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Educadora sugere criação de grupo de trabalho na Câmara para discutir a educação de meninas e mulheres negras

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Educadora ouvida pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados sugeriu a criação de um grupo de trabalho para avaliar a elaboração de leis com diretrizes educacionais sobre a questão racial. A ideia é propor normas como a Lei 10.639/03, que incluiu história e cultura afro-brasileira no currículo oficial da rede de ensino.

A sugestão foi apresentada durante audiência pública realizada nessa quinta-feira (21) sobre a educação de meninas e mulheres negras. A professora de Direito e pesquisadora Amarílis Costa disse que ficou evidente na reunião a diferença abissal na educação entre meninas brancas e negras.

Ela sugeriu ainda que a lei municipal da Escola Sem Racismo seja transformada em norma federal. Sancionada em maio deste ano, a lei paulista obriga a capacitação de professores da cidade de São Paulo na promoção da igualdade racial.

Para Amarílis, o combate ao racismo deve começar já na creche. “Muitas vezes é a creche que ajuda as mulheres negras a acessarem o mercado de trabalho, e, sobretudo, é na creche, muitas vezes, que as crianças negras vão ter acesso à alimentação e aos estímulos pedagógicos necessários.”

Impactos da Covid-19
A diretora de Educação e Pesquisa do Geledés (instituto de defesa dos direitos da mulher negra), Suelaine Carneiro, apresentou pesquisa mostrando que as meninas negras foram as mais prejudicadas na vida escolar na pandemia de Covid-19. “A grande maioria delas não tinha acesso às plataformas digitais, que foi a opção tanto de governo municipal quanto estadual frente à inoperância do governo federal”, explicou Suelaine.

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O contexto político na pandemia, segundo ela, complicou a condição de estudantes em geral, “mas ainda mais de estudantes negros”. As meninas negras foram as que menos conseguiram se dedicar às tarefas escolares já que não conseguiam nem acessar as plataformas digitais. Segundo a pesquisa, seis em cada dez meninas negras tiveram acesso a material pedagógico, enquanto entre meninas brancas a proporção foi de 9 entre 10.

Capacitação profissional
Outro estudo apresentado na audiência mostrou que, em 20 anos, aumentou a presença de mulheres negras no serviço público de 5,2% para 15%. A pesquisa foi feita entre 2000 e 2019.

A coordenadora-geral de capacitação de altos-executivos da Escola Nacional de Administração Pública, Magali Dantas, disse que, apesar desse crescimento, a representação continua abaixo do normal.

Para resolver o problema, Magali lembrou que em março deste ano um decreto do governo determinou que 30% de cargos de poder e decisão sejam ocupados por negros, com igualdade entre os sexos. Esse percentual deve ser atingido até 2025.

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Cientistas negras
A coordenadora-geral da Diretoria de Políticas de Ações Afirmativas do Ministério da Igualdade Racial, Natália Neris, apresentou à comissão um programa inédito direcionado exclusivamente a mulheres cientistas negras, indígenas, quilombolas e ciganas.

O Atlanticas – Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência é uma parceria dos ministérios dos Povos Indígenas, das Mulheres e da Educação com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O CNPq afirma que, do total de bolsas de doutorado sanduíche vigentes no País, 4,9% são destinados as mulheres negras, 31% a mulheres brancas e não há nenhuma indígena beneficiada. “No pós-doutorado as negras são 12,6% das bolsistas e as brancas são 37,7%, e também não há registro de indígenas bolsistas”, acrescenta Natália.

As bolsas de doutorado sanduíche apoiam o aluno matriculado em curso de doutorado para desenvolver sua tese junto a outro grupo de pesquisa no exterior.

“Nós, parlamentares da educação, parlamentares negras, sabemos da importância desse debate e vamos continuar trabalhando para alterar essa realidade”, disse a deputada Reginete Bispo (PT-RS), que presidiu a audiência.

A realização do evento foi sugerida pelas deputadas Dandara (PT-MG) e Professora Luciene Cavalcante (Psol-SP).

Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Natalia Doederlein

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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