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Eleger mais prefeitas e vereadoras e garantir mais recursos para serviços para mulheres são desafios para 2024, diz ministra

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POLITÍCA NACIONAL

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destaca a eleição de mais mulheres no pleito municipal e a garantia de mais recursos para serviços voltados para as mulheres como prioridades para 2024. Ele participou, nesta terça-feira (5), de sessão solene na Câmara dos Deputados em homenagem ao Dia Internacional da Mulher – 8 de março. 

“Nós precisamos eleger o maior número de vereadoras e prefeitas para que nós possamos efetivamente enfrentar a misoginia no campo político”, disse. “E nós precisamos ter muito mais recursos, para que nós possamos de fato enfrentar o ódio e instituir serviços, como a Casa da Mulher Brasileira, centros de referências e lavanderias comunitárias, e pensar novos tempos, novas reflexões, para que nossas mulheres possam ter tempo de ter prazer, de ter vida”, completou. 

A ministra elogiou a atuação da bancada feminina na Câmara, ressaltando que em 2023 foram aprovados 24 projetos em defesa do interesse delas no Congresso Nacional. Na avaliação de Cida Gonçalves, foi especialmente importante a aprovação da Lei de Igualdade Salarial. Mas, segundo a ministra, o cumprimento dessa lei tem se revelado um desafio. “Nós estamos com dificuldade, com diversas empresas entrando na Justiça para não responder o relatório da igualdade salarial ou questionando a transparência”, citou. 

Mulheres negras
Secretária da Mulher da Câmara, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) ressaltou que a bancada feminina trabalha não apenas para propor leis voltadas para as mulheres, como também para destinar mais recursos do Orçamento para o combate à violência doméstica e para a superação de desigualdades. 

“E a bancada feminina acredita que, para ajudar a superar isso, só com mais mulheres nos espaços eletivos de poder e decisão”, afirmou. “As pesquisas mostram que, nos locais onde temos mais deputadas e prefeitas eleitas, os índices sociais são melhores, há mais investimento em saúde e educação e queda na mortalidade infantil”, complementou.   

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Primeira mulher negra a liderar a bancada feminina na Câmara, Benedita da Silva salientou que “não é possível discutir direitos para as mulheres sem pensar na vulnerabilidade das mulheres negras e indígenas no Brasil”. “Somos nós que sofremos mais com as guerras e crises, sejam elas ambientais, sociais, políticas ou econômicas”, apontou. 

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Homenagem ao dia Internacional da Mulher. Dep. Benedita da Silva (PT-RJ)
Benedita da Silva chamou atenção para a vulnerabilidade das mulheres negras e indígenas

Sub-representação
A ministra do Tribunal Superior Eleitoral Edilene Lobo observou que, nas últimas eleições municipais, 900 municípios não elegeram nenhuma vereadora e em 1.185 apenas uma mulher foi eleita. “A eleição de mulheres vereadoras em 2020 não superou 16% do total e mulheres prefeitas não passaram de 12% desse total, dos quais 4% são prefeitas negras”, acrescentou.

Primeira ministra negra na história da corte, Edilene Lobo frisou que a baixa representatividade na política acontece mais entre mulheres negras, que ocupam apenas 6% das cadeiras na Câmara dos Deputados. Conforme destacou, as mulheres negras são o alvo preferencial da violência política, além de serem as mais pobres, mais violentadas, as que ocupam mais subempregos e a maioria entre as que sustentam suas famílias sozinhas.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, pediu apoio para a aprovação do Projeto de Lei 1086/23, do Executivo, que institui o Dia Nacional Marielle Franco de Enfrentamento da Violência Política de Gênero e Raça, a ser comemorado anualmente em 14 de março. Ela lembrou que há quase seis anos o crime do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, irmã de Anielle, segue sem resposta. 

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Espaços de decisão
Procuradora da Mulher na Câmara, a deputada Soraya Santos (PL-RJ) lamentou a ausência de homens na sessão, que, na sua visão, devem se engajar na luta feminina. Para ela, a democracia plena no País só será atingida quando houver mulheres em todos os espaços de decisão. Ela lembrou ainda da importância de as leis aprovadas em favor da mulher no Parlamento serem divulgadas na ponta, nos municípios. 

Entre essas leis, a deputada Laura Carneiro (PSD-RJ) citou a que cria o chamado Protocolo “Não é Não”, a fim de prevenir o constrangimento e a violência contra a mulher em casas noturnas, boates e casas de espetáculos musicais em locais fechados ou shows (PL 3/23, da deputada Maria do Rosário (PT-RS)).

A parlamentar destacou que quase 1/3 das brasileiras já sofreu algum tipo de violência doméstica ou familiar, e a percepção de 74% das entrevistadas é de que a situação piorou nos últimos 12 meses. Os dados constam na 10ª edição da Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher, realizada pelo Observatório da Mulher Contra a Violência e o Instituto DataSenado, ambos do Senado. 

A deputada Erika Kokay (PT-DF) lembrou de outras violências a que as mulheres estão sujeitas, como a obstétrica e a sexual, sendo a elas negado o próprio direito de caminhar livremente pelas cidades, como forma de controle de seus corpos e de suas vozes.

Reportagem – Lara Haje
Edição – Ana Chalub

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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