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Deputados debatem risco ambiental relacionado à PEC sobre terrenos de marinha; acompanhe

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Paulo Sergio/Câmara dos Deputados
Discussão e apreciação de propostas. Dep. Alceu Moreira MDB-RS
Alceu Moreira, relator da proposta

Diversos deputados alertaram sobre riscos ambientais e de ocupação desordenada da costa brasileira em decorrência das mudanças previstas na PEC sobre terrenos de marinha (PEC 39/11), cujo texto-base foi aprovado há pouco em Plenário.

Já o relator da proposta, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), rebateu as críticas e afirmou que a PEC vai gerar investimentos e posse às terras. Ele afirmou que não haverá retrocesso ambiental e que o texto foi amplamente debatido.

“Quem cuida mais das praias de Florianópolis, o prefeito ou Brasília? Estamos passando a titularidade para os municípios, mas não sem antes dizer que a União pode, a qualquer tempo, requisitar áreas já ocupadas para finalidades. Ela tem o direito de preservar essas áreas”, declarou.

Pelo texto, a União permanece titular das áreas não ocupadas, aquelas abrangidas por unidades ambientais federais e as utilizadas pelo serviço público federal, inclusive para uso de concessionárias e permissionárias, como para instalações portuárias, conservação do patrimônio histórico e cultural, entre outras.

Alceu Moreira afirmou que a proposta não terá impacto ambiental porque se limita a áreas urbanas. “O terreno do Copacabana Palace Hotel é terreno de marinha, algum dia a União vai reaver esse terreno? Nunca”, disse.

Ele explicou ainda que áreas da União em praias têm virado “verdadeiros cortiços para drogados em abandono completo” e que a proposta vai permitir o investimento em áreas hoje abandonadas.

Moreira também criticou a cobrança de laudêmio pela ocupação de áreas de marinha por se tratar de um tributo sem retorno e que não faz melhorias à região. A PEC extingue essa cobrança.

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“Vamos liberar para as cidades pedaços de solo nobres, onde a população terá condições de fazer investimentos, desfrutar dessas áreas, integrar na situação urbana e transformar em áreas absolutamente lindas, é isso que nós vamos fazer com essa PEC”, disse.

Extinção de taxa
O deputado Neucimar Fraga (PSD-ES) afirmou que a proposta vai beneficiar milhões de brasileiros que hoje moram em terrenos de marinha. “Vai trazer titularidade, vai trazer economicidade para quem paga laudêmio hoje no Brasil, que é uma taxa absurda cobrada de ocupantes e de foreiros de terrenos de marinha Brasil afora”, disse.

Para o deputado Hildo Rocha (MDB-MA), a proposta vai desburocratizar o setor imobiliário e diminuir o “exagero” de tributação sobre o patrimônio. “É um exagero que vem acontecendo, e nós temos que regularizar essa situação, fazendo com que a economia melhore e se valorize ainda mais os imóveis e se desburocratize toda essa questão tributária do Brasil”, defendeu.

Para a líder do Psol, deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), a extinção da taxa de ocupação (laudêmio) poderia ser feita por outra proposta que não a PEC.

“Esse texto não se trata da extinção deste tributo, mas se trata da possibilidade de privatização de terras de marinha, o que, na prática, são terras da União, e, consequentemente, um ataque ambiental gigantesco porque são áreas estratégicas do ponto de vista da preservação da vegetação costeira”, disse.

Já o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) defendeu a privatização dessas áreas. “O Novo defende privatizações e venda de terrenos e imóveis hoje pertencentes a governos há muito tempo”, declarou.

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Impacto ambiental
Para o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), o Plenário deveria estar votando a Lei do Mar (PL 6969/13), que cria a Política Nacional para a Conservação e o Uso Sustentável do Bioma Marinho Brasileiro.

“Ao acabar com o instituto dos terrenos de marinha, a gente tem um problema muito sério com áreas sensíveis em que nós teremos ocupações irregulares, por conta, simplesmente, de acabar com este instituto”, disse.

O deputado Nilto Tatto (PT-SP) também afirmou que a titularidade da União é importante para assegurar a ocupação ordenada da costa brasileira. Ele ressaltou que alguns países já estão reestatizando essas áreas para conter desastres ambientais.

“O mar já vem crescendo e, portanto, em vários lugares já há impacto do crescimento do mar. Se nós abrirmos esses terrenos para a especulação imobiliária, que é quem está por trás pressionando a mudança, com a transferência desses terrenos para estados e municípios e para o setor privado, vão-se intensificar as edificações e construções em áreas sensíveis”, criticou.

Ele afirmou ainda que a proposta coloca em risco áreas ocupadas por povos indígenas, quilombolas, caiçaras, pescadores, povos e comunidades tradicionais, além de impedir a perspectiva de um turismo mais sustentável.

Para a deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), a PEC é um retrocesso. “Necessariamente, vemos que também se trata de um desmonte da legislação ambiental, novamente colocando a situação do meio ambiente em risco”, alertou.

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Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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