POLITÍCA NACIONAL
Deputados e sociedade civil pedem mais investimento em pesquisas sobre doenças raras
POLITÍCA NACIONAL
O investimento em pesquisas científicas que deem mais rapidez para o diagnóstico, além de maior acesso a tratamentos e medicamentos, foi uma das reivindicações apontadas nesta terça-feira (14), durante a sessão solene no plenário da Câmara em homenagem ao Dia Mundial das Doenças Raras, comemorado em 28 de fevereiro.
Doença rara é aquela que atinge até 65 indivíduos em cada 100 mil pessoas. Cerca de 13 milhões de pessoas no Brasil e 300 milhões em todo o mundo têm alguma doença rara. Há uma variedade de doenças, sintomas e maneiras de afetar cada pessoa.
Os dados apresentados durante a sessão solene mostram que 80% dos casos têm origem em fatores genéticos, 75% atingem crianças e 30% dos doentes morrem antes dos 5 anos. Em mensagem lida em plenário, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), salientou a importância da conscientização sobre as doenças raras e da formação de grupos de apoio às famílias.
Mudanças na legislação
A deputada Rosângela Moro (União-SP), uma das autoras do pedido para a realização da sessão, fez uma comparação com doenças mais recorrentes, como a artrose, para a qual há conhecimento médico, protocolo do Sistema Único de Saúde (SUS) e medicamentos específicos. Também lembrou a mobilização em torno de uma solução para conter a gravidade da pandemia do coronavírus.

Por isso, em relação às doenças raras, ela afirma que há demanda por mudanças na legislação e acordos com a indústria farmacêutica, além de incentivos à celeridade nas pesquisas em prevenção, diagnóstico e tratamento.
“As doenças raras não respeitam fronteiras, nem idade, órgãos do corpo e não temos áreas médicas especializadas em cada uma delas. Sabemos da existência de mais de 7 mil doenças raras, e não temos médicos especialistas para todas elas. Isso coloca [as pessoas] em situação e condição de extrema vulnerabilidade e de espera – muitas vezes, à espera da sorte”, frisou.
Presentes à sessão solene, os senadores Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Sérgio Moro (União-PR) destacaram a importância de investimentos na ciência, com a garantia de orçamento para as pesquisas.
Diagnóstico e tratamento
O deputado Geraldo Resende (PSDB-MS) também falou das dificuldades pelas quais passam os pacientes com doenças raras: “O acometido com a doença rara passa por até dez médicos diferentes até chegar ao seu diagnóstico. Cerca de 3% desses pacientes têm tratamento cirúrgico ou medicamentoso regular, que atenua os sintomas, ou seja, uma realidade muito sofrida”, disse. “Embora não haja um tratamento específico para muitas delas, a existência de cuidados adequados pode melhorar a qualidade e a esperança de vida dos doentes afetados.”
Esperança de uma vida melhor é o que move Ana Paula Moraes, de 38 anos, que foi diagnosticada com Esclerose Múltipla aos 35, depois de uma espera de 20 anos. Presidente da Associação de Pessoas com Esclerose Múltipla (Apemigos), ela pediu que os pacientes com doenças raras não sejam olhados como “coitadinhos” nem tratados como descartáveis, mas que possam dispor de mais oportunidades.
“Somos adultos jovens, que queremos continuar produzindo, mas que pela falta de um tratamento adequado acabamos tendo que deixar um pouco da nossa vida de lado e tendo que entrar com auxílios, com benefícios, por não podermos continuar nos nossos empregos”, explicou Ana Paula. “Com o tratamento adequado, a doença pode, sim, se estabilizar e a gente conseguir ter uma vida próxima daquilo que dizem ser ‘normal”, disse.
Políticas públicas
Diretor da Federação Brasileira das Associações de Doenças Raras, Romulo Marques enfatizou a importância da formulação de políticas públicas para o grupo de pacientes com doenças raras e seus familiares.
“Avançar na consolidação da política para as doenças raras não significa concorrer com as outras quase 60 políticas do setor de saúde pública, mas integrar-se a elas para um fortalecimento mútuo. Basta lembrar que, sem uma atenção básica bem estabelecida, não haverá diagnóstico para a alta complexidade”.
Parlamentares lembraram algumas propostas que estão sendo examinadas pelo Congresso e que podem beneficiar os portadores de doenças raras. Uma delas (PL 992/22) cria o Estatuto da Pessoa com Doença Rara. Outra é o projeto de lei complementar (PLP 155/21) que considera prioritário o financiamento de pesquisas para o combate destas enfermidades.
Reportagem – Cláudio Ferreira
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados Federais


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
-
Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
-
Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
-
Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
-
Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
-
Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
-
Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
-
Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
-
Perda de mercado para concorrentes de outros países.
-
Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
-
Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
-
Carnes bovina, suína e de frango
-
Café
-
Suco de laranja
-
Soja e derivados
-
Minério de ferro e aço
-
Aeronaves e peças da Embraer
-
Cosméticos e produtos farmacêuticos
-
Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
-
MATO GROSSO7 dias atrás
“Appassionata” – Opus Quattro celebra os temas do amor em concerto na Casa do Parque
-
MATO GROSSO7 dias atrás
Com tecnologia de ponta, H.Bento realizou mais de 70 mil atendimentos ortopédicos em 4 anos
-
MATO GROSSO2 dias atrás
AACCMT lança campanha de arrecadação de brinquedos para o Dia das Crianças
-
MATO GROSSO22 horas atrás
TJMT de uma só vez blinda Grupo Safras, anula venda de ações para fundo e determina perícia para processar recuperação judicial
-
MATO GROSSO22 horas atrás
Audiência pública em Itanhangá discute qualidade dos serviços de energia elétrica no município