Clean Energy para contestar críticas ao lixo nuclear e “impedir o fechamento prematuro de usinas”.
“As usinas e os reatores nucleares podem produzir quantidades gigantescas de eletricidade sem produzir poluentes nem gases do efeito estufa. Além disso, o resíduo energético é regulado, contido e pode ser reciclado”, disse ela.
Durante a audiência, várias instituições apresentaram benefícios da energia nuclear nas áreas de saúde, de alimentos e militares. Também cobraram a superação de entraves de pessoal e de orçamento.
O presidente da Comissão Especial de Transição Energética, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), acredita na expansão do uso da energia nuclear no Brasil até a COP-30 sobre Mudança do Clima, prevista para o próximo, em Belém do Pará.
“Será mais uma oportunidade para esse País, que tem uma matriz energética limpa e protagonismo nos biocombustíveis, pra termos a energia nuclear cada vez mais presente no futuro do nosso País”.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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