POLITÍCA NACIONAL
Dnit anuncia, para junho, licitação de duplicação da BR-101 e contrato para pavimentar a BR-030 na Bahia
POLITÍCA NACIONAL
Segundo Pessoa, metade da duplicação da BR-101 na Bahia já foi executada. Dos lotes 1 e 2, que correspondem a trechos que vão da divisa de Sergipe até o povoado de Sítio do Meio, cerca de 70 dos 83,5 km da rodovia foram duplicados. O restante estará no próximo edital.
Está prevista para agosto a publicação do edital de licitação dos lotes 3 e 4, que correspondem ao trecho de quase 42 km entre Sítio do Meio e o entroncamento com a BR 324, perto de Feira de Santana.
O diretor do Dnit explica que houve a necessidade de rescindir quatro contratos porque vários trechos não duplicados requeriam atualização de projetos de restauração.
Qualidade regular e boa
De acordo com o Dnit, a qualidade da malha rodoviária na Bahia, em 2022, era considerada regular e boa em 72% dos trechos. Atualmente o índice está em 87%. A malha rodoviária da Bahia é a maior administrada pelo órgão, com 6.720 Km.
A pavimentação de 53 Km da BR-030, entre Ubaitaba e Maraú, recebeu investimentos de R$ 231,4 milhões e o orçamento previsto para este ano é de R$ 48 milhões, segundo o diretor. Um novo contrato deve ser assinado em junho.
“Depois que a gente concluir esse empreendimento, a pessoa vai conseguir sair de Brasília, passar por Mambaí, e seguir na BR-030 pavimentada até o mar, chegando lá em Maraú”, explicou Fábio Pessoa.
Importância
O debate foi pedido do deputado Jorge Solla (PT-BA). Ele lembrou que a BR-101, apesar de passar por 12 estados litorâneos, indo do Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte, não era duplicada na Bahia.
“É muito importante que esses investimentos tenham sido retomados. Gostaria de reiterar a prioridade para que, quem sabe até o final do ano, tenhamos uma sinalização positiva no que diz respeito à BR-101 Sul, especialmente no trecho entre Feira de Santana e Ilhéus, que é uma demanda muito forte”, afirma.
Segundo o parlamentar, são recorrentes as cobranças de prefeituras e da população em geral em relação à perspectiva de duplicação dessa rodovia.
Atualmente, existem 9 obras em andamento e 8 projetos novos na malha rodoviária do estado.
Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Rachel Librelon
Fonte: Câmara dos Deputados
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.