POLITÍCA NACIONAL
Conselho de Ética arquiva processo do Psol contra Arthur Lira
POLITÍCA NACIONAL
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados decidiu, nesta terça-feira (21), arquivar o processo movido pelo Psol contra o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) (Representação 25/22). Para os deputados do Psol, a decisão fere o princípio de isonomia nas análises feitas pelo colegiado.
O partido acusava Lira de extrapolar, na sessão de 31 de maio, das prerrogativas do cargo ao ameaçar acionar a Polícia Legislativa para retirar o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) do Plenário enquanto este fazia uso da palavra. O processo é uma reação à Representação 24/22, movida pelo PL, que classifica o comportamento de Glauber como “desrespeitoso e agressivo” contra o presidente Arthur Lira e pede a cassação de seu mantado.

Por 13 votos a 5, os deputados rejeitaram recurso do deputado Julio Delgado (PV-MG) contra a decisão do presidente do Conselho de Ética, Paulo Azi (União-BA), que, em análise prévia, pediu o arquivamento do processo.
Azi fez uso de procedimento adotado pelo Conselho na semana passada, o qual permite ao presidente decidir por instaurar ou não um processo antes que seja escolhido um relator em lista tríplice. Dessa decisão, cabe recurso ao plenário do colegiado a ser formulado em até 5 dias.
Já o recurso feito por Julio Delgado pedia que Paulo Azi atuasse como relator de admissibilidade, para que o plenário do colegiado pudesse respaldar ou não a decisão. A ideia, segundo Delgado, era que esse procedimento fosse aplicado hoje no processo do Psol, a fim de evitar quebra de isonomia.
“Eu tenho de concordar com a bancada do Psol que nós estamos tratando de dois pesos e duas medidas. Que fique como primeiro item da pauta a questão do deputado Glauber, para a gente analisar de forma célere, para dar essa equiparação”, defendeu Delgado.
Parcialidade
Os deputados Glauber Braga, Ivan Valente (Psol-SP) e Fernanda Melchionna (Psol-RS) criticaram o rito da análise prévia de admissibilidade que, segundo eles, dá margem para interpretações subjetivas no Conselho. Eles reiteraram que faltou isonomia, uma vez que o processo contra Glauber foi aceito com rapidez pelo colegiado.
“Uma ameaça feita pelo presidente da Câmara de tirar um deputado do Plenário, que fez um embate, reforçando a ideia de ser uma vergonha a privatização da Petrobras, se esse não é um precedente grave eu não sei mais qual é”, reclamou Braga.
“Vossa Excelência vai ter de assumir uma responsabilidade que não deveria assumir. Se quer retirar, que retire os dois (processos), agora dois pesos e duas medidas, isso é absurdo”, sustentou Valente.
“O Conselho é quem tem de julgar, não uma análise prévia. Eu lhe apelo, revogue essa decisão e tramite a representação do Psol”, sustentou Melchionna. “O problema não foi cortar a palavra, o que não pode é ameaçar retirar um deputado com seguranças por estar cumprindo sua função” acrescentou a parlamentar.
Nesse ponto, o presidente do Conselho rebateu. “Não está tendo aqui nenhuma parcialidade. Apenas essa presidência adotou um rito que era quase a solicitação unanime do Plenário, porque esse Conselho estava se transformando em um palco político.” Ele informou ainda que o relator do processo contra Glauber deverá ser escolhido na próxima semana.
Nessa mesma linha, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) defendeu o novo rito. “Nós tínhamos dois julgamentos por ano, às vezes um em um mandato de quatro anos. Agora nós temos 5 semanais, às vezes de um deputado contra outro em relação da ideologia que é perfeitamente compreensível que aconteça no Plenário, mas não é possível que qualquer discussão venha para esse plenário do Conselho de Ética”, disse.
Os deputados também votaram pelo arquivamento da representação contra a deputada Talíria Petrone (Psol-RJ), acusada pelo PTB de incentivar vandalismo de monumentos históricos (Representação 14/22).
Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Ana Chalub


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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