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POLITÍCA NACIONAL

CEO da Americanas descarta inconsistência contábil e reconhece fraude

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O presidente da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, reconheceu nesta terça-feira (13) que a crise na varejista não pode mais ser tratada como crise de inconsistências contábeis, e sim como fraude.  Ele disse que chegou a essa conclusão ontem, após ter acesso a relatório de investigação independente sobre as finanças da companhia.

“Essas evidências que me foram trazidas ontem não mais me permitem como CEO das Americanas tratar como inconsistência contábeis”, reiterou o executivo em audiência pública na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a fraude na Americanas.

Diante dos novos fatos, segundo ele, duas decisões foram tomadas pela direção da empresa. A primeira, de demitir 30 funcionários vinculados à fraude. A segunda, de compartilhar o relatório com autoridades envolvidas nas investigações, entre elas a CPI, o Ministério Público, Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Polícia Federal.

Durante a reunião, ele divulgou as novas evidências que apontam para a fraude, entre elas duas planilhas com resultados da empresa de 2021 e projeções para 2022, as quais apresentavam resultados discrepantes para o mesmo período analisado.

Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Diretor-Presidente da Americanas, Leonardo Coelho Pereira
Pereira: entre uma planilha e outra, foram criados R$ 3,5 bilhões de resultado

Uma das planilhas, classificada de “Visão Interna”, apresentava prejuízos de R$ 733 milhões. A outra, classificada de “Visão Conselho”, apresentava lucro de R$ 2,9 bilhões. Essa última consistente com o resultado divulgado ao mercado.

“Entre a visão interna e a visão conselho foram criados R$ 3,5 bilhões de resultado”, observou o CEO. Ele, que tem experiência em restruturação financeira e operacional de varejistas, disse que o caso é uma “fraude de resultados”.

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“Pode-se criar lucro a partir de uma planilha, só que você não cria caixa a partir de uma planilha. Se a diretoria antiga da Americanas falsificou lucro, ela não consegue falsificar o caixa, então é preciso de um empréstimo bancário para colocar dinheiro naquela operação e a fraude não  ficar transparente para ninguém”, complementou o executivo.

Falsificação de resultados
O relator, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), frisou que com os resultados preliminares das investigações, o prejuízo financeiro da empresa saltou de R$ 20 bilhões, para o patamar dos R$ 40 bilhões. Diante disso, o parlamentar questionou sobre como operava o esquema de fraude na empresa.

Pereira explicou que esse tipo de fraude enfatiza a redução dos custos de mercadoria vendida, aumentando o lucro de forma artificial, com uma contrapartida na redução da conta de fornecedores.

Nesse ponto, o CEO apresentou aos deputados e-mails que constam do relatório de auditoria pelo qual a manipulação das informações com as operações de fornecedores era uma preocupação de “vida ou morte” para a diretoria antiga.

Ele referiu-se ao esforço da antiga diretoria por reajustar os valores nos contratos de venda de propaganda cooperada, ou VPC, um instrumento pelo qual a varejista vende ao fornecedor espaço na loja para a promoção do produto.

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Por se tratar de uma fraude complexa, Pereira disse que esses resultados contábeis distorcidos não eram percebidos por analistas que não tinham acesso às contas da empresa. “Por isso que nenhum investidor, nenhuma casa de financiamento no Brasil ou no exterior foi capaz de identificar essa fraude pela contabilidade”, disse o CEO.

Demissões
Durante a audiência, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) falou de sua preocupação com demissões em massa e aumento de ações trabalhistas, sem que a empresa tenha caixa para fazer pagamentos na justiça.

“Aqui esteve um representante sindical indicando que há medidas no Ministério Público do Trabalho determinando guarda de recursos para dar causa à remuneração no caso de vitória desses trabalhadores”, observou o parlamentar.

Pereira informou que, neste ano, houve aumento de 100 reclamações trabalhistas, resultado em total de 900, o que é motivo de preocupação para a administração da empresa. Ele reforçou que objetivo natural é a manutenção de empregos que, segundo ele, não oscilou apesar da crise.

Em maio de 2022, a Americanas contava com 40.500 funcionários; um ano depois, empregava 40.300 funcionários. As cerca de 5 mil demissões, explicou o CEO, são típicas da sazonalidade das empresas de varejo.

Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Wilson Silveira

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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