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POLITÍCA NACIONAL

Debatedores pedem políticas públicas de proteção às mulheres e crianças indígenas

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POLITÍCA NACIONAL

Elaine Menke/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Proteção dos direitos das crianças e das mulheres indígenas. Dep. Rejane Dias PT-PI
Rejane: “Mulheres indígenas enfrentam formas diversas de discriminação”

Participantes da audiência da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados defenderam nesta quarta-feira (25) políticas públicas efetivas que garantam a proteção das crianças e das mulheres indígenas. Os debatedores apontaram a vulnerabilidade dessas mulheres afetadas, principalmente, por situações de violência sexual causada por fazendeiros e garimpeiros.

O procurador da República Alisson Marugal, que atua em Roraima, afirmou que o garimpo nas terras indígenas traz, além dos impactos socioambientais conhecidos, como consequência para os territórios a exploração sexual das mulheres e crianças indígenas. Segundo ele, os crimes não são denunciados, muitas vezes são denúncias genéricas e que dificultam a investigação.

Marugal salientou que é necessário o fortalecimento das estruturas de fiscalização, refutar a visão fatalista de que o garimpo é inevitável, regular a cadeia do ouro, criar políticas sociais voltadas à geração de renda, entre outras saídas.

“Essas agressões são resultado de uma falta de política de proteção territorial mais efetiva. É importante que os órgãos protejam essas mulheres e impeçam que os territórios tradicionais sejam invadidos por milhares de garimpeiros ocasionando uma tragédia humanitária”, disse.

Instrumentos de proteção
A coordenadora de Gênero, Assuntos Geracionais e Participação Social da Funai, Maria Aureni Gonzaga, defendeu o empoderamento das mulheres indígenas nas suas comunidades. Segundo Aureni, o fortalecimento das mulheres permite que elas sejam capazes de reverter ou denunciar a violência.

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“É preciso dar condições e instrumentos de proteção e defesa para que ela mesma possa se defender. Nosso olhar é fornecer os instrumentos de defesa e proteção para que elas possam entender que existem as leis as quais podem acessar”, disse a participante.

A presidente da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos, Julissa Mantilla Falcón, cobrou maior presença do estado brasileiro não apenas para investigar os crimes de violência sexual, mas para prevenir que situações como essa aconteçam.

“É urgente reforçar uma ação mais estrita, porque não se trata de fatos isolados, há um risco conhecido”, destacou.

Elaine Menke/Câmara do Deputados
Audiência Pública - Proteção dos direitos das crianças e das mulheres indígenas. Sônia Guajajara - COORDENADORA EXECUTIVA DA ARTICULAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL - APIB
Guajajara: “O que vimos nesses 4 anos é um assistencialismo barato e busca de holofotes”

Discriminação
A coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, disse que as mulheres indígenas estão submetidas a um duplo grau de discriminação: de gênero e de raça.

“As mulheres são mais vulneráveis porque além de sermos mulheres, somos indígenas. Somos mulheres indígenas, pobres, uma vulnerabilidade absurda colocada contra nós. O machismo e o racismo pairam sobre nossa cabeça”, afirmou.

Segundo Guajajara, as ações que precisam ser realizadas exigem políticas públicas a longo prazo. Ela criticou o governo federal por se omitir nessas questões. “Não vemos ações de impacto deste governo voltadas a essa temática. O que vimos nesses 4 anos é um assistencialismo barato e busca de holofotes. As políticas públicas precisam ser levadas a serio”, criticou.

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A deputada Rejane Dias (PT-PI), que solicitou o debate, afirmou que as mulheres indígenas costumam enfrentar formas diversas e sucessivas de discriminação histórica que se combinam e se sobrepõem, resultando na sua exposição a violações de direitos humanos em todos os âmbitos da vida cotidiana. A parlamentar, em seu requerimento, lembrou do estupro da menina indígena de 12 anos, violentada por garimpeiros da região.

“No caso da menina ianomâmi, a condição de vulnerabilidade é inconteste, não apenas pela pouca idade ou pela falta de percepção da realidade. Além disso, há um agravante no crime. Além de ser contra uma criança indígena de 12 anos, foi praticado por indivíduo supostamente de outra etnia que adentrou à comunidade, para cometer tal ilícito”, relatou.

Elaine Menke/Câmara do Deputados
Audiência Pública - Proteção dos direitos das crianças e das mulheres indígenas. Julissa Mantilla Falcon - PRESIDENTE DA COMISSÃO INTERAMERICANA DOS DIREITOS HUMANOS
Julissa Falcón: “Não se trata de fatos isolados, há um risco conhecido”

A deputada Érika Kokay (PT-DF) também defendeu a proteção aos territórios indígenas e o avanço nas políticas de demarcação dos territórios. “Se o território é protegido, a vida é protegida. Nossa Constituição diz que crianças e adolescentes são prioridades. Portanto, é fundamental traçar planos que envolvem políticas públicas e avançar na demarcação das terras indígenas e na sua homologação”, disse.

Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Edição – Roberto Seabra

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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