POLITÍCA NACIONAL
Comissão fará vistoria em barragens para evitar a repetição dos crimes de Brumadinho e Mariana
POLITÍCA NACIONAL
A comissão externa da Câmara dos Deputados sobre fiscalização de barragens aprovou nesta terça-feira (28) o plano de trabalho e os primeiros requerimentos para acompanhar os desdobramentos dos crimes socioambientais de Mariana e Brumadinho, que provocaram cerca de 300 mortes e sérios danos socioeconômicos em Minas Gerais e Espírito Santo. Um dos focos estará nas barragens de rejeitos de mineração construídas a montante e que estão em risco de rompimento em todo o país.

Partiu do deputado Padre João (PT-MG) o requerimento de diligência para vistoria dessas estruturas. “Nós iremos in loco para acompanhar o processo de descomissionamento. Muitas já deveriam estar com esse processo avançado. É por isso que é importante, o quanto antes, a gente fazer essas visitas e diligências”, afirmou.
O “descomissionamento” envolve técnicas de aterro ou de drenagem, desmontagem e reflorestamento que inutilizem a estrutura. Só em Minas Gerais, ainda haveria 43 barragens em risco de rompimento.
A deputada Duda Salabert (PDT-MG) citou vistorias que fez como vereadora de Belo Horizonte e quer diligências da Câmara dos Deputados também em outros tipos de barragens, como as de abastecimento de água. “Há um dado alarmante de que existem hoje quatro barragens em alerta máximo, acima da captação de água, da estação de Bela Fama, que garante o abastecimento de cerca de 70% da região metropolitana de Belo Horizonte. Nós fomos à Vale e os técnicos disseram: ‘não é se vai romper, a questão é quando vai romper’”, alertou
Segundo a deputada, as estruturas de contenção a jusante (ECJ) nessas barragens foram projetadas para suportar níveis médios de chuva já defasados, sobretudo diante dos novos volumes recordes de precipitação determinados pelo aquecimento global. O deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), no entanto, alertou que as futuras vistorias também devem considerar as diferentes engenharias adotadas nas variadas formas de barragens existentes no país.
Também foram aprovados requerimentos que tratam de audiências sobre a situação dos pescadores profissionais artesanais de Minas Gerais e Espírito Santo e sobre a situação das mulheres, dos esportistas aquáticos, das crianças e adolescentes, de água e saneamento na Bacia do Rio Doce.
Novo plano de trabalho
A nova comissão externa da Câmara mantém os trabalhos do colegiado que, até o ano passado, monitorou a repactuação dos acordos para as reparações sociais, ambientais e econômicas do crime de Mariana, ocorrido em 2015, mas ainda cheio de pendências judiciais. A maior parte dos integrantes também fez parte da CPI de Brumadinho, em 2019.

O coordenador da comissão externa, deputado Rogério Correia (PT-MG), anunciou os principais objetivos do novo plano de trabalho. “Dar transparência à eventual repactuação do acordo de Mariana, buscar consenso entre as partes envolvidas, assegurando que todos os atingidos sejam por ele reconhecidos e amparados; monitorar a execução dos acordos de Brumadinho e Mariana; acompanhar a situação das barragens de rejeito de mineração com risco de rompimento no Brasil; aprimorar a legislação nacional; e elaborar sugestões de ações a serem realizadas por órgãos e entidades da administração pública e entes privados”, elencou.
A primeira audiência pública foi marcada para a próxima terça-feira (7), às 14h, em busca de um balanço sobre a situação de Mariana. Serão convidados representantes do movimento dos atingidos por barragens; dos governos federal, mineiro e capixaba; e do Conselho Nacional de Justiça, que comanda a repactuação dos acordos celebrados com a Fundação Renova, representante das mineradoras Vale, Samarco e BHP Billiton.
O deputado Zé Silva (Solidariedade-MG) cita atrasos na reparação dos danos de Brumadinho. “Até hoje não vimos nenhuma atividade efetiva de recuperação das sub bacias hidrográficas. Os agricultores e ribeirinhos vivem nessas bacias hidrográficas e o que nos preocupou muito é que o advogado-geral da União, Jorge Bessias, disse que a estimativa de negociação ainda é de 180 dias”.
Em breve, também haverá audiências com especialistas em recuperação ambiental e mesas redondas com foco em diagnósticos e medidas preventivas de novas tragédias. Para facilitar a elaboração do relatório final, Rogério Correia designou cinco relatores temáticos: Helder Salomão (PT-ES), sobre Mariana e a bacia do Rio Doce; Pedro Aihara (Patriota-MG), sobre Brumadinho; Célia Xakriabá (Psol-MG), sobre povos e comunidades tradicionais; Padre João, sobre barragens em risco; e Zé Silva, sobre legislação.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados Federais


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
-
Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
-
Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
-
Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
-
Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
-
Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
-
Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
-
Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
-
Perda de mercado para concorrentes de outros países.
-
Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
-
Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
-
Carnes bovina, suína e de frango
-
Café
-
Suco de laranja
-
Soja e derivados
-
Minério de ferro e aço
-
Aeronaves e peças da Embraer
-
Cosméticos e produtos farmacêuticos
-
Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
-
MATO GROSSO7 dias atrás
“Appassionata” – Opus Quattro celebra os temas do amor em concerto na Casa do Parque
-
MATO GROSSO7 dias atrás
Com tecnologia de ponta, H.Bento realizou mais de 70 mil atendimentos ortopédicos em 4 anos
-
MATO GROSSO2 dias atrás
AACCMT lança campanha de arrecadação de brinquedos para o Dia das Crianças
-
MATO GROSSO22 horas atrás
TJMT de uma só vez blinda Grupo Safras, anula venda de ações para fundo e determina perícia para processar recuperação judicial
-
MATO GROSSO21 horas atrás
Audiência pública em Itanhangá discute qualidade dos serviços de energia elétrica no município