POLITÍCA NACIONAL
Câmara aprova por unanimidade moção de repúdio à fala de Arthur do Val sobre mulheres ucranianas
POLITÍCA NACIONAL

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (8) moção de repúdio às declarações do deputado estadual paulista Arthur do Val sobre as mulheres ucranianas durante viagem em meio à guerra contra a Rússia. O requerimento de moção (REQ 216/22), de autoria da deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) e outros 11 deputados, teve o voto favorável de todos os partidos com representação na Câmara dos Deputados.
Em visita à Ucrânia, o deputado estadual de São Paulo enviou áudios com frases discriminatórias e machistas em referência a refugiadas que buscavam deixar o país em guerra e sobre agentes de segurança da região. Ele já é alvo de pedidos de cassação na Assembleia Legislativa de São Paulo.
A coordenadora da bancada feminina, deputada Celina Leão (PP-DF), afirmou que a Câmara dos Deputados não pode se calar diante de atos que causam vergonha internacional. “São atos de um parlamentar que deveria defender toda a sociedade e nos envergonha internacionalmente. Essa moção de repúdio está sendo analisada em um momento simbólico”, disse.
Vice-líder do Podemos, o deputado José Nelto (Pode-GO) destacou que Arthur do Val já pediu a desfiliação e orientou a favor da moção de repúdio. “Ele já não pertence mais ao nosso partido, mandamos toda a nossa solidariedade às mulheres ucranianas que estão sofrendo com essa guerra terrível e também a todas as mulheres do nosso país”, declarou.
Cassação
Celina Leão defendeu a cassação do parlamentar estadual, que também foi defendida pela líder do Psol, deputada Sâmia Bomfim. Ela afirmou que a moção de repúdio é o ato que cabe à Câmara dos Deputados, mas que espera a cassação do parlamentar para que ele se torne inelegível. “Ele não representa as mulheres. Foi machista, elitista”, condenou.
A deputada Soraya Santos (PL-RJ) afirmou que o deputado não pode ser autorizado a compor quadros políticos. “Esta Casa tem que fazer uma moção de repúdio, mas os partidos têm de fazer o compromisso de não ter mais esse nome em seus quadros”, disse. Ela destacou que os áudios do deputado se tornam ainda mais graves diante do momento de miserabilidade e vulnerabilidade das mulheres ucranianas.
Para a deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), o deputado estadual paulista utilizou a vulnerabilidade das mulheres na guerra e ainda se referiu à pobreza das mulheres para avanços sexuais. “Está falando de mulheres fragilizadas diante de uma guerra em fuga com uma mala. Esse homem tem que renunciar”, disse.
Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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