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POLITÍCA NACIONAL

Com propostas diferentes, governo e oposição querem revisão na política de preço dos combustíveis

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POLITÍCA NACIONAL


A Câmara dos Deputados analisa várias propostas de estabilização dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha. Algumas (PL 4995/16 e apensados) estão em regime de urgência, prontas para votação no Plenário. Há deputados governistas e da oposição que concordam em mudanças na atual política de paridade internacional, que mantém os preços dos combustíveis muito atrelados às variações do câmbio e a eventos externos, como a guerra entre Rússia e Ucrânia. No entanto, há divergências quanto ao modelo substituto.

Em debate na Rádio Câmara nesta quarta-feira (23), a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), vice-líder da oposição, defendeu a aprovação da proposta (PL 3421/21) apresentada pela bancada do partido para reduzir os preços.

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Discussão e Votação do Parecer da Relatora. Dep. Fernanda Melchionna PSOL-RS
Fernanda Melchionna defende reajuste atrelado à inflação do período

“O Psol propõe a volta do cálculo anterior: o preço da extração mais a inflação do período. Pelo nosso cálculo, hoje o litro da gasolina estaria mais ou menos R$ 4,30”, explicou. Ela classificou o modelo atual como “escandaloso” e reforçou que o preço dos combustíveis tem efeito cascata nos insumos, sobretudo dos alimentos, já que a malha de escoamento brasileira é basicamente rodoviária. 

Uma proposta semelhante (PL 2453/19) da deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) estabelece que a política de preços da Petrobras deve ter como parâmetros os custos internos, as cotações do mercado internacional e a redução da volatilidade econômica.

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Vice-líder do governo, o deputado José Medeiros (PL-MT) afirmou que, por várias décadas, a Petrobras sobreviveu economicamente sem atrelar seus preços ao mercado internacional. Ele também criticou o atual impacto da empresa no Tesouro Nacional sem contrapartidas para a população.

“É urgente a necessidade de rever essa política de preços e, quem sabe, até algo mais forte. Não se pode conceber que se tenha uma chamada estatal que, no momento do prejuízo, o prejuízo é todo nosso, e, no momento do lucro, o ganho é todo dos acionistas”, declarou. “Se for assim, vamos privatizá-la logo e aí o mercado se regula. Não dá para o Estado ficar de babá dos acionistas. Ou se estatiza de vez ou se privatiza de vez, mas essa meia bomba aí está uma bomba para o consumidor”, acrescentou.

Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre a importância da cultura do coco e em especial os impactos da importação dos derivados desta fruta, sobre este setor produtivo, bem como discutir políticas públicas específicas para o setor. Dep. Beto Rosado (PP - RN)
Beto Rosado propõe reajustes trimestrais para garantir previsibilidade ao mercado

De acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), houve alta de 29,8% no preço médio do litro da gasolina e 55,8% no diesel, nos últimos 12 meses. A alta acumulada no botijão de gás (GLP) ficou em torno de 30%, enquanto o valor médio do metro cúbico de gás natural veicular (GNV) teve alta de 46% no mesmo período.

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Reajuste trimestral
O deputado Beto Rosado (PP-RN) propôs (PL 4995/16) uma nova fórmula matemática para reajuste trimestral de gasolina, óleo diesel e gás de cozinha. Segundo o parlamentar, a medida garante maior previsibilidade ao mercado e permite redução do valor dos derivados básicos do petróleo em momentos de baixa do preço do barril no mercado internacional.

Entre os projetos de lei prontos para a votação no Plenário da Câmara, também estão as propostas de fixação do preço do gás de cozinha em 4% sobre o salário mínimo (PL 1578/20) e de criação da política nacional de redução dos preços de gás de cozinha para uso residencial por consumidores de baixa renda (PL 2588/19).

Neste mês, entrou em vigou a norma (Lei Complementar 192/22) que tentar reduzir o preço final dos combustíveis para o consumidor por meio de mudanças tributárias, sobretudo em relação ao ICMS, cobrado pelos estados, e ao PIS/Cofins, que são tributos federais. A nova lei surgiu de proposta original (PLP 11/20) do deputado Emanuel Pinheiro Neto (PTB-MT).

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Marcelo Oliveira

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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