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Deputados discutem proposta que regulamenta a reforma tributária; acompanhe

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Está em discussão, no Plenário da Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/24, que regulamenta a reforma tributária. Mais de 30 deputados já discutiram a proposta, que define regras para o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo (IS), todos criados pela reforma.

Deputados da base do governo elogiaram benefícios que a reforma tributária trará, como simplificação e mais justiça tributária. O substitutivo apresentado pelo relator, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), corresponde, na maior parte, à versão elaborada pelo grupo de trabalho da Câmara que analisou o tema. O relator, um dos sete parlamentares daquele colegiado, agradeceu a colaboração dos demais.

O deputado Pedro Campos (PSB-PE) afirmou que a reforma é fundamental para dar dinamismo à economia. “Para garantir, segundo as estimativas dos economistas, que nos próximos 10 a 15 anos o Brasil cresça mais de 10% do PIB, podendo chegar a 20% em comparação com um país que vai ficar para trás, de um manicômio tributário, de uma complexidade enorme”, disse.

Pedro Campos é membro de outro GT sobre a reforma: o que analisa o PLP 108/24, que trata do Comitê Gestor e da distribuição da receita do IBS.

Para o deputado Merlong Solano (PT-PI), a reforma tributária traz um modelo moderno, enxuto, que coloca o Brasil em dia com aquilo que acontece nas principais economias do mundo. “Diversos elementos aqui facilitam e reduzem o peso dos tributos sobre os setores mais pobres da população. Isso começa pela restituição do imposto para os mais pobres”, disse, ao se referir ao cashback de 100% para devolução da CBS, a ser recolhida em âmbito federal, nas contas de energia elétrica, água, esgoto e gás natural.

A versão original da proposta, de autoria do Poder Executivo, previa a devolução de 50%.

Mário Agra/Câmara dos Deputados
Discussão e votação de propostas. Dep. Merlong Solano (PT - PI)
Merlong Solano: cashback vai reduzir o peso dos tributos para os mais pobres

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O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) elogiou pontos da reforma tributária, como reduzir a regressividade do sistema atual sobre o consumo. Mas cobrou reformas em relação à renda e ao patrimônio. “Queremos que o governo ouse, fiel ao seu compromisso na campanha, que foi vitorioso nas urnas”, declarou.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que o sentido geral da reforma é a redução de tributos, a devolução para a população com menos recursos do valor tributado e garantia de mais equilíbrio e simplificação do sistema tributário brasileiro. Ela defendeu incluir os alimentos ultraprocessados na lista de itens sobre os quais incide o Imposto Seletivo, além das bebidas açucaradas, já previstas. “Isso está vinculado a 32 doenças e quase 57 mil mortes por ano”, alertou.

Armas
Vários deputados cobraram a inclusão das armas na tributação do Imposto Seletivo. Conhecido como “imposto do pecado”, o IS foi criado pela PEC da reforma tributária para tributar mais os produtos com potencial de prejudicar a saúde e o meio ambiente.

A coordenadora da bancada feminina, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), afirmou que a tributação de armas e munições visa reduzir a circulação desses itens, protegendo a vida e a integridade física dos cidadãos. “Em 2022, 3.788 mulheres foram assassinadas no Brasil, e a arma de fogo foi utilizada em metade desses casos”, disse.

Benedita da Silva apresentou outras demandas da bancada, como a redução a zero das alíquotas de preservativos e DIUs (dispositivos intrauterinos) de cobre. “O acesso a métodos contraceptivos é essencial para a saúde sexual e reprodutiva das mulheres.”

O deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) afirmou que a não inclusão das armas no imposto vai gerar uma grande redução tributária para esses itens. “Na prática vai cair de 89,5% para 26,5%. Na prática, armas de fogo vão ficar com a mesma alíquota de flores, fraldas, brinquedos e perfumes. Não faz sentido”, afirmou.

Segundo a organização não governamental Instituto Sou da Paz, citada por Vieira, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou R$ 41 milhões com internação de pessoas vítimas de arma de fogo em 2023.

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Críticas
Alguns deputados da oposição criticaram o texto, mas também a tramitação da proposta que, segundo eles, não permitiu a participação ampla da sociedade nas discussões. Para o deputado Pauderney Avelino (União-AM), o texto com 513 artigos não foi discutido no tempo necessário. “Não sou contra a reforma, sou contra a [forma de] discussão da reforma. Ela poderia ser melhorada ainda mais se fossem ouvidos mais segmentos. O GT fez ouvidos mocos, não atendeu os que vieram expor seus problemas”, avaliou.

A líder da Minoria, deputada Bia Kicis (PL-DF), acredita que a reforma tributária não vai simplificar o sistema e não vai trazer clareza e alívio para o bolso do contribuinte. “Metade da reforma é de exceções ao texto porque o texto é muito ruim”, afirmou. Segundo ela, a previsão de que a carga tributária não se altere é apenas um chute, sem embasamento claro.

O deputado General Girão (PL-RN) cobrou a inclusão do sal de cozinha na cesta básica. “Qualquer animal precisa de sal para sobreviver. Parece que tem alguns animais aqui, de duas patas, que não estão colocando o sal na cesta básica”, disse. Ele lembrou que 93% da produção de sal no País é originada no Rio Grande do Norte.

Já o deputado Daniel José (Pode-SP) criticou o fato de o grupo de trabalho que discutiu a proposta ter sido formado na maioria por deputados do Nordeste. “É muito fácil ver que o projeto não é bom quando a representatividade das maiores economias do País é inexistente”, afirmou.

Os debates continuam no Plenário.

Mais informações a seguir

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Pierre Triboli

Fonte: Câmara dos Deputados

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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