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Em depoimento à CPMI, Augusto Heleno chama de ‘fantasia’ delação de Cid sobre reunião para tratar de golpe; assista

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O general Augusto Heleno, que foi ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República no governo Bolsonaro, classificou de “fantasia” a declaração do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, de que teria havido reuniões no Palácio do Planalto para tratar de um suposto golpe de Estado, após a vitória de Lula. Heleno depôs nesta terça-feira (26), na condição de testemunha, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.

Segundo relatos publicados pela imprensa a respeito da delação de Mauro Cid, a reunião teria contado com a participação do então presidente e dos três comandantes das Forças Armadas – almirante Almir Garnier, general Freire Gomes e tenente-brigadeiro Baptista Júnior. A declaração foi feita pelo ex-ajudante à Polícia Federal.

“O tenente-coronel Mauro Cid não participava de reuniões. Ele era o ajudante de ordens do presidente. Não existe isso do ajudante de ordens sentar em uma reunião com os comandantes de Força e participar da reunião. É fantasia”, declarou Heleno, em resposta a questionamento da relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

Em relação a si próprio, ele disse que, apesar de ser militar, não participava de reuniões com a cúpula militar. “Eu não era um ministro militar. Eu era um militar que estava ministro. É muito bom que isso fique claro. A convocação de ministro militar para qualquer evento não incluía a minha convocação”, afirmou.

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Silêncio
O ex-ministro foi convocado para falar na CPMI a partir de requerimentos de diversos parlamentares. Na segunda-feira (25), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin permitiu a ele que não respondesse a perguntas da comissão que pudessem incriminá-lo.

Heleno fez uso desse direito em diversas ocasiões. A primeira delas quando questionado pelo deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) sobre se teria participado de reunião do hacker Walter Delgatti Neto com Bolsonaro para tratar da violação das urnas eletrônicas.

O ex-ministro fez um discurso inicial antes de responder às perguntas dos deputados e senadores. Ele disse que não teria condições de prestar esclarecimentos sobre o 8 de janeiro por ter deixado de ser ministro no dia 31 de dezembro. Heleno também afirmou que não tratava de assuntos eleitorais com seus subordinados no GSI.

“Jamais me vali de reuniões ou palestras ou conversas para tratar de assuntos eleitorais ou político-partidárias com meus subordinados na GSI”, disse. Por fim, Heleno afirmou desconhecer qualquer “minuta de golpe” em elaboração no governo anterior.

Divergência
As afirmações do ex-ministro foram criticadas pela base de apoio do governo Lula. Para o deputado Rogério Correia (PT-MG), Heleno mentiu ao dizer que Mauro Cid não participava de reuniões com os militares.

Ele apresentou uma foto em que o ex-ajudante de ordens aparecia em um encontro de Bolsonaro com os três chefes militares. “Ele [Cid] ouvia tudo. As delações dele servem como testemunho”, disse Correia. Heleno rebateu dizendo que a imagem era antiga.

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Já o senador Eduardo Girão (Novo-CE) defendeu o ex-ministro e disse que o governo não está interessado em apurar o que aconteceu no dia 8 de janeiro. Prova disso seria a resistência dos governistas em aprovar o requerimento de convocação do diretor da Força Nacional de Segurança Pública, Fernando Alencar Medeiros, nomeado por Lula.

“A base do governo Lula não quer de jeito nenhum trazer [o diretor]. Por quê? O que tem a esconder?”, questionou Girão.

Votação
Antes do depoimento do ex-ministro, o presidente da CPMI do 8 de Janeiro, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), tentou colocar em votação o requerimento de convocação do diretor da Força Nacional de Segurança Pública, mas não houve acordo.

O assunto deve ser decidido na reunião da quinta (28), antes da oitiva de Alan Diego dos Santos Rodrigues, acusado de tentar explodir uma bomba nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília, em dezembro do ano passado.

Maia também afirmou que a CPMI não pode encerrar os trabalhos sem ouvir os suspeitos de financiar e divulgar os atos golpistas, que já teriam sido identificados pela Polícia Federal. “Penso que é fundamental que a gente chame os financiadores, que até agora não ouvimos ninguém”, afirmou.

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Ana Chalub

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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