POLITÍCA NACIONAL
Conselho de Ética arquiva processos contra Eduardo Bolsonaro, Talíria Petrone e Erika Kokay
POLITÍCA NACIONAL
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados arquivou, nesta terça-feira (12), representações apresentadas contra os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Talíria Petrone (Psol-RJ) e Erika Kokay (PT-DF) relativas a acusações de quebra de decoro.
Foi aprovado, com 12 votos favoráveis e um contrário, o parecer do deputado Josenildo (PDT-AP) pelo arquivamento da Representação 7/23, apresentada pelo PT contra o deputado Eduardo Bolsonaro, por desentendimento com o deputado Marcon (PT-RS), em reunião da Comissão de Trabalho do dia 19 de abril.
A confusão começou após Marcon ter questionado a facada contra o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018, afirmando que “a facada foi fake”. Eduardo Bolsonaro levantou, xingou e ameaçou Marcon. Os dois foram contidos por colegas.
Josenildo inicialmente recomendou a admissibilidade do processo, entendendo que Eduardo Bolsonaro abusou dos direitos e prerrogativas do mandato, mas na sessão passada do conselho mudou o voto para recomendar o arquivamento, “considerando os outros casos já julgados no conselho”.
O relator entendeu que o deputado agiu no calor da emoção e que a representação não deve levar à cassação ou suspensão do mandato. “Mantenho meu relatório, mantenho o voto proferido na sessão anterior, pelo arquivamento do processo”, reiterou nesta terça-feira.
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) reclamou da ausência de Eduardo Bolsonaro na sessão. Ele pediu a continuidade do processo, de forma que o deputado possa fazer sua defesa. Além disso, considerou a reação de Eduardo Bolsonaro muito violenta. A advogada do deputado, Karina Kufa, afirmou que ele estava em viagem e retornaria a Brasília nesta terça-feira, por isso não compareceu à sessão.
A deputada Jack Rocha (PT-ES), por sua vez, pediu voto pelo arquivamento do processo, acompanhando o relator, lembrando que o PL votou pelo arquivamento do processo contra a deputada Juliana Cardoso (PT-SP) na semana passada.
Talíria Petrone
Foi aprovado, com 9 votos favoráveis e 5 contrários, o parecer do deputado Rafael Simoes (União-MG) pelo arquivamento da Representação 11/23, apresentada pelo PL contra a deputada Talíria Petrone. O partido acusou a parlamentar de hostilizar colegas na votação da urgência para o projeto do marco temporal das terras indígenas (PL 490/07) no Plenário da Câmara, no fim de maio. Segundo o partido, foi hostilizado especialmente o deputado Zé Trovão (PL-SC), autor do requerimento de urgência. Além disso, o partido acusou a deputada de chamar os deputados que votaram favoravelmente ao projeto de “exterminadores” em suas redes sociais. Na postagem, Talíria disse que os deputados que votaram favoravelmente à proposta “ficarão para a história como aqueles que se levantaram pelo extermínio”.
O relator Rafael Simoes lembrou que a deputada tem imunidade material parlamentar, sendo inviolável por suas palavras e votos. Ele não considera que ela extrapolou as prerrogativas do mandato.
O PL apresentou representação contra cinco outras deputadas, além de Talíria, pelos mesmos motivos: Célia Xakriabá (Psol-MG), Sâmia Bomfim (Psol-SP), Erika Kokay, Fernanda Melchionna (Psol-RS) e Juliana Cardoso. O processo contra Juliana Cardoso foi arquivado na semana passada.
Talíria Petrone disse que sua posição foi política e que apenas representou, no debate, a posição de seus eleitores. “Esse processo faz parte de um processo que atingiu mais cinco deputadas, juntas nós somamos 1 milhão de votos. Esses votos não são nossos, não pertencem aos parlamentares, mas ao povo, às mulheres, às indígenas, às faveladas, aos pobres, às professoras, ao conjunto de pessoas que apostaram em nosso mandato para se sentirem representadas aqui”, disse. “E não se sentirão representadas aqui se não pudermos falar”, continuou.
Erika Kokay
Foi aprovado, com 9 votos favoráveis e 4 contrários, o parecer do deputado Bruno Ganem (Podemos-SP) pelo arquivamento da Representação 12/23, apresentada pelo PL contra a deputada Erika Kokay, mais uma vez por quebra de decoro durante a votação da urgência do marco temporal das terras indígenas.
O relator Bruno Ganem disse que não há justa causa para o processo, já que não houve conduta incompatível com o decoro parlamentar. “O comportamento da representada, embora dotado de grosseria, na minha visão, não se mostrou dotado de relevo político suficiente para repreensão disciplinar”, avaliou.
Erika Kokay negou que tenha havido ofensa pessoal a qualquer parlamentar, mas apenas posicionamento político em relação ao impacto da aprovação do projeto de lei sobre os povos indígenas.
“Qual foi a nossa reação? Dizer que esse PL provoca a morte dos povos indígenas. Nós não fizemos nenhuma acusação pessoal. Nós falamos assassinos dos povos indígenas. E sabe por que falamos isso? Porque é nossa opinião, porque é nossa liberdade de estar colocando que este é um projeto que provoca a morte. Ele é um projeto que faz sangrar, mas que faz sangrar também a terra, as árvores, que faz sangrar o próprio meio ambiente”, afirmou.
Reportagem – Lara Haje
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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