POLITÍCA NACIONAL
Brasil precisa combater cigarro eletrônico para manter queda no índice de fumantes, dizem especialistas
POLITÍCA NACIONAL
Referência mundial no controle do tabagismo, o Brasil precisa enfrentar uma nova ameaça para manter os índices decrescentes no número de fumantes: os cigarros eletrônicos. Esse foi o alerta dos participantes de audiência pública sobre o Programa Nacional de Controle do Tabagismo realizada na quarta-feira (30), na Câmara dos Deputados, pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa.
Segundo informou a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Margareth Dalcolmo, estima-se que o País já conte com dois milhões usuários de cigarros eletrônicos. A maioria dos consumidores tem entre 15 e 24 anos.
A coordenadora estadual do Programa Nacional de Controle do Tabagismo de São Paulo, Sandra Marques, afirmou que 25% dos jovens de 18 a 24 estão fazendo a primeira experiência com tabaco por meio de cigarro eletrônico. O índice aumentou em 20%, conforme dados apresentados pelo Covitel 2023, estudo de monitoramento dos fatores de risco para doenças crônicas no Brasil.
DPOC
Embora a venda dos cigarros eletrônicos seja proibida no País, Margareth Dalcolmo ressaltou a facilidade para comprar o produto em qualquer lugar. Com isso, afirmou, chegam cada vez mais adolescentes, mesmo muito jovens, de 12 ou 13 anos, com danos nos pulmões similares aos observados em um idoso de 80 anos fumante de longa data.
“O que estamos fazendo com a permissividade da venda dos cigarros eletrônicos é criar de maneira perversa as novas legiões de dependentes de nicotina, que vão apresentar DPOC [doença pulmonar obstrutiva crônica] em idade muito mais tenra do que aquela que estamos habituados a tratar”, disse a pneumologista.

Como explica o deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO), autor do requerimento para realização da audiência pública, a DPOC é responsável por metade das mortes decorrentes de tabaco. O parlamentar também ressalta os custos para o sistema de saúde com o tratamento da doença.
“Terceira causa de óbitos no mundo, no Brasil essa doença atinge cerca de 17% da população. Para o Sistema Único de Saúde (SUS), os impactos da DPOC são alarmantes, sendo a quinta maior causa de internação entre pacientes com mais de 40 anos, cerca de 200 mil hospitalizações, com gasto anual de R$ 103 milhões”, listou Calil.
Combate
Os especialistas destacaram que o cigarro é responsável por 13% do total de mortes no País. Em contrapartida, a arrecadação de impostos com produtos de tabaco cobre apenas 10% dos custos dos problemas causados por eles.
Mesmo que os números ainda assustem, o Brasil conseguiu reduzir de 35% para menos de 10% a prevalência de fumantes no total da população com políticas públicas em vigor desde a década de 1980. O País foi pioneiro em quase todas as ações antitabaco, como advertências nos maços de cigarro e proibição de fumar em locais fechados.
Segundo o oficial nacional de Controle de Tabaco e Impostos Saudáveis da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Diogo Alves, nenhum outro país conseguiu até hoje o mesmo índice de redução no consumo de produtos com nicotina.
Conforme a diretora-geral da ONG Aliança de Controle do Tabagismo, Monica Andreis, a medida mais efetiva para essa redução do consumo de cigarro foi a política de preço e impostos. Entre 2009 e 2016, somente essa medida teria reduzido à metade o número de fumantes.
Diante disso, Monica Andreis defende a criação de imposto seletivo para cigarros e demais derivados do tabaco, como foi aprovado pela Câmara na reforma tributária. O projeto de reforma tributária está em análise no Senado.
Reportagem – Maria Neves
Edição – Marcelo Oliveira
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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