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POLITÍCA NACIONAL

Audiência destaca benefícios da canoagem para mulheres que tiveram câncer de mama

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POLITÍCA NACIONAL

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Rosa do Brasil de Dragon Boat: a prática e seus benefícios. Dep. Tereza Nelma PSD - AL
Deputada Tereza Nelma, que propôs o Dia Nacional das Remadoras Rosas

Os benefícios da prática da canoagem dragon boat (barco dragão) para a reabilitação das mulheres que tiveram câncer de mama foram ressaltados, nesta terça-feira (25), pelas participantes de uma audiência pública sobre o assunto na Câmara dos Deputados, promovida pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Para além dos efeitos físicos, o esporte auxilia no combate à depressão e facilita a reinserção social de quem passou por cirurgia, quimioterapia e radioterapia, entre outros procedimentos.

A audiência foi realizada a pedido da deputada Tereza Nelma (PSD-AL), ela própria paciente de câncer, com o objetivo de discutir a instituição do Dia Nacional das Remadoras Rosas do Brasil de Dragon Boat (a ser comemorado em 3 de outubro) e o Dia Nacional da Remada Rosa das Remadoras Rosas do Brasil (a ser celebrado no primeiro domingo de outubro), como forma de divulgar os benefícios da prática desportiva para as mulheres.

A instituição das duas datas está prevista no Projeto de Lei 2674/22, de Tereza Nelma.

Visibilidade
As participantes do debate acreditam que a instituição das datas dará visibilidade à causa, atraindo a atenção de governos e a participação de mais mulheres que passam pelo processo.

“As remadoras rosas do Brasil são mulheres que sobreviveram e encontraram no dragon boat uma oportunidade para se fortalecer, abraçar a sororidade e serem mais felizes”, afirmou Tereza Nelma. “O câncer não é o fim. Quando temos o diagnóstico, é uma sentença de morte. Mas aí a gente tem que renascer, fazer a resiliência.”

Na audiência, diversas mulheres remadoras relataram a própria experiência com o câncer. A fundadora da Associação Canomama de Saúde Esporte e Cultura do Distrito Federal, Larissa Lima, disse que há sete anos, em um momento em que pedia para morrer, recebeu a missão de desenvolver a primeira equipe rosa de dragon boat no Brasil.

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“A gente pretende formalizar esse movimento para que a gente possa ter instrumentos, personalidade jurídica, o que nos dá condição e nos tira do anonimato, para trabalhar por todas as remadoras rosas e seguir com a formação de novas equipes”, disse Larissa.

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Rosa do Brasil de Dragon Boat: a prática e seus benefícios. Larissa Lima - FUNDADORA DA ASSOCIAÇÃO CANOMAMA DE SAÚDE ESPORTE E CULTURA DO DISTRITO FEDERAL
Larissa Lima, que ajudou a criar a primeira equipe rosa de dragon boat no Brasil

Origem chinesa
A remada em dragon boat é uma atividade náutica de origem chinesa, realizada em barcos longos, com a participação de 22 tripulantes. São 20 remadores (dez de cada lado), um diretor no leme, na popa (parte traseira da embarcação), e um baterista na proa (parte da frente), que é quem toca o tambor que impõe ritmo à remada do grupo.

Conforme lembrou Tereza Nelma, estudos indicam que a remada em embarcações como o dragon boat é extremamente benéfica para o processo de reabilitação das pacientes que passaram pela mastectomia e pela retirada de linfonodos axilares.

“A repetição ritmada dos movimentos de braços e ombros fortalece a cadeia peitoral e melhora a circulação”, listou a parlamentar. “As mulheres também relatam que se fortalecem com o clima de camaradagem e o apoio recebido das colegas remadoras. Sentem-se mais dispostas, mais felizes e com mais vontade de viver.”

A presidente da regional de Alagoas da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Lígia Porciúncula, também se disse entusiasta do exercício físico como parte da prevenção, do tratamento e da reabilitação.

“Até há pouco tempo, a gente nem recomendava exercício físico para a mulher com câncer de mama. Mas a ciência tem provado que sim: o exercício físico tem que estar presente desde a prevenção até o pós-câncer”, defendeu Lígia. “Melhora a disposição física e sobretudo diminui o risco de depressão dessas mulheres. O exercício físico como ferramenta de reabilitação, como socialização. Não basta curar, não basta sobreviver, é preciso viver com qualidade de vida após o câncer.”

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Rosa do Brasil de Dragon Boat: a prática e seus benefícios. Nádia Oliveira Gomes - FISIOTERAPEUTA
Nádia: “Conversar com uma mulher que passou pelo tratamento é outra forma de cura”

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Empatia
No aspecto da reinserção social, a fisioterapeuta Nádia Gomes explicou que, no dragon boat, cada mulher tem uma função e todas juntas conseguem movimentar o barco. “A parte social é a de estar em contato com outras mulheres. Conversar com outra mulher que passou pelo tratamento que você passou é outra forma de cura, outra forma de empatia.”

Também para a deputada Erika Kokay (PT-DF), o espaço de remar é um espaço de encontrar e compartilhar. “A remada faz com que a gente tenha a noção exata da força profunda que nós temos e de uma coragem.”

Erika Kokay defendeu a transformação da canoagem rosa em política pública e pediu mais pesquisas sobre os benefícios da remada na reabilitação, na prevenção e na cura de sequelas.

Festival
Atualmente, existem no Brasil 19 equipes de dragon boat. Dezessete delas, além de equipes de outros países, estarão a partir desta quarta-feira (26) em Brasília para participar do 1º Festival de Dragon Boat de Mulheres Sobreviventes do Câncer de Mama.

“Cada equipe tem uma missão, que é levar mensagem de esperança e vida, de amor. O que fazemos é compartilhar o bem”, resumiu a paciente oncológica Cleusa Afonso.

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Roberto Seabra

Fonte: Câmara dos Deputados Federais

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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