POLITÍCA NACIONAL
Debatedores reivindicam aprovação de PEC que cria tarifa zero no transporte público
POLITÍCA NACIONAL
A aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 25/23, que regulamenta o Sistema Único de Mobilidade e estabelece tarifa zero no transporte público, foi a principal reivindicação dos participantes de audiência pública conjunta nesta quinta-feira (15) das comissões de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial; e de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados.
Segundo os debatedores, a aprovação da PEC garantiria, na prática, o transporte público como direito social, que foi estabelecido por outra emenda à Constituição em 2015. Eles reclamaram que o subsídio público oferecido em muitas partes do País às empresas privadas de transporte não resulta em redução de tarifas ou melhoria na qualidade do serviço.
A proposta de emenda à Constituição que está sendo examinada pelo Congresso determina o transporte como direito de todos. O Sistema Único de Mobilidade estabelece itens como universalidade, gratuidade e planejamento integrado. O financiamento da tarifa zero seria feito com um percentual da arrecadação de impostos e incluiria contribuições financeiras dos proprietários de veículos e dos empresários que empregam usuários do transporte urbano.
Para a assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) Cleomar Manhas, a implementação da tarifa zero no transporte público não é mais uma benesse para a população mais pobre, como argumenta uma parcela da sociedade, porque esse segmento paga proporcionalmente mais impostos do que as parcelas mais ricas.
Ela afirmou que a reforma tributária que está sendo discutida pelo Legislativo precisa corrigir essa distorção. “O transporte coletivo hoje, junto com a alimentação, representa quase todo o gasto das famílias de baixa renda”, ressaltou.

Tarifa zero
A tarifa zero já é adotada em 74 cidades do País, de diferentes tamanhos. Celso Haddad, da Empresa Pública de Transporte de Maricá, no interior do Rio de Janeiro, onde o sistema foi implementado em setembro de 2014, mostrou os resultados: 115 ônibus e 39 linhas que fazem cerca de 3,5 milhões de deslocamentos por mês. Em 2022, os moradores economizaram mais de R$ 161 milhões que gastariam no transporte público.
“Esse é o valor que a população de Maricá deixou de gastar no último ano de 2022 para injetar na economia da cidade: para comprar diferentes coisas no comércio, para fazer uma construção, para levar o seu filho numa escola, para fazer uma capacitação de emprego, para dar uma oportunidade melhor às pessoas”, enumerou.
Ex-secretário de Obras da prefeitura de São Paulo na gestão Luiza Erundina (1989-1992), o engenheiro Lucio Gregori fez um cálculo sobre a cobrança de taxa para a circulação de carros, um dos pressupostos do sistema de mobilidade única, usando números de 2019 da maior cidade do País. Ele mostrou que a arrecadação prevista, de R$ 6,5 bilhões, se aproximaria do custo do transporte coletivo na metrópole, que era de R$ 6,8 bilhões há quatro anos. Gregori lembrou que os veículos particulares ocupam 75% do espaço de circulação das cidades.
Muitos debatedores defenderam que a tarifa zero seja implantada por empresas públicas de transporte, como acontece em Maricá, porque acham que os subsídios públicos às empresas privadas poderiam facilitar desvio de dinheiro. Eles também indicaram a importância da participação social, como salientou Millena Nascimento, do Movimento Passe Livre, organização que colocou o tema em debate a partir das manifestações realizadas em 2013.
“O transporte precisa de uma gestão controlada pelos usuários e trabalhadores a partir de conselhos populares, pois só assim vai ser um transporte realmente público e de qualidade”, concluiu.
Mobilização
Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), o transporte coletivo ainda não é público e as concessões à iniciativa privada resultam em muitos monopólios e pouca transparência nos gastos. Ela propõe mobilização para a aprovação da tarifa zero, com a formação de uma frente parlamentar e de uma rede de legislativos onde o tema está sendo discutido, além de outras sugestões.
“Criar uma subcomissão, aqui na Comissão de Direitos Humanos, para a tarifa zero, que vai fazer um trabalho na perspectiva de apresentação de um relatório e de diálogo com os diversos Poderes da República”, sugeriu.
Reportagem – Cláudio Ferreira
Edição – Geórgia Moraes
Fonte: Câmara dos Deputados


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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