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Deputados defendem fortalecimento da indústria nacional de fertilizantes

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Deputados defenderam nesta quinta-feira (27) o fortalecimento da indústria nacional de fertilizantes. O assunto foi debatido em um seminário organizado por quatro frentes parlamentares da Câmara dos Deputados.

O deputado Pedro Lupion (PP-PR), que preside a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), afirmou que a dependência do Brasil de fertilizantes importados é um dos maiores gargalos da agricultura brasileira. Atualmente, o país importa 85% do que consome na lavoura, principalmente potássio. “Nossa dependência de outros países nos deixa numa situação de risco, e a gente precisa achar soluções”, disse.

A preocupação dos parlamentares ganhou destaque no ano passado com a invasão da Ucrânia pela Rússia, que elevou o preço dos fertilizantes no mercado internacional, causando prejuízo entre os produtores brasileiros. A Rússia é um dos maiores exportadores do mundo e representa 23% da importação nacional de fertilizantes (dados de 2021).

Estratégia
Para o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), um dos coordenadores da Frente Parlamentar da Indústria Química, o desenvolvimento da cadeia de fertilizantes é fundamental para o país. “O nosso potássio, para ser explorado, é mais caro que comprar de fora. Mas ele é fundamental. Então, nossas jazidas de potássio têm que estar prontas para ser extraídas, a qualquer hora, não importa se é caro ou barato, é estratégico”, disse.

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Também presente ao debate o deputado Zé Silva (Solidariedade-MG), presidente da Frente Parlamentar Mista da Mineração Sustentável, afirmou que é preciso investir mais em pesquisas na cadeia produtiva de fertilizantes, que reúne as indústrias química, mineral, petrolífera e de energia. O mesmo foi dito pelo secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rodrigo Rollemberg.

Ele lembrou que o atual governo está recompondo os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), fonte importante de investimentos em pesquisa em inovação, e parte pode ser alocada na cadeia de fertilizantes.

Plano nacional
O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), presidente da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, afirmou que o país precisa executar o mais rapidamente o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF). Lançado pelo governo em 2022, o PNF busca desenvolver a produção nacional para reduzir a dependência da importação.

“Debatemos muito de tempo aquilo que foi a apresentação, a formulação feita no governo anterior do PNF. A intenção agora é ver como esse plano pode ser implementado”, disse Jardim.

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Um dos formuladores do PNF, o diretor de Programa da Secretaria Executiva do Ministério da Agricultura, Luis Rangel, afirmou que o plano pode ser usado como um vetor de reindustrialização do Brasil, pois encadeia vários setores produtivos. Ele defendeu ainda a redução do custo tributário da indústria de fertilizantes.

“Talvez o ponto mais relevante para poder trazer a competitividade para esse setor é, de fato, incentivo tributário. A gente recomporia uma parcela significativa da produção nacional somente com esta solução”, disse Rangel.

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Roberto Seabra

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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