POLITÍCA NACIONAL
Debatedores defendem tributação especial para a cadeia do vinho
POLITÍCA NACIONAL
Participantes de audiência pública na Câmara dos Deputados defenderam a criação da Zona Franca da Uva e do Vinho nesta quarta-feira (16). Conforme ressaltou o presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Daniel Panizzi, é preciso aproveitar o debate da reforma tributária para rever a taxação do setor.
Segundo os debatedores, enquanto outros países oferecem benefícios fiscais aos produtores de vinho, no Brasil a tributação é responsável por 60% do preço final do produto. Mais caros, os vinhos e espumantes nacionais respondem somente por 10% do mercado nacional.
Por isso a preocupação de representantes do setor com a reforma tributária, como salienta a sócia-diretora do Spa do Vinho Hotel e Condomínio Vitivinícola, Deborah Villas Bôas Dadalt.
“O vinho brasileiro foi usado como moeda de troca em muitos acordos internacionais, principalmente com nossos países irmãos do Mercosul, e isso causou, para nós produtores brasileiros, uma situação completamente desfavorável dentro do mercado”, criticou.

Isenções
A reunião, realizada pela Comissão de Turismo, debateu o Projeto de Lei 1378/19 do deputado Carlos Gomes (Republicanos-RS), que concede isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ao vinho produzido em 23 municípios da Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul. Os produtos da região também não terão mais de pagar PIS e Cofins, caso a medida seja aprovada.
De acordo com Carlos Gomes, o objetivo principal do projeto de lei é incentivar o enoturismo. Uma vez que os produtores não conseguem grande inserção no mercado nacional, as visitas a vinícolas representam a principal forma de comercialização do vinho brasileiro, segundo o parlamentar. “
Temos cerca de mil vinícolas no Brasil e a grande maioria tem foco no enoturismo, com vendas no varejo, na porta da vinícola”, afirmou.
Segundo o autor, a medida pode aumentar esse tipo de vendas. “Fazer com que todo turista, ao chegar na zona franca, possa comprar com a isenção, o que daria uma redução interessante no preço final para comprarem em maior quantidade.”
Carlos Gomes explica que a proposta previa isenção para nove garrafas, mas sofreu mudanças nas comissões em que já foi analisada e hoje prevê o benefício tributário para até 18 garrafas de vinho compradas na zona franca. Além disso, produtores de vinho em todo o País poderão comercializar seus produtos nos 23 municípios gaúchos também com regime especial de tributação.
Classificação
Uma alternativa para conseguir regras tributárias mais favoráveis seria classificar o vinho como alimento, como defenderam os debatedores. O deputado Carlos Gomes explicou que, na União Europeia, os vinhos já recebem essa classificação.
O deputado lembrou que, caso o acordo entre Mercosul e União Europeia entre em vigor, os vinhos da Europa, que contam com condições especiais de taxação, serão comercializados livremente na região. Com essa concorrência, ele acredita que a cadeia produtiva brasileira pode se tornar inviável.
Reportagem – Maria Neves
Edição – Geórgia Moraes
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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