Search
Close this search box.
CUIABÁ

POLITÍCA NACIONAL

Aumentam casos de HIV/aids em unidades prisionais entre 2019 e 2021, informa Depen

Publicados

POLITÍCA NACIONAL

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - COVID-19 Hepatite C, HIV E AIDS na População Privada de Liberdade. Dep. Alexandre Padilha PT-SP
Alexandre Padilha: Sem informação, não é possível fazer prevenção

O ex-ministro da Saúde e deputado Alexandre Padilha (PT-SP) denunciou a ausência de dados sobre a população privada de liberdade nos boletins epidemiológicos tanto do HIV/aids como o das hepatites virais.

Em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (9), ele disse que a falta de dados detalhados e consistentes dificulta tanto o monitoramento como a construção de políticas específicas para essa população, seus familiares e para os servidores das unidades prisionais. “Não é possível fazer prevenção, cuidado e tratamento sem uma boa informação em saúde”, afirmou.

Coordenador de Saúde do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Rodrigo Pereira informou que hoje em torno de 33 mil pessoas privadas de liberdade têm o diagnóstico das doenças infecciosas mais prevalentes no sistema prisional – HIV/aids, hepatite, sífilis e tuberculose. Ao todo, são mais de 670 mil pessoas divididas em cerca de 1.500 unidades prisionais no Brasil.

Ele destaca que a sífilis, a hepatite e a tuberculose tiveram queda de casos entre 2019 e 2021, mas houve aumento substancial dos casos de HIV na população privada de liberdade, que passaram de cerca de 8,5 mil para 10,1 mil. Os dados são repassados semestralmente ao Depen pelas secretarias estaduais de Administração Penitenciária.

Segundo ele, está em fase de elaboração um acordo de cooperação técnica entre o Depen e a Secretaria de Vigilância em Saúde e a Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde para que seja feito o cruzamento de dados e informações relevantes para o aprimoramento da política de saúde do sistema prisional. “Estamos trabalhando nisso, e temos esperança que nos próximos meses vai ser assinado esse acordo”, afirmou.

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - COVID-19 Hepatite C, HIV E AIDS na População Privada de Liberdade
Pereira: na pandemia, presidiários tiveram menos óbitos do que população em geral

Casos de Covid-19
Em relação à Covid-19, Rodrigo Pereira ressaltou que a população privada de liberdade teve menos óbitos, proporcionalmente, do que o restante da população brasileira. Ele atribui isso a uma série de iniciativas do Depen, com investimento da ordem de R$ 42 milhões do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen). “A gente atuou em três campos principais: a produção de normativos e orientação técnica, uma grande compra e doação de insumos, dado que naquele momento existia um desabastecimento mundial e também atuamos na parte do desenvolvimento de ações de educação em saúde”, disse.

Leia Também:  Prtojeto aprovado em comissão garante integralidade e paridade a policiais

Ele informou ainda que, entre 2011 e 2019, o Depen investiu mais de R$ 52 milhões no aparelhamento de espaços de saúde nas unidades prisionais – parte disso, descentralizando recursos do Funpen para estados e DF.

Problemas
A representante do Fórum das ONGs/Aids do estado de São Paulo Liliana Cristina Mussi destacou que a população carcerária tem prevalência maior de doenças transmissíveis, como tuberculose, hepatite C e HIV, do que o restante da população e que os agentes penitenciários também estão igualmente mais expostos a risco de infecções.

Ela também chamou a atenção para a ausência de dados sobre a população carcerária nos boletins epidemiológicos dessas doenças, dificultando o monitoramento e a construção de políticas específicas. Para Mussi, essa ausência de dados evidencia a exclusão dessa população das políticas públicas de saúde da população em geral.

Segundo ela, seria importante saber quantas pessoas dentro de cada unidade prisional têm aids, sífilis, tuberculose e quantas estão em tratamento. Outros problemas são a dificuldade de acesso ao diagnóstico e tratamentos dentro das unidades prisionais.

“Agora, porém, existe um novo desafio, a Covid-19, que chega num momento em que o sistema de saúde prisional ainda enfrenta dificuldades e fragilidades e está sobrecarregado. E ainda registramos alta mortalidade por doenças infecciosas potencialmente curáveis, como a tuberculose”, acrescentou.

Ela pediu resposta mais rápida do governo brasileiro para conferir acesso igualitário da população privada de liberdade à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento das doenças. Além disso, pediu mais articulação com a sociedade civil para lidar com os problemas. Hoje, ressaltou, as entidades da sociedade civil têm dificuldades não apenas de acesso à informação, como acessar os locais para apoiar ações como de testagem das populações.

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - COVID-19 Hepatite C, HIV E AIDS na População Privada de Liberdade
Liliana Mussi: agentes penitenciários estão igualmente mais expostos

Leia Também:  Projeto tipifica crime de condicionar a prestação de um dever de ofício à prática de ato sexual

Ministério da Saúde
Diretor do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Gerson Pereira informou que a prioridade da pasta no período da pandemia foi não deixar faltar insumos da prevenção, testes e medicamentos à população. “Não só não faltaram medicamentos e insumos, como conseguimos fazer doações humanitárias para alguns países da América Latina e do Caribe”, disse. Além disso, destacou, pacientes de HIV, hepatite e imunodeprimidos em geral foram prioritários para vacinação de Covid-19.

Conforme o diretor, a única doença com falta de medicamentos foi a hanseníase. Ele ressaltou que o Brasil é o segundo país com mais casos de hanseníase do mundo e não fabrica medicamentos para a doença. Segundo Pereira, o ministério agora empreende esforços para começar a fabricar esses medicamentos no País.

Ele também citou o acordo de cooperação técnica com o Depen para ampliar as ações de prevenção, diagnóstico e tratamento do HIV/aids, hepatites virais, sífilis e outras doenças transmissíveis. A intenção é que nesse acordo possa ser atestada a prevalência de cada doença em cada presídio e averiguar se as pessoas estão sendo tratadas.

Consultor Técnico do departamento, Gilvane Casimiro acrescentou que foi realizada, no ano passado, parceria com a Fiocruz/RJ, para detecção dessas doenças em cinco presídios femininos no Brasil.

Papel dos municípios
Assessor técnico do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde – (Conasems), Alessandro Chagas ressaltou que não é função dos municípios executar ações de saúde no sistema prisional, mas na prática os municípios fazem ações dentro dos presídios, a despeito dos recursos serem repassados para os estados. Para ele, essas questões têm que ser discutidas no âmbito da gestão tripartite do SUS pela União, estados e municípios.

Reportagem – Lara Haje
Edição – Roberto Seabra

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

Publicados

em

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

Leia Também:  Projeto determina que vítima seja informada em caso de fuga ou concessão de liberdade ao agressor

 

Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

Leia Também:  Audiência discute dificuldades enfrentadas para tratar a leucemia mieloide crônica

E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA